sexta-feira, 30 de abril de 2021

Viajando para o exterior no novo normal.

Japão apresentará "passaporte de vacina" para viagens internacionais.


Tóquio - O Japão está planejando a introdução de um "passaporte de vacina" para facilitar as viagens ao exterior de quem já foi vacinado contra a COVID-19. A informação foi obtida de fontes governamentais japonesas na última quarta-feira.

Japão apresentará "passaporte de vacina" para viagens internacionais.
Passaporte de vacina: facilitará a vida das pessoas na hora de viajar para o exterior? Foto: Pplware.

Os passaportes de vacina deverão estar na forma de aplicativo para smartphone. Os viajantes precisarão apresentar o aplicativo dentro dos aeroportos japoneses, fazendo a leitura do código QR do dispositivo eletrônico antes de embarcar (para quem está indo ao exterior) e depois de desembarcar nos voos internacionais (para quem está entrando no Japão).

O governo japonês está avançando com a ideia do passaporte de vacina, na esperança de retornar as viagens de negócios internacionais o mais breve possível. Durante este período da pandemia do coronavírus no Japão, as viagens ao exterior praticamente pararam para a União Europeia (UE), as nações do sudoeste asiático e a China.

"Os outro países já estão planejando isso, então o Japão terá que considerar o mesmo plano também", disse Taro Kono, ministro encarregado nos esforços de vacinação no país durante uma sessão parlamentar na quarta-feira passada.

Kono já havia manifestado a preocupação de que a exigência de certificados de vacinação poderia levar à discriminação. Motivo: certas pessoas não podem ou não querem ser vacinadas devido as possíveis reações alérgicas ou efeitos colaterais da vacina.

Para acalmar tais preocupações, os passaportes também listarão os resultados negativos da reação em cadeia da polimerase (PCR) e dos testes de antígeno. Não se espera que as informações do passaporte sejam usadas internamente no Japão, como controlar a entrada de pessoas em restaurantes ou em eventos esportivos.

O novo aplicativo de smartphones será vinculado ao sistema de registro de vacinação, um banco de dados do governo japonês, para pessoas que receberam a vacina contra COVID-19. Provavelmente o aplicativo será baseado no CommonPass, um software desenvolvido com a parceria do Fórum Econômico Mundial.

O Ministério da Saúde, Trabalho e Previdência mais o Ministério das Relações Exteriores do Japão terão um papel central na elaboração dos detalhes do plano, disseram fontes.

Na última segunda-feira, o Keidanren (Federação Japonesa de Organizações Econômicas ou Japan Business Federation) pediu ao governo japonês que considere os benefícios comerciais da introdução do passaporte de vacina. A organização apontou para os planos da UE em lançar o "Certificado Verde Digital" (Green Pass) em junho, permitindo que turistas estrangeiros visitem os países europeus do bloco econômico durante as férias de verão.

Atualmente o Japão só permite a entrada de cidadãos japoneses, residentes estrangeiros e estrangeiros em "circunstâncias especiais" vindos do exterior ao país. Todos os viajantes com permissão de entrada no Japão devem apresentam resultados negativos para os testes de coronavírus feitos com até 72 horas antes do embarque, ou seja, antes da viagem internacional começar.

Aproximadamente 2,3 milhões de pessoas no Japão receberam pelo menos uma dose da vacina contra COVID-19 até terça-feira, 27 de abril. Isso é menos de 2% da população e muito menos do que países com implementação rápida do programa de vacinas como Israel, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Menos de 1 milhão de pessoas receberam as duas doses necessárias da Pfizer-BioNTech, a única vacina aprovada até agora para o uso no Japão.


Fonte: The Mainichi. 


 
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quinta-feira, 29 de abril de 2021

O Don Juan de Kishu.

Jovem viúva é acusada de usar drogas para matar o seu rico marido.


Wakayama - A polícia da província de Wakayama prendeu nesta quarta-feira, 28 de abril, uma jovem mulher acusada de assassinar o seu marido, um milionário conhecido como o "Don Juan de Kishu".

Jovem viúva é acusada de usar drogas para matar o seu rico marido.
A jovem Saki Sudo e o empresário Kosuke Nozaki. Foto: Asahi Shimbun. 

Segundo a polícia, a viúva de 25 anos, Saki Sudo, é suspeita de envenenar o seu marido Kosuke Nozaki, 77 anos, um rico empresário da cidade de Tanabe, Wakayama.

De acordo com o depoimento da viúva, ela encontrou o seu marido desacordado no segundo andar de sua casa em Tanabe, na noite do dia 24 de maio de 2018. Uma governanta que trabalhava na casa aplicou uma massagem cardíaca em Nozaki, mas ele foi posteriormente declarado morto no hospital.

Uma autópsia realizada na época do crime revelou uma grande quantidade de uma droga estimulante no sangue e no estômago de Nozaki. A polícia concluiu que o milionário morreu de envenenamento agudo provocado por ingestão de drogas.

Em junho de 2018, a polícia revistou a casa e o escritório de Nozaki em Tanabe, bem como a casa de sua esposa, Saki Sudo, em Tóquio.

Os investigadores do caso também procuraram pelo corpo do cachorro do casal, enterrado no jardim da casa de Nozaki. O cachorro morreu 18 dias antes do seu dono, sem saber quais as causas da morte do animal.

No dia da morte de Nozaki, Sudo estava em casa junto com seu falecido marido.

Não havia motivos para Nozaki tomar uma quantidade tão grande de drogas, segundo a polícia. Na autópsia, não foi encontrado nenhuma marca de agulha nos braços dele. A suspeita é de que a droga tenha sido administrada via oral. 

Segundo outra informação da polícia, a viúva voltou a usar o seu sobrenome de solteira em fevereiro deste ano.

Não ficou claro ainda se os investigadores descobriram novas evidências que os levaram a prender Sudo nesta quarta-feira. Mas a notícia da prisão da viúva criou um frenesi na mídia japonesa.

Por volta das 5h35 da manhã do dia 28, uma van branca, levando Sudo junto com a polícia, saiu em disparada em meio de repórteres e fotógrafos que a aguardavam na frente do arranha-céu onde ela mora em Tóquio.

A viúva embarcou num voo, junto com a polícia, no aeroporto de Haneda, rumo ao aeroporto de  Nanki-Shirahama em Wakayama. Depois, ela foi levada para a delegacia de polícia de Tanabe.

Sudo também é acusada de violação da lei de controle de estimulantes no país.

O empresário Kosuke Nozaki tornou-se conhecido no Japão depois que publicou um livro de memórias intitulado "Dom Juan de Kishu" em 2016. Kishu era o nome da região onde é a província de Wakayama hoje.

O subtítulo da sua autobiografia diz: "O homem que gastou 3 bilhões de ienes com 4.000 lindas mulheres."

Nozaki publicou uma sequência de suas memórias em abril de 2018. Nessa época, exatamente em fevereiro do mesmo ano, ele se casou com uma mulher 55 anos mais nova, Saki Sudo. Foi o terceiro casamento do ricaço.

De acordo com a prefeitura da cidade de Tanabe, a fortuna de Nozaki é avaliada em cerca de 1,3 bilhão de ienes (US$ 11,9 milhões). Além disso, Nozaki também possuía terrenos, edifícios e obras de arte não inclusos no total da sua fortuna.

Após a morte de Nozaki, o seu testamento tornou-se conhecido pela mídia. Segundo informações, o desejo do empresário era doar toda a sua fortuna para a cidade de Tanabe. A prefeitura da cidade já iniciou o processo de recebimento da herança. 

Mas como quase toda história que envolve heranças milionárias não termina muito bem no final, os familiares de Nozaki entraram com um processo contra o advogado que executou o testamento do falecido. Os parentes alegaram que o testamento era inválido e agora o caso é analisado no tribunal distrital de Wakayama.


Fonte: The Asahi Shimbun. 


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quarta-feira, 28 de abril de 2021

Idosa das Olimpíadas versus Pandemia.

Cancelada a participação da japonesa mais velha do mundo no revezamento da tocha olímpica.


Fukuoka - A mulher mais velha do mundo, a japonesa Kane Tanaka, não irá participar do revezamento da tocha olímpica, marcado para 11 de maio na pequena cidade de Shime, província de Fukuoka.

Cancelada a participação da japonesa mais velha do mundo no revezamento da tocha olímpica.
Kane Tanaka, a mulher mais velha do mundo. Foto: Gov. da Prefeitura de Fukuoka. 

Devido às circunstâncias da pandemia da COVID-19, a família de Kane tomou a decisão de retirar a participação dela no evento. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio será notificado formalmente pela decisão.

De acordo com a bisneta de Kane, Junko Tanaka, estava decidido que a sua bisavó iria levar a tocha olímpica conduzida numa cadeira de rodas e ajudada por membros da família. Embora Kane seja saudável e tenha uma boa alimentação, os parentes da anciã se preocuparam com o aumento das infecções do coronavírus na província de onde ela mora. Se Kane participasse do revezamento da tocha, ela teria que ficar de quarentena por duas semanas após o evento, isolada dos outros idosos com quem a mulher vive numa casa de repouso para pessoas da terceira idade.

"É uma pena porque eu queria que as pessoas sentissem esperanças ao vê-la carregando a tocha alegremente", disse a bisneta Junko.

Kane foi recomendada a participar no evento do revezamento da tocha olímpica pelo patrocinador dos jogos, Nippon Life Insurance Co., tendo a família da idosa concordado prontamente com a ideia.

Em 2 de janeiro de 2021, Kane Tanaka tornou-se a primeira supercentenária válida do século XXI ao completar 118 anos de idade. Em março de 2019, a japonesa foi certificada pelo Guinness World Record como a pessoa mais velha do mundo. E claro, ela também é a mulher mais velha do Japão com 118 anos e 115 dias (considerando a contagem de até  27/04/2021).


Fonte: The Mainichi / Wikipédia.


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terça-feira, 27 de abril de 2021

Prefeito em apuros.

Prefeito japonês é forçado a renunciar após instalar uma sauna pessoal no prédio do governo.

Osaka - O prefeito da cidade de Ikeda, província de Osaka, disse nesta segunda-feira, 26 de abril, que irá renunciar ao cargo após se envolver num escândalo: ele instalou uma sauna privativa perto do seu escritório dentro da prefeitura.

Prefeito japonês é forçado a renunciar após instalar uma sauna pessoal no prédio do governo.
O prefeito Tomita expressa a sua intenção de renúncia ao cargo durante a coletiva em seu escritório. Foto: Kyodo. 

Hiroki Tomita, prefeito de Ikeda, tem sofrido críticas pesadas após trazer a sauna improvisada de sua casa para o prédio do governo municipal no ano passado. Além da sauna, ele trouxe também os seus equipamentos de ginástica, alegando que tudo isso era necessário por motivos de saúde. O prefeito sofre de uma dolorosa hérnia de disco.

Durante a coletiva em seu escritório realizada hoje, o prefeito de 44 anos disse em entrevista que assume a responsabilidade de seus atos. Ele também disse que irá deixar o cargo da prefeitura após o programa municipal de vacinação da COVID-19 para idosos estiver praticamente concluído na cidade. Ele não deu um cronograma específico de quando renunciará ao cargo.

"Peço desculpas do fundo do meu coração por irritar o público e paralisar a administração da cidade", disse Tomita durante a coletiva.

Em 2019, Hiroki Tomita foi eleito para o cargo de prefeito pela primeira vez com o endosso do Osaka Ishin no Kai, um partido regional com sede em Osaka. Depois que o escândalo da sauna veio à tona, Tomita deixou o partido em novembro do ano passado. 

Um painel organizado pela assembleia municipal para investigar a questão da sauna, descobriu que o prefeito havia levado vários itens pessoais para a prefeitura e também foi reconhecido que Tomita tem um grande poder de assédio contra os funcionários do governo municipal. 

A assembleia municipal cogita entrar com uma ação criminal contra o prefeito, alegando que ele deu falso testemunho ao painel. 


Fontes: Kyodo News / The Japan Times.


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segunda-feira, 26 de abril de 2021

Erupção na região de Kyushu.

Vulcão Sakurajima entra em erupção e gera um alerta para a população local.


Kagoshima - Um vulcão localizado no monte Sakurajima, região sudoeste do Japão, entrou em erupção neste domingo, 25 de abril. A coluna de fumaça formada pela erupção chegou a 2,3 quilômetros de altura, disse a agência meteorológica.

Vulcão Sakurajima entra em erupção e gera um alerta para a população local.
Fumaça formada após a erupção do vulcão Sakurajima, ocorrida neste domingo. Foto: Kyodo News.

Após a erupção ocorrida por volta da 1h09, a Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta a população das cidades de Kagoshima e Tarumizu para se proteger de qualquer impacto potencial de uma outra atividade vulcânica. Não houve relatos de feridos ou danos materiais, segundo as autoridades locais.

A agência disse inicialmente que os fluxos piroclásticos foram confirmados dentro de 1,8 km da cratera Minamidake, mas depois foi confirmado através de observações que eram apenas parte da fumaça. A probabilidade de alguma pessoa morta ou ferida nas proximidades do vulcão é baixa. Desde fevereiro de 2016, as autoridades locais já proibiam as pessoas de se aproximarem no local, mantendo uma distância segura de até 2 km da cratera.

O grau de alerta gerado para o vulcão, após a erupção, foi de nível 3, numa escala de até 5 pontos. Foi alertado para o público não se aproximar na região da cratera, evitando possíveis acidentes causados por quedas de rochas e pedras vulcânicas.

A agência expandiu brevemente a zona de proibição de entrada no raio de 2,4 km da cratera Minamidake. Depois, a zona de proibição foi redefinida para 2 km. A área residencial mais próxima do vulcão fica a cerca de 2,5 km de distância.

O monte Sakurajima, uma área que tem um dos vulcões mais ativos do Japão, está conectado à península de Osumi em Kyushu, a principal ilha do sudoeste do Japão.

Uma grande erupção do vulcão foi registrada em 1917. A erupção emitiu lava suficiente para fechar o estreito marítimo, na baía de Kagoshima, entre a ilha vulcânica de Sakurajima e a península de Osumi.


Fonte: The Mainichi. 


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domingo, 25 de abril de 2021

Sem álcool na veia.

Restrição de bebidas alcoólicas em restaurantes do Japão é destaque no novo estado de emergência.


Tóquio - A proibição de consumo de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes é um destaque do novo estado de emergência para Tóquio, Osaka, Kyoto e Hyogo. É uma nova tentativa no combate a pandemia, enfatizando a opinião de especialistas de que o álcool pode ajudar a acelerar a transmissão da COVID-19.

Restrição de bebidas alcoólicas em restaurantes do Japão é destaque no novo estado de emergência.
O novo estado de emergência restringe a venda de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes em Tóquio, Osaka, Kyoto e Hyogo. Foto: Wikimedia.

Nas duas primeiras declarações do estado de emergência, o governo não impôs restrições específicas ao consumo de bebidas alcoólicas.

"Quando o consumo do álcool está envolvido num grupo, a euforia das pessoas fica muito maior", disse Makoto Tsubokura, líder de uma equipe na gigante de pesquisas Riken e na universidade de Kobe que usa supercomputadores para modelar situações de infecção.

De acordo com Tsubokura: vozes altas associadas as falhas de higiene e mais a tendência das pessoas em permanecer por mais tempo num bar, são fatores que contribuem no aumento do risco de contágio do coronavírus.

A respeito do estado de emergência de 25 de abril a 11 de maio, o governo japonês exigirá o fechamento de restaurantes, bares e karaokês que servem bebidas alcoólicas nas províncias designadas, segundo informa o ministro da economia, Yasutoshi Nishimura.

"Reuniões sociais com bebidas são situações nas quais o governo está se concentrando em suas novas diretrizes", de acordo com Makoto Shimoaraiso, um oficial de gabinete que orienta a resposta do Japão à pandemia. "O mecanismo científico de contágio precisa de mais pesquisas", acrescentou Shimoaraiso.

Grande parte do país já estava sob medidas de controle de infecção. Medidas como redução do horário comercial e diretrizes para que os clientes dos restaurantes fossem separados por divisórias de acrílico foram impostas para garantir maior proteção e evitar a transmissão do vírus.

Embora a economia tenha sofrido com a pandemia, restaurantes e bares foram atingidos de forma bastante dura. A Global Dining Inc., operadora de mais de 40 restaurantes, disse na última sexta-feira que não atenderá ao pedido do governo em reduzir o horário de funcionamento, a menos que seja ordenada a isso.

A empresa processou o Governo Metropolitano de Tóquio no mês passado, alegando que suas medidas de controle de infecção eram injustas e não científicas. As cadeias de restaurantes Saizeriya Co. e Skylark Holdings Co. disseram que permanecerão abertas enquanto cumprem a proibição de bebidas alcoólicas, informou o jornal Nikkei na sexta-feira, 23 de abril.

A maioria dos especialistas em saúde afirma que a adesão geral às regras de higiene e o distanciamento social ajudaram o Japão a manter os novos casos e as mortes por COVID-19 relativamente baixos. Algo que não foi visto em outros países, como Grã-Bretanha e França, onde o bloqueio de circulação de pessoas foi bastante rígido.

Em abril do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a ingestão de bebidas alcoólicas pode diminuir a resposta imunológica de uma pessoa ao COVID-19. Mas não está claro se o próprio ato de beber ajuda a espalhar o vírus.

"O álcool é potencialmente um risco físico para a pessoa devido ao aumento das chances de aspiração de gotículas salivares no ar. Mas é mais um risco social à medida em que reduz a adesão às técnicas de prevenção contra o vírus", disse Jason Treto, especialista em doenças infecciosas de Edmonton, Canadá.


Fonte: Japan Today. 


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sábado, 24 de abril de 2021

Retorno do estado de emergência.

Declaração do estado de emergência para Tokyo e região de Osaka.


Tóquio - O primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga declarou estado de emergência nesta sexta-feira, 23 de abril, para Tóquio e para as províncias de Osaka, Kyoto e Hyogo. O retorno do estado de emergência é mais um esforço do governo para conter o aumento de casos de coronavírus durante o longo feriado japonês do Golden Week.

Declaração do estado de emergência para Tokyo e região de Osaka.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga durante a declaração do estado de emergência nesta sexta-feira. Foto: Kyodo News.

Restrições mais severas, como pedir aos restaurantes e bares para que não sirvam bebidas alcoólicas e fechar temporariamente as principais instalações comerciais, estarão em vigor a partir deste domingo, 25 de abril, e terminarão no dia 11 de maio.

O estado de emergência é anunciado faltando apenas três meses para o início das Olimpíadas de Tóquio. As novas restrições cobrirão cerca de um quarto da população do Japão e cerca de um terço de sua economia.

"Devemos tomar medidas fortes e de maneira focada para controlar o vírus. Muitas pessoas estarão de folga durante o feriado do Golden Week", disse Suga numa sessão parlamentar antes de finalizar a decisão das restrições no combate a COVID-19.

Embora o estado de emergência não acarrete um bloqueio rígido como alguns outros países impuseram, o governo japonês decidiu que pessoas em grandes eventos será proibido. Operadores de trens e ônibus serão solicitados a encerrar as operações mais cedo durante o horário noturno da semana. Também haverá a redução dos serviços do transporte público nos fins de semana e feriados.

Os estabelecimentos de venda de comida, como restaurantes e bares, serão solicitados a fechar as portas até as 20 horas. Locais que servem bebidas alcoólicas e/ou que oferecem serviços de karaokê deverão ser fechados totalmente.

As principais instalações comerciais, como lojas de departamentos e shopping centers, também deverão fechar mais cedo. A exceção fica para as lojas que vendem artigos de primeira necessidade que continuarão abertas mesmo com o estado de emergência implantado.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse que pedirá às empresas o desligamento das luzes após as 20 horas para evitar que as pessoas continuem nas ruas até tarde da noite.

Segundo Shigeru Omi, o estado de emergência pode ser estendido se a situação não melhorar o suficiente. Omi é um especialista em doenças infecciosas que preside um subcomitê do governo para resposta ao coronavírus.

Um quase estado de emergência já está em vigor nas principais cidades de Tóquio, Osaka, Kyoto, Hyogo e em outras 6 províncias. Neste caso, as medidas consistem no fechamento de restaurantes e bares às 20 horas da noite. O limite de participação de até 5.000 pessoas em grandes eventos deve ser respeitado nessa fase.

Mas o quase estado de emergência não obteve o êxito em reduzir os casos de coronavírus pelo país. A contagem nacional de novas infecções ultrapassou 5.000 novos casos pelo terceiro dia consecutivo nesta sexta-feira. Osaka, atualmente enfrentando o pior surto da doença no país, registrou mais de 1.000 novos casos pelo quarto dia consecutivo. No mesmo dia, Tóquio registrou 759 casos e Hyogo relatou um recorde de 567 casos.

Especialistas em saúde no Japão alertaram sobre a disseminação de variantes altamente contagiosas do coronavírus pelo país. A preocupação é maior durante o feriado do Golden Week, uma época tradicional para muitas pessoas viajarem pelo país.

Yasutoshi Nishimura, ministro responsável pela resposta do governo no combate ao coronavírus, pediu às pessoas  que ficassem em casa e evitassem passeios não essenciais durante o estado de emergência.

A crescente pressão sobre os hospitais também é uma outra preocupação. Até ontem, Osaka já não tinha mais leitos hospitalares para pacientes em situação grave de COVID-19.

O primeiro-ministro disse que a terceira declaração do estado de emergência do país não afetará a realização das Olimpíadas e Paraolímpicas de Tóquio. Suga reitera que o governo continuará os esforços para garantir os jogos olímpicos de forma segura e protegida.

Suga deve adicionar a província de Ehime à lista de prefeituras sob o quase estado de emergência. As restrições  mais rigorosas para essa província começará a entrar em vigor neste domingo.

As províncias de Miyagi e Okinawa estavam programadas para encerrar as medidas de restrições em 5 de maio. Mas a data foi alterada e as medidas para essas duas províncias se estenderão até o dia 11 de maio.


Fonte: Kyodo News.


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sexta-feira, 23 de abril de 2021

Maquiagem para homens.

Empresários japoneses estão gastando mais dinheiro com maquiagem em meio à pandemia.


Tóquio - A pandemia do coronavírus levou muitas empresas no Japão à beira da ruína financeira, mas Takumi Tezuka viu seus negócios se expandirem durante o mesmo período da crise.

Empresários japoneses estão gastando mais dinheiro com maquiagem em meio à pandemia.
Yoshihiro Kazumi faz maquiagem no salão Ikemen-Works, Tóquio. Foto: Asahi Shimbun.

Tezuka é dono de um salão de beleza masculino em Tóquio, a Ikemen-Works, e sua base de clientes só aumentou desde o ano passado. Sua nova clientela é formada por empresários japoneses na faixa dos 40, 50 e 60 anos. Esses clientes tinham pouco interesse em maquiagem antes da pandemia começar, mas agora as coisas mudaram. Por causa do trabalho remoto, muitos homens estão preocupados com a aparência durantes as suas reuniões online.

Uma grande empresa japonesa de cuidados pessoais, a Shiseido, diz que uma de suas linhas de maquiagem masculina teve um crescimento de dois dígitos durante a pandemia. A Shiseido menciona o mesmo motivo dado ao salão Ikemen-Works: os homens, confrontados constantemente com a visualização dos seus rostos durante as reuniões online, querem melhorar o que veem pela tela do computador ou em outros gadgets.

"Antes da pandemia, a maioria dos nossos clientes era homens de aproximadamente 20 anos. Mas graças ao trabalho remoto, agora temos mais clientes. Muitos homens jovens buscam uma transformação radical na aparência. Já os homens mais velhos querem mostrar uma versão um pouco melhor de si mesmos usando maquiagem", disse Tezuka.

"Homens maduros, com idade de 40  a 60 anos, procuram o nosso salão porque eles sentem a necessidade de usar maquiagem. Isso ocorre porque os homens que trabalham em casa têm mais chance de ver os seus rostos durante as reuniões em vídeo e, por causa disso, a preocupação com a aparência aumentou", explica Tezuka.

A indústria da beleza masculina está se expandindo no Japão. De acordo com a empresa de pesquisa Fuji Keizai Group, o mercado de cosméticos masculinos cresceu cerca de 600 bilhões de ienes (US$ 5,5 bilhões), para uma estimativa de 623 bilhões de ienes de 2018 a 2019.

Tezuka afirma que os homens mais velhos tendem a gastar mais dinheiro com a vaidade e as visitas deles ao seu salão são mais constantes. Já os homens mais jovens, de 20 a 30 anos, as vindas ao salão de beleza é menos regular se comparado aos homens mais velhos.

Um dos novos clientes da Ikemen-Works, Yoshihiro Kamichi, 44 anos, veio ao salão para fazer maquiagem pela primeira vez.

Kamichi escolheu maquiagem para as pálpebras e aplicou base no rosto. Um maquiador aparou cuidadosamente a suas sobrancelhas e contornou o seu nariz e rosto com sombras de cor castanha.

"Quem é essa pessoa? Fiquei surpreso com o quão diferente eu pareço agora", disse Kamichi enquanto se olhava no espelho.

No ano passado, a Shiseido lançou filtros de maquiagem para as mulheres usarem em aplicativos de conversa como o Zoom. Depois disso, uma enxurrada de comentários do público masculino inundou a rede social da empresa, solicitando filtros para homens também.  

Só no mês passado que a Shiseido lançou gratuitamente os filtros de maquiagem online para homens usarem em videochamadas. Os filtros "fake" permitem que os usuários masculinos pareçam estar usando maquiagem no rosto em tempo real, como bálsamos anti-manchas e base.

A Uno, marca de cosméticos masculinos da Shiseido, está expandindo sua idade-alvo para os seus produtos de beleza, de homens com 20 anos para homens com 40 anos.

"Acho que o coronavírus criou uma certa situação que estimula os homens a estarem mais atentos à condição de suas peles. Vimos um crescimento de vendas mesmo em meio à pandemia", disse o gerente assistente da marca Uno, Yoshiyuki Matsuo.

Para tornar os cosméticos acessíveis aos homens, a loja japonesa de produtos de beleza @cosme Tokyo criou uma seção inteira dedicada a itens de maquiagem masculino e unissex. O lançamento foi feito no ano passado em sua loja recém-inaugurada perto da estação Harajuku, uma área badalada de Tóquio.

Um cliente da @cosme Tokyo, Kenta Yamashita, cabelereiro de 24 anos,  usa cosméticos diariamente.

"Há homens que não compram cosméticos porque é difícil para eles aparecerem na loja. Agora, eu achei bom termos esta seção. Mas, eu gostaria que a loja tornasse a seção maior para que os homens pudessem aparecer com mais frequência por aqui", disse Yamashita.


Fonte: The Asahi Shimbun. 


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quinta-feira, 22 de abril de 2021

Difícil de vacinar.

Alguns residentes estrangeiros no Japão consideram ser vacinados em outros países contra o coronavírus.


Tóquio - A lenta vacinação contra a COVID-19 no Japão está levando alguns residentes estrangeiros a pensar em voar para outros países em busca de vacinas o mais rápido possível. A pandemia do coronavírus vem aumentando aos poucos no Japão e a previsão de vacinação da maioria pessoas está longe de começar.

Alguns residentes estrangeiros no Japão consideram ser vacinados em outros países contra o coronavírus.
Vacinação da população do Japão começou no início de abril, mas somente idosos podem ser vacinados. 

O primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga negociou com o CEO da Pfizer Inc. no último sábado para garantir mais doses da vacina no país. Após a negociação, os futuros lotes das vacinas devem ser suficientes para todos os residentes até setembro. Isso é satisfatório mesmo depois do início das Olimpíadas de Tóquio, mas está muito atrás do ritmo de vacinação da maioria das grandes economias do mundo.

O Japão só começou a vacinar sua considerável população idosa neste mês de abril. Especialistas em saúde dizem que a vacinação pode estender até o próximo inverno, ou mais, para a maioria da população.

Não está claro quantos estrangeiros estão viajando para fora do Japão em busca de vacinas contra COVID-19, mas é um tema muito discutido nas redes sociais e nos círculos de negócios.

"Posso dizer que ouvi falar de executivos que vão a seus países de origem para vacinar", disse Michael Mroczek, presidente do Conselho Empresarial Europeu no Japão. Ele acrescenta que o número de pessoas que fazem isso é limitado devido à necessidade de quarentena ao retornar para o Japão.

Marc Wesseling é um residente estrangeiro no Japão de longa data que não podia esperar mais. O cofundador de uma agência de publicidade em Tóquio voou este mês para Cingapura, onde a sua empresa tem um escritório. A sua decisão faz parte da obtenção das doses da vacina o mais breve possível e conseguir visitar os seus pais na Holanda com segurança.

"Eu amo o país e desejo-lhe tudo de bom", disse Wesseling sobre o Japão durante a sua quarentena em Cingapura. 

"O país não é o mais rápido. Acho que muita gente fica frustrada, especialmente quando você quer as Olimpíadas e tudo mais. Vamos pessoal! Faça acontecer! O mundo inteiro está fazendo isso. Por que esperar?", acrescenta Wesseling.

O Japão vacinou cerca de 1% de sua população, em comparação com 2,9% da Coréia do Sul que começou mais tarde a vacinação. Em comparação com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, cada um destes países já conseguiu vacinar pelo menos 40% da população, de acordo com um rastreador da Reuters.

Em breve, as Maldivas oferecerão vacinas contra COVID-19 aos visitantes estrangeiros como parte de uma campanha "visita, vacinação e férias", disse o ministro do turismo do popular destino do oceano Índico à CNBC na semana passada.

Atualmente, o Japão está impedindo os turistas de entrarem no país e não é fácil para os residentes se vacinarem no exterior e voltarem. A necessidade das duas doses da vacina levaria um total de tempo de pelo menos algumas semanas, ou geralmente mais. Na hora de voltar ao Japão, o país exige uma quarentena de duas semanas para as pessoas que chegam do exterior, mesmo que elas já tenham sido vacinadas.

"Se você gostaria de voltar ao seu país de origem para a inoculação, tudo bem", disse na sexta-feira passada o ministro da vacina contra COVID-19 no Japão, Taro Kono. Ele também acrescenta: "Alguns países têm uma taxa mais alta de coronavírus do que o Japão. Então, você deve considerar qual lugar é mais seguro para a sua saúde."

Os maiores especialistas em saúde no Japão dizem que a pandemia da COVID-19 já entrou numa quarta onda de contágio na população.

Medidas quase emergenciais foram impostas em 10 províncias. A cidade de Osaka solicitou uma declaração de emergência completa nesta terça-feira em meio a uma recuperação de casos provocados pela mutação do vírus. Tóquio pode fazer um pedido semelhante no próximo final de semana, disse a mídia local.

Lauren Jubelt pensou em voltar para a sua casa na Flórida, Estados Unidos, para tomar a vacina, mas mudou de ideia. Decidiu que não valia a pena correr o risco de ficar presa no exterior se o Japão fechasse as suas fronteiras.

"Fico frustrada quando vejo a minha família nos Estados Unidos tomando a vacina", disse Jubelt, que trabalha com marketing digital em Osaka. Ela acrescenta: "Não temos nem uma data sólida de quando poderemos obter as doses da vacina. Mas, por outro lado, os casos de COVID-19 estão aumentando novamente no Japão."


Fonte: Japan Today.   


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quarta-feira, 21 de abril de 2021

Pequeno cinema de luxo.

Cinema de apenas nove lugares em época de pandemia da COVID-19.


Osaka - Com apenas nove poltronas, um novo conceito de sala de cinemas está oferecendo exibições de filmes num ambiente luxuoso e com a proteção contra o novo coronavírus.

Cinema de apenas nove lugares em época de pandemia da COVID-19.
O espaçoso Gran Theatre no Aeon Cinema Theatus Shinsaibashi  em Osaka. Foto: Asahi Shimbun.

A sala de exibição de nove lugares, o Gran Theatre, faz parte do Aeon Cinema Theatus Shinsaibashi. O cinema é um multiplex com sete diferentes salas de exibições que foi inaugurado no 12º andar do complexo comercial Shinsaibashi Parco em 16 de março.

Medidas antivírus estão em vigor em todo o cinema multiplex para prevenir a propagação da COVID-19.

No complexo de salas de cinema, todos os 382 assentos são separados por divisórias anti-gotículas para evitar o contato com outras pessoas ao lado da poltrona. Os assentos, portas e paredes da sala de exibição são revestidos com agentes antibacterianos e antivirais.

A exclusiva sala de exibição Gran Theatre privilegia uma maior privacidade ao expectador, oferecendo, no total, apenas três fileiras de três poltronas reclináveis elétricas.

Cinema de apenas nove lugares em época de pandemia da COVID-19.
Todas as poltronas são de couro na sala Gran Theatre. Há muito espaço e conforto. Foto: Gigazine.

Os assentos macios revestidos de couro são espaçosos e confortáveis, tornando mais fácil para o público mudar a postura e esticar as pernas durante a sessão de cinema. 

O rosto e os movimentos da pessoa sentada na poltrona adjacente são bloqueados pela divisória , permitindo que cada expectador se concentre em qualquer filme que esteja sendo exibido. As divisórias das poltronas podem ser abaixadas quando familiares, amigos e casais se sentam lado a lado no cinema.

O projeto da sala Gran Theatre também fez um grande esforço para alcançar a qualidade de som perfeita. O lugar é equipado com sistema Dolby Atmos que produz som surround. Trinta e sete autofalantes estão instalados no teto e nas paredes, mais de quatro vezes o número de um teatro de tamanho comparável. O público também pode ouvir sons estereoscópicos, como cenas de chuva caindo.

Keisuke Inoue, gerente geral do cinema multiplex, disse que o complexo de salas oferece uma experiência que vai além dos serviços de streaming em casa.

"Queremos que o público desfrute a sessão de cinema com uma tela grande de ótima qualidade de som. Queremos proporcionar uma experiência memorável em assistir aos filmes nesta sala de exibição", disse Inoue.  

O preço da entrada para o Gran Theatre é de 4.000 ienes (cerca de US$ 36,40). O valor já está incluso uma cerveja artesanal ou outra bebida e mais um lanche. O pedido pode ser feito na própria sala de exibição. Após a escolha, um funcionário irá pegar o pedido e entregará a comida antes da sessão começar. 

Cinema de apenas nove lugares em época de pandemia da COVID-19.
No Gran Theatre, o menu de lanches e bebidas no apoio de braço da poltrona. Foto: Gigazine.


Nikkey ON!: Pelas fotos da matéria, a sala de cinema do Aeon é incrível. Agora, a pandemia do coronavírus tem que dar uma trégua em Osaka porque o negócio está feio por lá...


Fontes: The Asahi Shimbun / Gigazine Net. 


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terça-feira, 20 de abril de 2021

Difícil de entrar no Japão.

País endurece as regras dos certificados de teste da COVID-19 para viajantes.


Chiba - Nesta segunda-feira, dia 19 de abril, o Japão endureceu suas regras sobre os certificados de teste de coronavírus nos aeroportos internacionais do país. 

País endurece as regras dos certificados de teste da COVID-19 para viajantes.
Passageiro vindo do exterior tem o seu certificado de teste da COVID-19 verificado no aeroporto de Narita. Foto: Kyodo News.

Todos os passageiros que chegam ao Japão devem apresentar o certificado do teste dentro do aeroporto após o desembarque. Se o documento não atender às condições exigidas na hora da checagem, em princípio, o passageiro terá a sua entrada negada no país.

Desde março, o Japão pedia às companhias aéreas que negassem o embarque de passageiros sem os resultados negativos do teste de coronavírus, obtidos 72 horas antes da partida.

Até o último domingo, 18 de abril, as autoridades da quarentena no Japão ainda permitiam passageiros que chegassem ao país com informações insuficientes nos certificados. Nesse caso,  os passageiros impossibilitados de entrar no país eram designados para uma instalação e teriam a chance de refazer o teste após três dias.

Mas as autoridades japonesas disseram que esse tratamento alternativo não estará mais disponível, já que o país está sofrendo com o aumento de infecções da COVID-19.

Para entrar no Japão a partir de agora, o passageiro deve obter um certificado que comprove resultados negativos para o coronavírus com base em amostras de nasofaringe ou de saliva. Essas amostras devem ser coletadas com até 72 horas de antecedência da viagem.

O Japão não aprova os testes de antígenos e de anticorpos como certificados para entrar no país.

Dada a disseminação do coronavírus pelo mundo, atualmente o Japão só permite a entrada de cidadãos japoneses e estrangeiros residentes, bem como os estrangeiros em "circunstâncias excepcionais".

As autoridades do Japão também estão solicitando às companhias aéreas, nacionais e estrangeiras, que restrinjam o número de passageiros que planeja entrar no país.


Fonte: Kyodo News.


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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Uma cápsula do tempo no polo sul.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.


Tóquio - Pesquisadores japoneses encontraram uma rara lata de Coca-Cola e pacotes de chicletes da marca Lotte congelados por mais de 50 anos na Antártida. Os itens achados foram trazidos de volta ao Japão.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.
Lata de Coca-Cola encontrada na Antártida. Foto: The Mainichi.

A equipe de inverno da expedição japonesa de pesquisa da Antártida descobriu a lata e os chicletes em setembro de 2020. Os itens foram levados para a Antártida por uma antiga equipe de expedição japonesa há mais de meio século atrás. Uma cerimônia de devolução dos objetos a cada fabricante foi realizada no Instituto Nacional de Pesquisa Polar na cidade de Tachikawa, Tóquio, em 15 de abril. Os participantes da cerimônia comemoraram a devolução dos itens perdidos na Antártida.

A 61º equipe de inverno da expedição japonesa de pesquisa da Antártida, que realizou missões na região congelada entre novembro de 2019 e fevereiro de 2021, foi quem fez a descoberta dos objetos congelados. Quatro membros da equipe encontraram por acaso uma caixa de papelão enterrada na neve, com as palavras "comida de emergência" escritas na embalagem da caixa. No local onde os itens foram achados, a equipe fazia uma rota de observações do movimento da crosta terrestre, num lugar chamado Mukaiiwa, cerca de 5 km a leste da estação Showa no continente Antártico.

Além da lata de Coca-Cola e dos pacotes de goma de mascar Lotte, havia dentro da caixa comida e tangerina enlatadas também. Embora não esteja claro quando as mercadorias foram levadas para lá, é possível estimular um provável ano da fabricação dos produtos. O design da lata de Coca-Cola achada enterrada na neve é da primeira versão enlatada do refrigerante, lançada no Japão em 1965. Pelo ano de lançamento da lata, acredita-se que antigos membros das expedições da 7º equipe japonesa, ou de outras equipes em diante, foram os responsáveis no transporte das mercadorias para a Antártida.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.
Chicletes da marca Lotte encontradas na Antártida. Foto: The Mainichi.

A lata de refrigerante encontrada não é do tipo "pull-tab" (argola de puxar), mas um tipo raro de lata que requer um abridor que a Coca-Cola do Japão não tem mais em seu acervo. Na parte de fora da lata, os caracteres japoneses em katakana são na cor amarela e impressos verticalmente num fundo vermelho.

A respeito das gomas de mascar encontradas junto com a lata, a Lotte informou que uma equipe de expedição japonesa de pesquisa da Antártida originalmente pediu à empresa o desenvolvimento da embalagem do chiclete "Cool Mint" (menta refrescante). Na embalagem da goma há a ilustração de um pinguim, que simboliza a Antártida, e uma lua crescente amarela em um fundo verde. O design "antártico" da embalagem foi criado em 1960. Um representante da Lotte disse que vai analisar detalhadamente o estado de conservação das gomas de mascar no laboratório da empresa.

Yuichi Aoyama, o líder da 61º equipe de expedição japonesa, entregou a lata de Coca-Cola e os pacotes de chicletes da Lotte aos seus respectivos fabricantes durante a cerimônia.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.
Yuichi Aoyama entrega a antiga lata a um representante da Coca-Cola do Japão. Foto: The Mainichi.

Akino Sasaki, membro do departamento de marketing da Coca-Cola do Japão, recebeu a antiga lata e comentou o seguinte: "Fiquei muito surpresa e feliz em saber da descoberta. Quero levar a lata de volta à empresa e mostrá-la a todos em breve. Também queremos exibir o achado no museu da Coca-Cola em Atlanta, nos Estados Unidos."


Fonte: The Mainichi.  


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domingo, 18 de abril de 2021

A história das máscaras no Japão.

Do século 19 até os dias modernos: um olhar sobre o uso das máscaras na sociedade japonesa.


Tóquio - Durante a prolongada pandemia do coronavírus pelo mundo, as máscaras de tecido se tornaram itens essenciais no uso cotidiano de várias pessoas de todos os países. Mas a sua história no Japão não é amplamente conhecida pelas pessoas.

Do século 19 até os dias modernos: um olhar sobre o uso das máscaras na sociedade japonesa.
As polêmicas máscaras "Abenomasks", distribuídas gratuitamente no Japão em 2020. Foto: The Mainichi.

Um repórter do jornal Mainichi conversou com Tamotsu Hirai, 69 anos, um farmacêutico da cidade de Tachikawa, Tóquio. Hirai também é chefe da Associação dos Farmacêuticos de Kitatama e coleciona máscaras antigas há mais de 20 anos.

Olhando para a enorme coleção de máscaras de Hirai, que começa da Era Meiji (1868 - 1912) e vai até a Era Showa (1926 - 1989), a entrevista foi uma interessante história sobre a relação da sociedade japonesa com as máscaras.

A primeira máscara que o senhor Hirai mostra ao repórter, é um modelo feito na Era Meiji. A máscara estava armazenada numa pequena caixa de papelão e sua tampa é decorada com desenho de um homem trajando roupas japonesas. Embora seja bem pequena, a máscara é um pouco pesada. O seu interior é forrado com tecido vermelho e com barras de metal alinhadas por dentro.

A história das máscaras no Japão.
Máscara feita no Japão no período Meiji (1868-1912). Parte da coleção de Hirai. Foto: The Mainichi.

Segundo Hirai: "Esta é talvez a máscara para os consumidores em geral mais antiga que se tem notícia no Japão. Em 1879 (ano 12 do período Meiji), um antigo vendedor de equipamentos médicos com sede em Tóquio, publicou um anúncio de jornal chamando a máscara de 'aparelho respiratório'. Esse modelo que tenho em minha coleção, parece ser do mesmo período da publicação do jornal. Naquela época, as máscaras eram itens importados. O anúncio da máscara no jornal diz que o modelo é bem feito e acessível. Aparentemente, o usuário teria que colocar gazes na região da boca para cobri-las com a máscara."

O termo "máscara" (massukô, em japonês) começou a ser difundida pela grande maioria dos japoneses após a pandemia da gripe espanhola nos anos de 1918 a 1920 (anos 7 a 9 da Era Taisho). Foi então que surgiu as máscaras de tecido com nervuras e os filtros internos passaram a ser de material celulóide (plástico) invés de metal.
 
A história das máscaras no Japão.
Máscaras produzidas durante a pandemia da gripe espanhola (1918-1920). Foto: The Mainichi.

"A demanda aumentou e alguns fabricantes aproveitaram para aumentar os seus preços. Como as máscaras vendidas no mercado não eram suficientes para atender a todos, os setores privado e público trabalharam juntos para recomendar às pessoas o uso de máscaras feitas à mão", explicou Hirai.

Quando a sociedade japonesa finalmente se acalmou após a pandemia da gripe espanhola, surgiram máscaras de alta qualidade feitas de veludo e couro, ao contrário das comumente encontradas no mercado. Na coleção, uma das caixas de máscaras mostra uma mulher com um chapéu bege e uma máscara da mesma cor. Sobre o tipo de máscara, Hirai disse: "Com o dinheiro de hoje, uma máscara dessa custaria cerca de 3.500 ienes (cerca de US$ 32,15). Provavelmente era um tipo de máscara que simbolizava o status da época. A máscara tem aparência afiada, parecida com bicos de criaturas do folclore, como Goblin (espécie de duende verde) e Karasu Tengu (criatura do folclore japonês com corpo de humano e cabeça de corvo). Para esse modelo, eu dei o nome de máscaras do estilo Karasu Tengu."

A história das máscaras no Japão.
Máscaras produzidas no final do período Taisho (1912-1926). Elas foram artigos de moda da época. Foto: The Mainichi.

Na época em que o Japão entrou na guerra, surgiu no mercado as "máscaras patriotas". O modelo era feito com uma única camada de gaze fina e com cordões presos. De acordo com a embalagem que acompanha esse modelo de máscara, é dito o seguinte: "Os resfriados estão chegando! Prepare-se para emergências e proteja-se com um salva-vidas."

O que Hirai disse sobre as "máscaras patriotas": "É uma mudança muito significativa. No primeiro momento da história, buscou-se a funcionalidade das máscaras. Em seguida, as máscaras tornaram-se itens da moda. Com a chegada da guerra, a escassez de materiais levou a fabricação de máscaras baratas de gaze simples. No final da guerra, com o Japão derrotado, as máscaras de gaze ainda continuaram como a principal opção para a população japonesa."

A história das máscaras no Japão.
Máscaras simples usadas durante a guerra. Foto: The Mainichi.

Na coleção do farmacêutico, também inclui pacotes de remédios para resfriados vendidos por vendedores porta a porta no período pós-guerra, originários principalmente na província de Toyama. "A maioria das embalagens inclui imagens de mulheres mascaradas. O termo de beleza mascarada até chegou a ser usado na época", disse Hirai. 

A história das máscaras no Japão.
Pacotes de remédios para resfriados vendidos no período pós-guerra com imagens de mulheres mascaradas. Foto: The Mainichi.

O repórter do jornal perguntou ao colecionador quando iniciou a tendência das máscaras descartáveis no Japão: "Da década de 80 em diante. Nessa época, as alergias ao pólen se tornaram comum em todo o país. As máscaras descartáveis foram bem aceitas pela sociedade japonesa porque são convenientes e limpas (tira a embalagem plástica e, depois do uso, joga a máscara no lixo)."

Tamotsu Hirai formou-se na escola de farmácia da Universidade de Kita-Sato. Enquanto administrava uma farmácia em sua cidade natal, ele também visitava vários mercados de antiguidades em diferentes áreas.

A história das máscaras no Japão.
Tamotsu Hirai com uma das máscaras da sua coleção. Foto: The Mainichi.

"Embora eu pesquise a história da medicina e dos materiais de higiene em geral, a pessoa só vai ter noção de como eles são, assim que estiver com os produtos em suas mãos. Não são apenas máscaras que possuo. Tenho mais de 20.000 itens na coleção, incluindo letreiros e outras coisas. Alugo dois lugares para guardar todos os meus objetos da coleção", disse Hirai.

O repórter também perguntou a Hirai se ele tinha algum rival, alguém que tem o mesmo tipo de coleção que ele faz. Ele respondeu um "Não" naturalmente. 

Hirai também foi entrevistado pela mídia alemã sobre a sua coleção. Sobre isso, ele disse: "Parecia que os alemães estavam muito interessados sobre a cultura das máscaras do Japão. Há muito tempo que o país tem o costume de esconder a boca com papel japonês durante os rituais xintoístas. E também, há a tendência de usar capuzes que cobrem a cabeça e a boca.

Numa impressão em xilogravura colorida nishiki-e do período Edo (1603 - 1867), é retratada uma clínica médica japonesa da época. A obra, que mostra alguns dos tratamentos médicos daquele tempo, inclui um homem usando uma toalha de mão sobre a boca. Segundo o colecionador, essa tradição de cobrir a boca já existia no passado, levando a crer que os japoneses já estavam acostumados com o uso de máscaras. 

A história das máscaras no Japão.
Uma impressão em xilogravura colorida nishiki-e de uma clínica da época do período Edo (1603-1867). Foto: The Mainichi.


"Na área política, os governadores de diferentes províncias também usam máscaras associadas a uma especialidade da região governada por eles. O uso de máscaras não se trata apenas de prevenir infecções, mas também observar com atenção ao design delas. O Japão é o único lugar no mundo em que as coisas são assim", disse Hirai.

Na última parte da entrevista, o repórter perguntou a Hirai se ele adicionou na sua coleção as polêmicas máscaras "Abenomask". As Abenomasks foram distribuídas gratuitamente para todos os residentes no Japão em 2020, durante o governo do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe. "No momento, elas estão inclusas na minha coleção", disse Hirai.

Nikkey ON!: o texto é tirado de uma entrevista feita por um repórter do jornal japonês Mainichi. Alguns trechos relatados na entrevista de Hirai, são frutos do conhecimento e de opiniões pessoais do colecionador aos seus objetos antigos. Para mais informações, sugiro aos leitores do blog procurar por outras fontes de pesquisa sobre o assunto desta matéria.


Fonte: The Mainichi.  


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sábado, 17 de abril de 2021

Brincando em local de trabalho.

Quatro jovens são demitidos por gravar um vídeo fazendo farra num restaurante.


Oita - No dia 15 de abril, um responsável da rede de restaurantes de carne grelhada "yakiniku" da cidade de Beppu, província de Oita, anunciou a demissão por justa causa de 4 trabalhadores temporários por postar um vídeo inapropriado nas redes sociais. No vídeo, eles brincam com a comida do restaurante durante o horário de trabalho.

Quatro jovens são demitidos por gravar um vídeo fazendo farra num restaurante.
Imagem do vídeo mostra um dos jovens colocando sundae cremoso na boca, diretamente da máquina. Foto: The Mainichi. 

A empresa Daishin Industry Co., com sede na cidade de Beppu, publicou um pedido de desculpas em seu site oficial. Na nota, a empresa diz aos seus clientes que lamenta profundamente pelo ocorrido, num momento em que medidas de higiene deveriam ser rigorosas devido à pandemia do coronavírus.

O vídeo, que se espalhou rapidamente nas redes sociais, mostra os jovens funcionários brincando no restaurante com a comida que deveria ser jogada no lixo. Eles colocam em suas bocas espaguete, bolo e outras coisas e cospem toda comida no chão da cozinha. Além disso, um dos rapazes coloca o rosto sob uma máquina de sundae cremoso e se serve com a massa gelada diretamente em sua boca.

De acordo com a Daishin Industry Co., os quatro jovens são todos universitários e trabalhavam em regime temporário de meio período. O vídeo, com cerca de 30 segundos de duração, foi aparentemente gravado pouco antes do final do horário comercial, por volta da meia-noite do dia 13 de abril. Um dos jovens postou o vídeo em sua conta privada do Instagram. Logo depois, a gravação foi compartilhada por usuários em várias plataformas de mídia social. O assunto se espalhou ainda mais depois que um popular influenciador digital assistiu ao vídeo e comentou sobre a farra em seu canal do Youtube.

Por volta das 22h30 do dia 14 de abril, a empresa ficou sabendo do problema após receber inúmeros telefonemas em aproximadamente 10 das suas redes de restaurantes na província de Oita. No dia seguinte do escândalo, os quatro funcionários admitiram a culpa dizendo: "Nós nos empolgamos. Esta foi a primeira vez que brincamos assim."

A empresa pronunciou dizendo que vai tomar uma atitude futura a respeito do assunto com um advogado corporativo. A Daishin Industry Co. disse ao jornal Mainichi: "Através do ocorrido, perdemos credibilidade como uma rede de restaurantes já estabelecida na comunidade. Lamentamos muito." 


Fonte: The Mainichi.


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