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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

O Grande Terremoto de Hanshin-Awaji.

Japão homenageia as vítimas do terremoto de Kobe nesta quarta-feira.


Kobe - O dia 17 de janeiro de 1995 é uma data que muitos japoneses nunca vão esquecer. Há exatos 29 anos, o Grande Terremoto de Hanshin-Awaji destruía a cidade portuária de Kobe, província de Hyogo, deixando um saldo de 6.434 mortos.

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Japão homenageia as vítimas do terremoto de Kobe nesta quarta-feira.
Na madrugada desta quarta-feira, 17 de janeiro, várias pessoas se reuniram em um parque de Kobe, para homenagear as vítimas do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji. Foto: NHK News.

Em um parque do bairro Chuo, região turística e portuária de Kobe, moradores locais organizaram uma homenagem para as vítimas do desastre de 1995. Através de várias velas, dentro de pedaços de bambu, os organizadores formaram os enormes números "1.17", que representam a data do terremoto. Além disso, eles também formaram a palavra japonesa "Tomoni" com as velas, que significa "juntos" em português.

A palavra "Tomoni" foi escolhida este ano, para expressar a solidariedade de Kobe às pessoas afetadas pelo terremoto da Península de Noto, província de Ishikawa. O terremoto de Noto ocorreu no dia 1 de janeiro de 2024. Essa especial homenagem também é uma forma de transmitir as experiências, e lições obtidas de antigos desastres, para as gerações mais jovens.

Várias pessoas foram ao parque e fizeram um momento de silêncio às 5h46 da manhã, horário exato em que ocorreu o Grande Terremoto de Hanshin-Awaji, em Kobe. No mesmo dia, só que no período da tarde, uma outra homenagem foi realizada no local, lembrando das vítimas do recente terremoto de Noto, às 16h10.

Em 1995, mais de 300 mil pessoas de Kobe, e de regiões vizinhas, foram evacuadas para escolas e outras instalações de emergência após o terremoto. O Gabinete de Governo de Kobe afirma que mais de 900 sobreviventes morreram posteriormente, devido aos ferimentos sofridos e a deterioração da saúde pelo longo tempo vivendo em lugares improvisados.

O número de possíveis mortes relacionadas ao terremoto de Noto está aumento com o passar dos dias. A gestão da saúde das pessoas afetadas na província de Ishikawa, e o apoio à reconstrução de suas vidas, tornou-se um grande desafio.


Fonte: NHK News.


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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Feliz Ano Novo no Japão.

Alguns dos melhores santuários xintoístas para "hatsumode" no Japão.


Tóquio - Se você estiver no Japão durante o Ano Novo, não há melhor maneira de celebrar o "oshogatsu" (Ano Novo Japonês) sem deixar de visitar um santuário xintoísta ou um templo budista.

A primeira visita do ano ao santuário, ou templo, é conhecida (em japonês) como "hatsumode". Esse momento é para orar por boa sorte e prosperidade para o ano novo que começa. 

A maioria dos japoneses vão em um dos três primeiro dias de janeiro (ou até mesmo à meia-noite do dia 31 de dezembro). O lugar pode estar lotado de pessoas, que pode incomodar aqueles que não gostam de aglomerações, mas isso faz parte da experiência cultural para um estrangeiro no Japão.

O blog do GaijinPot listou dez dos melhores santuários xintoístas do Japão, para você visitar e orar durante o hatsumode. É claro que se você não estiver próximo desses santuários listados, qualquer outro santuário (ou templos budistas) perto da região japonesa onde você vive, servirá como uma grande experiência de Ano Novo Japonês. 

Aqui está os dez da lista:

01) Meiji Jingu (Tóquio): Maior santuário de Tóquio. Fica em um grande terreno próximo da estação Harajuku. Mais de três milhões de pessoas visitam o santuário para o Hatsumode.

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Meiji Jingu, em Tóquio. Foto: iStock.


02) Tsurugaoka Hachimangu (Kanagawa): O santuário fica na cidade de Kamakura, província de Kanagawa. Construído em 1603, esse santuário é muito popular como local de hatsumode. Estação de trem mais próximo: Estação Kamakura.

Tsurugaoka Hachimangu, em Kanagawa. Foto: iStock.


03) Ise Jingu (Mie): Fica localizado na cidade de Ise, província de Mie. O santuário é o mais importante do Japão. O lugar venera "Amaterasu", a deusa do sol. Ise Jingu é muito popular para a primeira visita do ano, para ver o primeiro nascer do sol na entrada do santuário. Estação de trem mais próximo: Estação Ujiyamada.

Ise Jingu, em Mie. Foto: iStock.


04) Atsuta Jingu (Aichi): Fica localizado na cidade de Nagoya, província de Aichi. Dos três tesouros sagrados dados pela Deusa do Sol ao primeiro imperador do Japão, um (a espada) está guardado em Atsuta Jingu. Isso torna o santuário incrivelmente sagrado e popular. Estações de trens mais próximas: Estação Atsuta, Estação Atsuta Jingu Nishi e Estação Jingu-Mae.

Atsuta Jingu, em Aichi. Foto: iStock.


05) Fushimi Inari Taisha (Kyoto): O complexo de santuários é conhecido mundialmente pelos túneis vermelhos de portões torii. O local é muito visitado pelos turistas estrangeiros quando eles chegam na cidade de Kyoto. Estação mais próxima: Estação Inari.

Fushimi Inari Taisha, em Kyoto. Foto: iStock.


06) Sumiyoshi Taisha (Osaka): Sede de mais de 2.000 santuários afiliados no país, Sumiyoshi Taisha é o local ideal para se estar durante o Ano Novo no distrito de Sumiyoshi (cidade de Osaka), com dezenas de milhares de visitantes prestando suas homenagens. Estações de trens mais próximas: Estação Sumiyoshitaisha e Estação Sumiyoshi-Higashi.

Sumiyoshi Taisha, em Osaka. Foto: iStock.


07) Itsukushima Jinja (Hiroshima): É considerado um dos locais mais bonitos do Japão. Com seu icônico torii flutuante e localizado na ilha de Hiroshima, este santuário é um lugar perfeito para a primeira visita do ano. É necessário pagar uma taxa para entrar (300 ienes + 100 iene). Estação de trem mais próxima: Estação Hiroden-Miyajimaguchi.

Itsukushima Jinja, em Hiroshima. Foto: iStock.


08) Izumo Taisha (Shimane): Localizado na cidade de Izumo, província de Shimane, Izumo Taisha é conhecido como o reino dos deuses, e há um poder espiritual palpável ali. Estação de trem mais próxima: Estação Izumotaisha-Mae.

Izumo Taisha, em Shimane. Foto: iStock.


09) Dazaifu Tenmangu (Fukuoka): Localizado na cidade de Dazaifu, nos arredores da cidade de Fukuoka. O local é dedicado ao espírito do erudito estudioso Michizane Sugawara. É muito visitado pelos estudantes, para orar pelo sucesso nos exames escolares. Estação de trem mais próxima: estação Dazaifu.

Dazaifu Tenmangu, em Fukuoka. Foto: iStock.


10) Hokkaido Jingu (Hokkaido): Quando os sinos tocam, anunciando o ano novo, os moradores de Sapporo dirigem-se para Hokkaido Jingu. Localizado no Parque Maruyama e consagrando o Imperador Meiji (entre outros deuses), Hokkaido Jingu recebe a visita de mais de 800.000 pessoas durante os primeiros três dias de janeiro. Estação de trem mais próxima: Estação Maruyama Koen.

Hokkaido Jingu, em Sapporo. Foto: iStock.


Fontes: Japan Today / GaijinPot.


Feliz Ano Novo Pessoal! Que tudo se realize no ano de 2024.     




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sábado, 11 de março de 2023

Uma bebida de muitos anos atrás.

Primeira cerveja produzida no Japão é recriada após 400 anos.


Nagasaki - Um museu da cidade de Hirado, província de Nagasaki, recriou (o que se acredita ser) a primeira cerveja fabricada no Japão. Mas como? Vamos ver um pouco de história.

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Primeira cerveja produzida no Japão é recriada após 400 anos.
A primeira cerveja do Japão, com o nome "Revival Hirado 1636", foi recriada através de uma antiga receita holandesa, que utiliza açúcar mascavo como ingrediente principal. A cerveja de 400 anos é um projeto criado pelo museu da cidade de Hirado, província de Nagasaki, e uma cervejaria de Tokushima. Foto: NHK News.

A "cerveja de 400 anos atrás" foi produzida com base nos livros de contabilidade de uma antiga casa comercial, chamada Hirado Dutch Trading Post. Nesse local funcionava um centro de importação de produtos vindos do Leste Asiático, durante o Período Edo (1603 - 1868). A importação de produtos de outros países, iniciada há 400 anos, foi a grande responsável pela formação da cidade de Hirado.

Dentro do acervo do museu, que leva o mesmo nome do antigo comércio de importação, os livros de contabilidade mostram o registro da entrada do açúcar mascavo no Japão, em 1636. O açúcar serviu para a fabricação de cerveja no país. 

Segundo o museu, este é o registro mais antigo do Japão, que mostra a importação de açúcar para a produção de cerveja no Período Edo.

Em 2022, o museu lançou um projeto para reviver a cerveja histórica, em parceria com uma cervejaria da província de Tokushima.

A versão recriada da antiga cerveja foi baseada em uma receita holandesa. A Holanda usou essa receita, com o açúcar mascavo como ingrediente principal, para produzir cervejas e exportá-las para os países do Oriente. Acredita-se que o mosto (líquido de fermentação alcoólica) era armazenado em barris de carvalho, naquele tempo, na Holanda. Atualmente, lascas de carvalho são usadas para realçar o aroma de bebidas alcoólicas.

Yoshiharu Okayama, diretor do museu Hirado Dutch Trading Post, disse, para a reportagem da NHK, que a cerveja pode ter sido usada como uma ferramenta de interação social na cidade de Hirado, entre japoneses e estrangeiros, durante o século 17. Agora, Okayama espera que a recriação da antiga cerveja também sirva de instrumento de intercâmbio entre moradores de Hirado e os turistas.

A cerveja "Revival Hirado 1636" pode ser encontrado no museu e em lojas da cidade de Hirado. Os interessados também podem comprar a cerveja através da internet.


Fontes: NHK News / Teller Report


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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Tradicional Festival Baikasai.

Gueixas trazem vida e cor ao festival das flores de ameixa, no santuário de Kyoto.


Kyoto - No último sábado, 25 de fevereiro, gueixas e suas aprendizes (maiko) serviram chá aos visitantes do santuário Kitano Tenmangu, na cidade de Kyoto, durante o festival das flores de ameixa "Baikasai".

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Gueixas trazem vida e cor ao festival das flores de ameixa, no santuário de Kyoto.
Maiko (aprendizes de gueixas) servem chá aos visitantes durante o festival Baikasai, na cidade de Kyoto, em 25 de fevereiro de 2023. Foto: The Mainichi.

Uma cerimônia do chá, ao ar livre, foi realizada num terreno do santuário, no distrito de Kamigyo Ward (Kyoto). No local, flores de ameixa (de cores vermelhas e brancas) davam um toque especial, durante seu pico de florescência. O festival é realizado para homenagear o estudioso, poeta e político da era Heian, Sugawara no Michizane (845 d.C. - 903 d.C.). O estudioso também foi um grande amante das flores.

O festival Baikasai é realizado no aniversário de morte de Michizane. A homenagem é feita todos os anos, desde o final do período Heian (794 - 1185). Ramos de flores de ameixas e outras oferendas são adornados no local, para cultuar a alma de Michizane. Gueixas e maiko preparam e oferecem xícaras de chá para as pessoas na entrada do santuário.

Desde 1952, a cerimônia do chá ao ar livre é realizada anualmente. Essa cerimônia é em homenagem a uma grande festa do chá do século 16, promovido pelo samurai, e também senhor feudal do período Sengoku, Toyotomi Hideyoshi (1536 - 1598).

Este ano, o número de ingressos vendidos foi reduzido, para evitar uma possível propagação da COVID-19. Gueixas e maiko permaneceram, o tempo todo, com suas máscaras faciais durante a cerimônia do chá.


Fontes: The Mainichi / Wikipédia.


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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Grande descoberta arqueológica no Japão.

Pesquisadores japoneses descobrem objetos do período Kofun, na província de Nara.


Nara - O Centro Municipal de Pesquisa de Propriedades Culturais de Nara e o Instituto Arqueológico da Prefeitura de Nara anunciaram nesta quarta-feira, 25 de janeiro, a descoberta de dois tesouros arqueológicos da era Kofun (período histórico do Japão, entre os anos 300 e 538 d.C.).

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Pesquisadores japoneses descobrem objetos do período Kofun, na província de Nara.
Pesquisadores japoneses examinam a espada de ferro, com mais de 2 metros de comprimento, encontrada no túmulo de Tomio Maruyama, datado do século IV d.C. Foto: Kyodo.

Arqueólogos desenterraram, em um antigo cemitério Kofun, um espelho de bronze e uma enorme espada de ferro. O espelho tem formato de escudo e a espada tem mais de 2 metros de comprimento. Os objetos foram encontrados no kofun redondo de Tomio Maruyama, um antigo túmulo construído no século IV depois de Cristo.

Seigo Wada, diretor do Museu de Arqueologia da Prefeitura de Hyogo, disse o seguinte sobre a descoberta: "Eu fico me perguntando qual era o status da pessoa enterrada com esses objetos. O espelho e a espada são objetos muito incomuns, preciosidades jamais encontradas anteriormente na arqueologia japonesa. Há grandes expectativas para o estudo aprofundado do conteúdo do caixão".

O Centro de Pesquisa de Nara começou a escavar o túmulo de Tomio Maruyama no ano fiscal de 2018. Durante as escavações, pesquisadores encontraram uma instalação funerária que abriga um caixão de madeira de 5 metros de comprimento. Sobre o caixão havia a espada de ferro e o espelho de bronze, encrustados numa camada de argila.

Esta foi a primeira vez que um espelho de bronze, em forma de escudo, foi descoberto em um sítio arqueológico no Japão. Especialistas acreditam que a espada era um instrumento cerimonial para afastar os maus espíritos, e não uma arma, pois seu tamanho é muito grande.

O conselho de educação de Nara planeja estudar o conteúdo do caixão durante o ano fiscal de 2023, ou num futuro breve.

Em relação ao local da escavação onde a espada e o espelho foram encontrados, o conselho de educação pretende abrir o espaço arqueológico para a observação do público, entre os dias 28 e 29 de janeiro. 

O espelho e a espada ainda não serão mostrados ao público. Primeiramente, os objetos estão passando por um processo de restauração, sem uma data certa de quando isso terminará.


Fontes: The Asahi Shimbun / Wikipédia.


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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Marcas de um passado americano.

Prisão de nipo-americanos, na época da Segunda Guerra Mundial, é lembrada em eventos nos Estados Unidos.


Washington - Durante a Segunda Guerra Mundial, o dia 7 de dezembro de 1941 ficou marcado pelo ataque militar japonês contra os Estados Unidos na base naval de Pearl Harbor, em Honolulu, Havaí. O ataque surpresa, feito pelo serviço aéreo imperial da marinha japonesa, levou os Estados Unidos a entrar formalmente na guerra no dia seguinte.

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Prisão de nipo-americanos, na época da Segunda Guerra Mundial, é lembrada em eventos nos Estados Unidos.
O dia do aniversário da lei que obrigou o encarceramento dos nipo-americanos em campos de concentração nos Estados Unidos, na época da Segunda Guerra, é lembrado durante os eventos de debate, em alguns estados americanos. Foto: NHK News.

Cerca de dois meses após o ataque, o governo norte-americano decidiu privar todos os descendentes de japoneses, residentes nos Estados Unidos, de seus direitos civis dentro do território americano.

Em 19 de fevereiro de 1942, o então presidente norte-americano, Franklin Roosevelt, assinou uma ordem executiva que levou ao encarceramento de vários nipo-americanos, desde imigrantes japoneses até os seus filhos nascidos na América. 

Cerca de 120.000 americanos de ascendência japonesa e outros japoneses foram enviados como estrangeiros hostis para os campos de concentração construídos nos Estados Unidos. Os campos, situados em 7 estados norte-americanos, ficaram ocupados por prisioneiros entre os anos de 1942 e 1948.

Para lembrar os 80 anos da ordem de encarceramento dos nipo-americanos, eventos foram realizados nos Estados Unidos no último sábado, 19 de fevereiro, com a intenção de aumentar a conscientização sobre a discriminação racial no país.

Um painel de discussão foi realizado no estado americano de Idaho, lugar onde abrigou um dos campos de concentração para asiáticos.

Um palestrante nipo-americano, Jon Osaki, cujos pais foram enviados para um campo de concentração, disse que as pessoas dos Estados Unidos deram as costas ao encarceramento dos descendentes de japoneses durante a guerra. Ele ainda afirmou que problemas semelhantes existem até hoje no país.

Outro membro do painel de discussão, Ronald Bush (um ex-juiz americano), disse que está havendo um rápido e grave aumento dos crimes de ódio no país, com alguns dados sugerindo que um, em cada cinco asiáticos, foi vítima de racismo. Ele complementou dizendo que isso mostra que a discriminação racial continua sendo um sério problema na sociedade atual.

Na última sexta-feira, o atual presidente norte-americano, Joe Biden, divulgou uma declaração sobre uma ordem executiva na imprensa americana. Ele disse que os Estados Unidos nunca mais se envolverão em um ato tão anti-americano que foi a prisão dos nipo-americanos na década de 40.


Fontes: NHK News / Wikipédia.


Imagem das Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022

Imagem das Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022.
Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 - mensagem no topo do Estádio Nacional de Pequim: "Um Mundo": Estamos todos em um único mundo! Foto: Getty Images.


Tabela de Medalhas de Pequim 2022
Tabela de Medalhas de Pequim 2022.
Quadro final de medalhas das Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022 - 20 de fevereiro de 2022. Fonte: Olympics.com


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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Comidas japonesas para o ano novo.

O que comer durante o Oshogatsu para atrair sorte e prosperidade, segundo a tradição japonesa.


O Oshogatsu no Japão é considerado uma data sagrada pelos japoneses, recheada de costumes que buscam renovação e prosperidade para o ano novo que vai chegar. Sendo um momento importante, uma das tradições dos japoneses é a preparação, ou compra, da comida especial de ano novo: o "osechi ryori" ou, simplesmente, "osechi".

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O que comer durante o Oshogatsu para atrair sorte e prosperidade, segundo a tradição japonesa.
Comida especial de ano novo no Japão: osechi ryori. Foto: Wikipédia.

A tradição do osechi ryori começou no período Heian (794 - 1185). Osechi são facilmente reconhecíveis por suas caixas especiais, chamadas "juubako". Composta por camadas de caixas decoradas, o conjunto juubako é geralmente mantida empilhada antes e após o uso.

Dentro de cada juubako existe outras pequenas caixas onde as porções do osechi são cuidadosamente inseridas separadamente. Cada pequena porção que compõe o osechi tem um significado especial para comemorar o Ano Novo. Vejamos alguns exemplos:

* Daidai - fatias de laranja japonesa amarga - Simboliza o desejo por filhos no novo ano que chega.

* Datemaki - pedaços de omelete doce, com pasta de peixe ou camarão amassado. Simboliza o desejo por muitos dias prósperos.

* Kamaboko - fatias de bolinhos de peixe processado - A cor e a forma dos bolinhos lembram o sol nascente do Japão e têm um significado comemorativo.

* Kazunoko - ovas de arenque (peixe) - Também simboliza o desejo de ter muitos filhos no novo ano que chega.

* Kombu - alga marinha - Simboliza a alegria.

* Kuro mame - grãos de soja preta - Simboliza o desejo de saúde no ano novo.

* Kohaku namasu - significa "vegetais vermelho e branco". É composto de rabanete e cenoura cortados em tiras finas e conservados em vinagre adocicado com sabor de yuzu (toranja japonesa). As cores simbolizam sorte.

* Tai - dourada do mar (peixe) - Simboliza um evento próspero.

* Tazukuri - sardinhas secas, cozidas em molho de soja - O prato simboliza uma colheita abundante para o novo ano.

* Zôni - sopa com bolinhos de arroz (mochi), com vegetais e com caldo claro ou caldo de misô. Tomar a sopa no ano novo traz sorte.

* Ebi - camarões cozidos com saquê e molho de soja. Simboliza o desejo de longa vida, sugerindo barba comprida e cintura torta.

* Nishiki tamago - doce fino, feito de ovo e açúcar, composto por camadas de gema e clara sobrepostas, lembrando um rocambole. O amarelo do doce é o ouro e o branco é a prata. As duas cores juntas simbolizam riqueza e fortuna.

Os nomes japoneses de cada porção do osechi são escritos em ideogramas japoneses (kanji) específicos, levando a associação de palavras da língua japonesa como sorte, saúde, prosperidade e filhos. E a sociedade japonesa também leva em conta o formato e a cor da comida para trazer sorte no ano novo.

Outros pratos tradicionais do Oshogatsu.


* Kagami mochi - dois bolinhos de arroz sobrepostos, com uma laranja (daidai) decorando o topo do mochi. Os mochis empilhados significam "o velho e o novo", indicando sucesso para mais um novo ano que inicia. O mochi é considerado um alimento sagrado pelos japoneses, simbolizando sorte e prosperidade.

O que comer durante o Oshogatsu para atrair sorte e prosperidade, segundo a tradição japonesa.
Kagami mochi. Foto: Wikipédia.

* Kinako mochi - bolinho de arroz, caramelizado com uma mistura de soja, açúcar e água, e por fim coberto com farelo de kinako (farelo de soja). Comer o kinako mochi no ano novo também traz sorte, conforme a tradição japonesa.

O que comer durante o Oshogatsu para atrair sorte e prosperidade, segundo a tradição japonesa.
Kinako mochi. Foto: Tasteatlas.

* Toshikoshi soba - macarrão de farinha de trigo sarraceno. Os fios de macarrão soba simbolizam "vida longa". Já o caso do trigo sarraceno, a sua história diz que ele pode sobreviver a climas severos durante o seu período de crescimento e, portanto, o soba representa força e resiliência.

O que comer durante o Oshogatsu para atrair sorte e prosperidade, segundo a tradição japonesa.
Toshikoshi soba. Foto: LiveJapan.

Depois de tanta comida, você ficou com fome? Alguns dos pratos mencionados acima, você pode adaptar alguns no seu jantar ou almoço de ano novo. Agora, se você quiser, o seu réveillon pode ter só pratos típicos da culinária japonesa ou só comida brasileira ou tudo misturado. Enfim, o que importa é ter uma passagem de ano com fartura, e que toda comilança se transforme em sorte, saúde e prosperidade para você em  2022. Feliz Ano Novo!


Fonte: Wikipédia.


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quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Oskar Schindler do Japão.

Praça de Jerusalém é inaugurada em homenagem ao diplomata japonês que salvou judeus durante a Segunda Guerra Mundial.


Jerusalém - Na última segunda-feira, 11 de outubro, uma cerimônia foi realizada em Jerusalém para nomear uma praça em homenagem a um falecido japonês de grande importância na comunidade judaica. O homenageado, o ex-diplomata japonês Chiune Sugihara, salvou vários judeus durante a Segunda Guerra Mundial nos anos de 1940. 

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Praça de Jerusalém é inaugurada em homenagem ao diplomata japonês que salvou judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Nobuki Sugihara, filho do cônsul Chiune Sugihara, discursando durante a cerimônia de inauguração da praça que leva o nome de seu pai em Jerusalém. Foto: Kyodo. 

A praça Chiune Sugihara foi inaugurada no sudoeste de Jerusalém com a presença do prefeito da cidade, Moshe Lion, do atual embaixador do Japão em Israel, Koichi Mizushima, do filho do homenageado, Nobuki Sugihara, bem como o comparecimento de algumas das pessoas salvas pelo ex-diplomata e seus descendentes.

Chiune Sugihara foi um cônsul japonês na cidade de Kaunas, na Lituânia. O cônsul foi responsável pela emissão de mais de 2.000 vistos de trânsito para vários refugiados judeus em 1940. Por causa da sua ajuda, Sugihara é até hoje conhecido pelos judeus como "Schindler do Japão", em alusão à famosa história de Oskar Schindler, empresário alemão que também salvou vários judeus durante o nazismo na antiga Alemanha.

Embora exista vários locais que homenageia Sugihara em Israel, esta é a primeira vez que uma praça pública leva o seu nome.

O quarto filho do falecido cônsul, Nobuki Sugihara, atualmente morando na Bélgica, fez um discurso na cerimônia de inauguração exaltando a importância que o seu pai proporcionou aos judeus durante o período da guerra. Ele também disse que é importante esses fatos da história, presentes na memória dos sobreviventes do nazismo, sejam passadas para os seus descendentes com a intenção de construir um mundo melhor no futuro.

Desafiando as instruções do Ministério das Relações Exteriores do Japão na época da Segunda Guerra, Chiune Sugihara emitiu por conta própria vários vistos de trânsito para os judeus perseguidos pelos nazistas. Ele ajudou um grande número de judeus a sair da Europa e entrar no Japão temporariamente, com o propósito de que os refugiados procurassem outros países mais seguros para viver.

Um dos sobreviventes presentes na inauguração, Berl Schor, 94 anos, recebeu o visto de trânsito do cônsul Sugihara na década de 40. Ele fugiu pela União Soviética e entrou pelo Japão em um porto de Tsuruga, na província de Fukui.

"Sugihara era um homem muito bom. Ele viu as dificuldades das pessoas e percebeu que estávamos em apuros", disse Schor.


Fontes: The Mainichi / The Asahi Shimbun.



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domingo, 16 de maio de 2021

A linha de sucessão imperial do Japão.

Os herdeiros do império: a luta da monarquia japonesa com a iminente crise de sucessão ao trono.


Tóquio - De acordo com o Wikipédia, " a atual linha de sucessão ao Trono do Crisântemo é baseada na Lei da Casa Imperial Japonesa. Atualmente, apenas os homens têm permissão para suceder ao trono do Japão. A Lei da Casa Imperial de1889 foi a primeira lei japonesa a regular a sucessão imperial. Em 1947, a lei de 1889 foi revogada e substituída pela Lei de Sucessão Imperial de 1947 que implementou o princípio da primogenitura agnática (parentesco do mesmo sangue). Em todas as instâncias,  a sucessão dá preferência do homem mais velho para o mais novo."

Os herdeiros do império: a luta da monarquia japonesa com a iminente crise de sucessão ao trono.
A linhagem da família imperial japonesa e seus herdeiros ao trono. Foto: The Celebritist / Youtube.

Baseado na Lei de Sucessão Imperial onde a herança de toda riqueza, estado ou função de uma nação passa de pai para o filho mais velho, observa-se uma preocupação do Japão com o futuro sucessório da família imperial.  A linha de sucessão monárquica japonesa está cada vez mais reduzida e há mais princesas do que príncipes herdeiros dentro da hierarquia.

Um painel de especialistas do governo iniciou uma discussão sobre como lidar com a escassez de herdeiros. Uma pesquisa de âmbito nacional feita em 2018, mostrou que quatro em cada cinco pessoas do país são favoráveis com a ideia de que princesas herdeiras possam assumir o trono imperial japonês.

Resolver a crise de sucessão ganhou maior urgência devido à escassez de homens na monarquia mais antiga do mundo. Em 2019, o imperador Akihito, depois de 30 anos no poder, abdicou ao trono por motivos de saúde.

O atual imperador Naruhito, que sucedeu seu pai, o ex-imperador Akihito, tem apenas uma filha, a princesa Aiko, atualmente com 19 anos. Se Aiko casar-se com um plebeu, terá que deixar a família imperial e se tornar uma cidadã comum. Dessa forma, ela não poderá se tornar uma imperatriz no futuro e nem seus descendentes terão o direito a linha de sucessão imperial. Isso se antes não houver uma mudança na lei.

Diante disso, seguindo a ordem de linha de sucessão imperial, existe apenas dois príncipes herdeiros com direito ao trono: o irmão do imperador Naruhito, o príncipe Fumihito (ou príncipe Akishino) de 55 anos; e o sobrinho do imperador, filho mais novo do príncipe Fumihito, o príncipe Hisahito de 14 anos. Existe também uma terceira possibilidade, mas pouco provável, do príncipe Hitachi (Masahito) assumir o trono imperial. O príncipe Hitachi, de 85 anos, é o irmão mais novo do ex-imperador Akihito e tio do imperador Naruhito.

Recentemente, a polêmica causada em torno do casamento da princesa Mako com um plebeu, a filha mais velha do príncipe Fumihito, aumentou a pressão para repensar na proibição de mulheres em se tornarem imperatrizes reinantes.

Mas as mudanças na lei de sucessão do país são bem improváveis, embora apenas sete membros mais jovens da família imperial têm menos de 40 anos, sendo que seis membros são formados por princesas.

De acordo com o jornal Mainichi, já se abriram divisões dentro do painel do governo japonês que alertou que se mulheres continuassem a deixar a corte, se casando com plebeus, a casa imperial não poderia manter nenhum outro membro da mesma geração do "príncipe Hisahito". 

Em 2005, a então princesa Nori, filha mais nova do ex-imperador Akihito e irmã do imperador Naruhito, se casou com um japonês plebeu e renunciou seu título de nobreza. Com o casamento, a ex-princesa passou a ter um sobrenome (os membros da corte imperial japonesa não possuem sobrenomes) e passou a se chamar Sayako Kuroda. De acordo com a Lei de Sucessão Imperial de 1947, a princesa Nori deixou de receber o auxílio monetário imperial com o seu casamento, mas recebeu um dote de mais de US$ 1 milhão para se tornar esposa de um plebeu.

A respeito da iminente crise de sucessão imperial japonesa, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, disse aos membros do painel do governo que eles estavam lidando com uma questão que "vai muito além da própria fundação deste país". Os especialistas no assunto disseram que o atual primeiro-ministro tem "pouco apetite" para confrontar os conservadores do seu partido, que insistem em manter uma política patrilinear. 

Sendo assim como dizem, por mais que se discuta o tema no país sobre as mulheres com direito de serem imperatrizes reinantes ou não, a lei de sucessão ao trono do império japonês continuará do jeito que está, seguindo a tradição antiga e conservadora da monarquia.


Fontes: News on Japan / Wikipédia.


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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Uma cápsula do tempo no polo sul.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.


Tóquio - Pesquisadores japoneses encontraram uma rara lata de Coca-Cola e pacotes de chicletes da marca Lotte congelados por mais de 50 anos na Antártida. Os itens achados foram trazidos de volta ao Japão.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.
Lata de Coca-Cola encontrada na Antártida. Foto: The Mainichi.

A equipe de inverno da expedição japonesa de pesquisa da Antártida descobriu a lata e os chicletes em setembro de 2020. Os itens foram levados para a Antártida por uma antiga equipe de expedição japonesa há mais de meio século atrás. Uma cerimônia de devolução dos objetos a cada fabricante foi realizada no Instituto Nacional de Pesquisa Polar na cidade de Tachikawa, Tóquio, em 15 de abril. Os participantes da cerimônia comemoraram a devolução dos itens perdidos na Antártida.

A 61º equipe de inverno da expedição japonesa de pesquisa da Antártida, que realizou missões na região congelada entre novembro de 2019 e fevereiro de 2021, foi quem fez a descoberta dos objetos congelados. Quatro membros da equipe encontraram por acaso uma caixa de papelão enterrada na neve, com as palavras "comida de emergência" escritas na embalagem da caixa. No local onde os itens foram achados, a equipe fazia uma rota de observações do movimento da crosta terrestre, num lugar chamado Mukaiiwa, cerca de 5 km a leste da estação Showa no continente Antártico.

Além da lata de Coca-Cola e dos pacotes de goma de mascar Lotte, havia dentro da caixa comida e tangerina enlatadas também. Embora não esteja claro quando as mercadorias foram levadas para lá, é possível estimular um provável ano da fabricação dos produtos. O design da lata de Coca-Cola achada enterrada na neve é da primeira versão enlatada do refrigerante, lançada no Japão em 1965. Pelo ano de lançamento da lata, acredita-se que antigos membros das expedições da 7º equipe japonesa, ou de outras equipes em diante, foram os responsáveis no transporte das mercadorias para a Antártida.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.
Chicletes da marca Lotte encontradas na Antártida. Foto: The Mainichi.

A lata de refrigerante encontrada não é do tipo "pull-tab" (argola de puxar), mas um tipo raro de lata que requer um abridor que a Coca-Cola do Japão não tem mais em seu acervo. Na parte de fora da lata, os caracteres japoneses em katakana são na cor amarela e impressos verticalmente num fundo vermelho.

A respeito das gomas de mascar encontradas junto com a lata, a Lotte informou que uma equipe de expedição japonesa de pesquisa da Antártida originalmente pediu à empresa o desenvolvimento da embalagem do chiclete "Cool Mint" (menta refrescante). Na embalagem da goma há a ilustração de um pinguim, que simboliza a Antártida, e uma lua crescente amarela em um fundo verde. O design "antártico" da embalagem foi criado em 1960. Um representante da Lotte disse que vai analisar detalhadamente o estado de conservação das gomas de mascar no laboratório da empresa.

Yuichi Aoyama, o líder da 61º equipe de expedição japonesa, entregou a lata de Coca-Cola e os pacotes de chicletes da Lotte aos seus respectivos fabricantes durante a cerimônia.

Pesquisadores japoneses encontram uma rara lata de refrigerante e gomas de mascar congeladas na Antártida.
Yuichi Aoyama entrega a antiga lata a um representante da Coca-Cola do Japão. Foto: The Mainichi.

Akino Sasaki, membro do departamento de marketing da Coca-Cola do Japão, recebeu a antiga lata e comentou o seguinte: "Fiquei muito surpresa e feliz em saber da descoberta. Quero levar a lata de volta à empresa e mostrá-la a todos em breve. Também queremos exibir o achado no museu da Coca-Cola em Atlanta, nos Estados Unidos."


Fonte: The Mainichi.  


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domingo, 18 de abril de 2021

A história das máscaras no Japão.

Do século 19 até os dias modernos: um olhar sobre o uso das máscaras na sociedade japonesa.


Tóquio - Durante a prolongada pandemia do coronavírus pelo mundo, as máscaras de tecido se tornaram itens essenciais no uso cotidiano de várias pessoas de todos os países. Mas a sua história no Japão não é amplamente conhecida pelas pessoas.

Do século 19 até os dias modernos: um olhar sobre o uso das máscaras na sociedade japonesa.
As polêmicas máscaras "Abenomasks", distribuídas gratuitamente no Japão em 2020. Foto: The Mainichi.

Um repórter do jornal Mainichi conversou com Tamotsu Hirai, 69 anos, um farmacêutico da cidade de Tachikawa, Tóquio. Hirai também é chefe da Associação dos Farmacêuticos de Kitatama e coleciona máscaras antigas há mais de 20 anos.

Olhando para a enorme coleção de máscaras de Hirai, que começa da Era Meiji (1868 - 1912) e vai até a Era Showa (1926 - 1989), a entrevista foi uma interessante história sobre a relação da sociedade japonesa com as máscaras.

A primeira máscara que o senhor Hirai mostra ao repórter, é um modelo feito na Era Meiji. A máscara estava armazenada numa pequena caixa de papelão e sua tampa é decorada com desenho de um homem trajando roupas japonesas. Embora seja bem pequena, a máscara é um pouco pesada. O seu interior é forrado com tecido vermelho e com barras de metal alinhadas por dentro.

A história das máscaras no Japão.
Máscara feita no Japão no período Meiji (1868-1912). Parte da coleção de Hirai. Foto: The Mainichi.

Segundo Hirai: "Esta é talvez a máscara para os consumidores em geral mais antiga que se tem notícia no Japão. Em 1879 (ano 12 do período Meiji), um antigo vendedor de equipamentos médicos com sede em Tóquio, publicou um anúncio de jornal chamando a máscara de 'aparelho respiratório'. Esse modelo que tenho em minha coleção, parece ser do mesmo período da publicação do jornal. Naquela época, as máscaras eram itens importados. O anúncio da máscara no jornal diz que o modelo é bem feito e acessível. Aparentemente, o usuário teria que colocar gazes na região da boca para cobri-las com a máscara."

O termo "máscara" (massukô, em japonês) começou a ser difundida pela grande maioria dos japoneses após a pandemia da gripe espanhola nos anos de 1918 a 1920 (anos 7 a 9 da Era Taisho). Foi então que surgiu as máscaras de tecido com nervuras e os filtros internos passaram a ser de material celulóide (plástico) invés de metal.
 
A história das máscaras no Japão.
Máscaras produzidas durante a pandemia da gripe espanhola (1918-1920). Foto: The Mainichi.

"A demanda aumentou e alguns fabricantes aproveitaram para aumentar os seus preços. Como as máscaras vendidas no mercado não eram suficientes para atender a todos, os setores privado e público trabalharam juntos para recomendar às pessoas o uso de máscaras feitas à mão", explicou Hirai.

Quando a sociedade japonesa finalmente se acalmou após a pandemia da gripe espanhola, surgiram máscaras de alta qualidade feitas de veludo e couro, ao contrário das comumente encontradas no mercado. Na coleção, uma das caixas de máscaras mostra uma mulher com um chapéu bege e uma máscara da mesma cor. Sobre o tipo de máscara, Hirai disse: "Com o dinheiro de hoje, uma máscara dessa custaria cerca de 3.500 ienes (cerca de US$ 32,15). Provavelmente era um tipo de máscara que simbolizava o status da época. A máscara tem aparência afiada, parecida com bicos de criaturas do folclore, como Goblin (espécie de duende verde) e Karasu Tengu (criatura do folclore japonês com corpo de humano e cabeça de corvo). Para esse modelo, eu dei o nome de máscaras do estilo Karasu Tengu."

A história das máscaras no Japão.
Máscaras produzidas no final do período Taisho (1912-1926). Elas foram artigos de moda da época. Foto: The Mainichi.

Na época em que o Japão entrou na guerra, surgiu no mercado as "máscaras patriotas". O modelo era feito com uma única camada de gaze fina e com cordões presos. De acordo com a embalagem que acompanha esse modelo de máscara, é dito o seguinte: "Os resfriados estão chegando! Prepare-se para emergências e proteja-se com um salva-vidas."

O que Hirai disse sobre as "máscaras patriotas": "É uma mudança muito significativa. No primeiro momento da história, buscou-se a funcionalidade das máscaras. Em seguida, as máscaras tornaram-se itens da moda. Com a chegada da guerra, a escassez de materiais levou a fabricação de máscaras baratas de gaze simples. No final da guerra, com o Japão derrotado, as máscaras de gaze ainda continuaram como a principal opção para a população japonesa."

A história das máscaras no Japão.
Máscaras simples usadas durante a guerra. Foto: The Mainichi.

Na coleção do farmacêutico, também inclui pacotes de remédios para resfriados vendidos por vendedores porta a porta no período pós-guerra, originários principalmente na província de Toyama. "A maioria das embalagens inclui imagens de mulheres mascaradas. O termo de beleza mascarada até chegou a ser usado na época", disse Hirai. 

A história das máscaras no Japão.
Pacotes de remédios para resfriados vendidos no período pós-guerra com imagens de mulheres mascaradas. Foto: The Mainichi.

O repórter do jornal perguntou ao colecionador quando iniciou a tendência das máscaras descartáveis no Japão: "Da década de 80 em diante. Nessa época, as alergias ao pólen se tornaram comum em todo o país. As máscaras descartáveis foram bem aceitas pela sociedade japonesa porque são convenientes e limpas (tira a embalagem plástica e, depois do uso, joga a máscara no lixo)."

Tamotsu Hirai formou-se na escola de farmácia da Universidade de Kita-Sato. Enquanto administrava uma farmácia em sua cidade natal, ele também visitava vários mercados de antiguidades em diferentes áreas.

A história das máscaras no Japão.
Tamotsu Hirai com uma das máscaras da sua coleção. Foto: The Mainichi.

"Embora eu pesquise a história da medicina e dos materiais de higiene em geral, a pessoa só vai ter noção de como eles são, assim que estiver com os produtos em suas mãos. Não são apenas máscaras que possuo. Tenho mais de 20.000 itens na coleção, incluindo letreiros e outras coisas. Alugo dois lugares para guardar todos os meus objetos da coleção", disse Hirai.

O repórter também perguntou a Hirai se ele tinha algum rival, alguém que tem o mesmo tipo de coleção que ele faz. Ele respondeu um "Não" naturalmente. 

Hirai também foi entrevistado pela mídia alemã sobre a sua coleção. Sobre isso, ele disse: "Parecia que os alemães estavam muito interessados sobre a cultura das máscaras do Japão. Há muito tempo que o país tem o costume de esconder a boca com papel japonês durante os rituais xintoístas. E também, há a tendência de usar capuzes que cobrem a cabeça e a boca.

Numa impressão em xilogravura colorida nishiki-e do período Edo (1603 - 1867), é retratada uma clínica médica japonesa da época. A obra, que mostra alguns dos tratamentos médicos daquele tempo, inclui um homem usando uma toalha de mão sobre a boca. Segundo o colecionador, essa tradição de cobrir a boca já existia no passado, levando a crer que os japoneses já estavam acostumados com o uso de máscaras. 

A história das máscaras no Japão.
Uma impressão em xilogravura colorida nishiki-e de uma clínica da época do período Edo (1603-1867). Foto: The Mainichi.


"Na área política, os governadores de diferentes províncias também usam máscaras associadas a uma especialidade da região governada por eles. O uso de máscaras não se trata apenas de prevenir infecções, mas também observar com atenção ao design delas. O Japão é o único lugar no mundo em que as coisas são assim", disse Hirai.

Na última parte da entrevista, o repórter perguntou a Hirai se ele adicionou na sua coleção as polêmicas máscaras "Abenomask". As Abenomasks foram distribuídas gratuitamente para todos os residentes no Japão em 2020, durante o governo do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe. "No momento, elas estão inclusas na minha coleção", disse Hirai.

Nikkey ON!: o texto é tirado de uma entrevista feita por um repórter do jornal japonês Mainichi. Alguns trechos relatados na entrevista de Hirai, são frutos do conhecimento e de opiniões pessoais do colecionador aos seus objetos antigos. Para mais informações, sugiro aos leitores do blog procurar por outras fontes de pesquisa sobre o assunto desta matéria.


Fonte: The Mainichi.  


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