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sábado, 6 de abril de 2024

Refugiado poderá ser deportado.

Japão aplicará uma revisão na lei de imigração, podendo limitar pedidos de asilo.


Tóquio - A partir de junho deste ano, o Japão irá aplicar novas regras de triagem de refugiados, tornando aqueles que procuram asilo, mais de duas vezes, sujeitos à deportação.

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Japão aplicará uma revisão na lei de imigração, podendo limitar pedidos de asilo.
À partir de 10 de junho, o Japão irá aplicar uma revisão na lei de imigração do país, podendo limitar os pedidos de asilo e deportar os requerentes de asilo. Foto: The Mainichi.

O governo japonês decidiu, numa reunião de gabinete na sexta-feira (5 de abril), colocar em vigor a lei de imigração revista para o dia 10 de junho.

Na lei original, uma disposição protege os requerentes de asilo da deportação, enquanto seus pedidos de estatuto de refugiado estão sendo processados. No entanto, as autoridades observaram que algumas pessoas vêm apresentando pedidos de asilo sucessivos, apenas para evitar a deportação.

Com a revisão da lei, aqueles que apresentarem pedidos de asilo, pela terceira vez ou mais, serão deportados do Japão. Para não ser deportados nessa condição, o requerente deverá apresentar razões imperiosas.

Aqueles que enfrentam a deportação têm estado até agora encarcerados em princípio. Mas a revisão da lei permitirá que essas pessoas fiquem fora dos centros de detenção, vivendo sob a supervisão de apoiadores autorizados.

As mudanças geraram desconfianças, suscitando debates e levantando certas preocupações. Por causa disso, o Ministro da Justiça, Ryuji Koizumi, disse aos jornalistas que as autoridades irão monitorar, de perto, a forma como as novas regras serão aplicadas. 


Fonte: NHK News.


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domingo, 3 de dezembro de 2023

Quase refugiado.

Japão começa a oferecer novo status de entrada para estrangeiros originários de áreas de conflitos.

(Atenção: Alerta preventivo de tsunami no Japão. Veja as informações abaixo.)


Tóquio - A partir de sexta-feira, 1 de dezembro, o governo japonês introduziu um novo programa de apoio para estrangeiros que fogem de áreas de conflitos, mas não satisfazem os critérios do Japão para a concessão de status de refugiado. 

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Japão começa a oferecer novo status de entrada para estrangeiros originários de áreas de conflitos.
A partir de 1 de dezembro, o Japão começou a oferecer um novo status de entrada para estrangeiros originários de áreas de conflitos. Foto: NHK News.

Aqueles que se qualificarem dentro desta nova categoria, serão classificados como "quase refugiados". O novo programa foi criado levando em conta, principalmente, aos casos de ucranianos que fogem da guerra entre seu país, a Ucrânia, e a Rússia.

Se esses "quase refugiados" quiserem, eles poderão receber aulas de japonês e obter outras informações sobre como morar no Japão. Essas pessoas poderão receber apoio financeiro também, de acordo com o governo japonês.

A Agência de Serviços de Imigração afirmou que fará o possível para implementar o programa sem problemas. Além disso, ela também garante que todos que forem reconhecidos como "quase refugiados" recebam assistência adequada no país.


Fonte: NHK News.


ATENÇÃO: Alerta preventivo de tsunami  no Japão! Um tremor de terra, de magnitude 7.7, foi registrado na região das Filipinas às 23h37 (horário do Japão) neste sábado, 2 de dezembro. Segundo o canal de notícias da NHK, poderá ocorrer tsunami, de até 1 metro de altura (entre 1:00 am e 3:30 am, na madrugada de domingo no Japão), nas áreas litorâneas (costa do Oceano Pacífico) de: Okinawa, Kyushu, Shikoku, Kansai, Chubu, Kanto, Ilhas Ogasawara e Ilhas Miyako-jima/Yaeyama. Aqueles que estiverem nessas regiões citadas, mantenham-se afastados do mar e procurem um abrigo seguro mais próximo. Mantenham-se informados para novos alertas nos noticiários do Japão.



Fonte: Agência Meteorológica do Japão.


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segunda-feira, 18 de abril de 2022

Um "quase refugiado".

Japão considera a criação de um novo status de permissão de entrada para pessoas que fogem de seu país de origem.


Niigata - Neste sábado, 16 de abril, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, informou que o governo está estudando a criação de uma nova categoria de permissão de entrada temporária para refugiados no Japão.

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Japão considera a criação de um novo status de permissão de entrada para pessoas que fogem de seu país de origem.
Refugiados da Ucrânia chegam ao Japão pelo aeroporto de Haneda, em Tóquio. Foto: AP.

"O Ministério da Justiça do Japão está considerando um sistema para aceitar pessoas do exterior com um status de entrada equivalente à categoria de refugiados, do ponto de vista humanitário, mesmo que não se enquadre na convenção de refugiados de 1951", disse Kishida em uma reunião na cidade de Niigata.

O primeiro-ministro enfatizou que o novo sistema não discriminaria certos países (talvez ele se referiu aos países que o Japão não possui relações diplomáticas e/ou impôs sanções econômicas). Ele acrescentou que o Japão se esforçará para fazer o seu trabalho de acordo com a convenção sobre o estatuto dos refugiados.

De acordo com a convenção da Organização das Nações Unidas (ONU), um refugiado é uma pessoa que não pode retornar ao seu país ou não quer fazê-lo por causa de um grande temor de ser perseguido pelos seguintes motivos: raça, religião, nacionalidade, integrado a um grupo social e opinião política.

Pessoas que fogem de conflitos, como a guerra civil em Mianmar ou a retomada do poder da Al-Qaeda no Afeganistão, há muito tempo encontram um caminho estreito para obter status de refugiados no Japão. O governo japonês tradicionalmente reconhece apenas cerca de 1% dos pedidos dos refugiados, atraindo críticas de organizações de direitos humanos.

Recentemente, o Japão aceitou mais de 500 evacuados que fugiram da guerra na Ucrânia, desde o final do mês de fevereiro.


Fonte: Japan Today.


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domingo, 17 de abril de 2022

Do ucraniano para o japonês.

Empresa doa vários aparelhos de tradução simultânea para ajudar os refugiados no Japão.


Tóquio - Tenta imaginar a seguinte situação: uma pessoa recomeçando sua vida em outro país onde ela não tem nenhum conhecimento da língua local. Além disso, estando sozinha e sem ninguém para ajudar na tradução, ela tem que se virar para resolver os problemas simples do novo cotidiano. Complicado, não é mesmo?

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Empresa doa vários aparelhos de tradução simultânea para ajudar os refugiados no Japão.
Noriyuki Matsuda (esquerda), presidente da Pocketalk Corporation, entrega um dos aparelhos, de tradução simultânea de sua empresa, ao embaixador ucraniano do Japão, Sergiy Korsunsky. Foto: Kyodo News.

Pensando nisso, uma empresa japonesa doou, para a Embaixada da Ucrânia no Japão, 1.000 dispositivos eletrônicos de tradução simultânea, com a finalidade de ajudar os refugiados ucranianos que não dominam a língua japonesa.

A empresa Pocketalk Corporation, com sede em Tóquio, teve a iniciativa de doar os aparelhos no mês passado. O presidente da empresa, Noriyuki Matsuda, afirmou o seguinte: "Nossa missão é eliminar as barreiras linguísticas. Espero que os tradutores eletrônicos possam ajudar os refugiados ucranianos que estão recomeçando suas vidas no Japão".

O Pocketalk é um pequeno aparelho portátil (semelhante a um smartphone) que oferece uma tradução fácil e de forma instantânea. O usuário simplesmente aperta um botão no aparelho enquanto fala e a tradução é feita rapidamente no idioma escolhido na tela. O dispositivo também reproduz a tradução de uma frase.

Disponível em 70 idiomas, incluindo o ucraniano, o aparelho também pode processar outros 12 idiomas para os quais não possui funcionalidade de saída de voz. O total de unidades comercializadas, em todo mundo, já superou 900.000 tradutores, desde o lançamento do Pocketalk em 2017.

Durante a sua visita ao Japão em 2019, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, participou de um almoço organizado pela Associação Japonesa da Nova Economia, na qual o presidente da Pocketalk também estava lá. A conexão que teve com Zelenskyy durante o evento, fez com que Matsuda começasse a pensar numa forma de ajudar os ucranianos que estão fugindo da guerra.

"A maioria dos refugiados ucranianos não entende japonês. Eles ficaram agradecidos quando receberam os aparelhos", disse um funcionário da Embaixada da Ucrânia em Tóquio. Cerca de 100 tradutores eletrônicos já foram distribuídos diretamente em mãos ou enviados via correio para os refugiados no Japão.

Matsuda afirmou o seguinte: "Sempre trabalhamos para garantir que o nosso produto possa ser usado com o maior número possível de idiomas. É bom que também tenha suporte para a língua ucraniana". 

A empresa de Matsuda já distribuiu mais de 300 aparelhos Pocketalk para os refugiados ucranianos na Polônia, em uma cidade perto da fronteira com a Ucrânia.

De acordo com os dados da empresa Pocketalk, os casos de usuários que optaram por traduzir do ucraniano para outros idiomas aumentaram cinco vezes mais no final do mês de março, se comparado com o mês de janeiro deste ano. Provavelmente, muitos ucranianos começaram a usar o Pocketalk em outros países onde estão como refugiados.

Atualmente, o Japão tem mais de 500 refugiados vindos da Ucrânia. Se a guerra estender por mais tempo, esse número pode aumentar ainda mais.

Sobre seu produto, o presidente Matsuda disse: "Tenho certeza que os tradutores serão muito úteis para os ucranianos poderem compreender os processos administrativos em escritórios do governo local ou abrir uma conta bancária no Japão. Espero que os aparelhos também possam ajudar os refugiados a fazer novas amizades com os japoneses. Dessa forma, novos amigos poderão aliviar a solidão daqueles que estão separados de sua terra natal".


Fonte: Kyodo News.


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terça-feira, 12 de abril de 2022

Segura e sozinha.

Jovem se refugia no Japão, mas deseja muito voltar para Ucrânia em breve.


Osaka - No início de março, a ucraniana Lina Akintieva chegou ao Japão fugindo da guerra, depois de uma longa e solitária jornada a partir de sua cidade Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, até a cidade de Osaka.

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Jovem se refugia no Japão, mas deseja muito voltar para Ucrânia em breve.
A ucraniana Lina Akintieva caminha sob as flores de cerejeira em um parque próximo de seu apartamento, em Osaka. Foto: The Mainichi.

A jovem Akintieva (17 anos) era uma estudante universitária na Ucrânia e, nas horas vagas, modelo fotográfica. Ela já esteve várias vezes no Japão, trabalhando para revistas do mundo da moda. Entretanto, sua atual vinda ao país do sol nascente tem um significado diferente desta vez. Agora, ela vive como uma refugiada de guerra em Osaka, sendo apoiada por uma agência de modelos em que já trabalhou, das outras vezes, no Japão.

Antes da guerra começar, o mundo de Akintieva girava em torno de seus estudos, em uma universidade de Kharkiv, e seus trabalhos de modelo fotográfico para revistas de moda na Coréia do Sul e Japão. No entanto, na manhã do dia 24 de fevereiro, a sua vida começou a mudar drasticamente na Ucrânia. Ela foi acordada ao som de uma tremenda explosão. Era o primeiro dia da invasão russa em seu país.

Com as tropas russas avançando pelo território ucraniano, Akintieva ficou pensativa sobre o que poderia acontecer daqui para frente. No dia seguinte da primeira explosão, a estudante foi caminhar pelo bairro de Kharkiv e avistou várias pessoas, em longas filas, para comprar comida e água nos supermercados. No terceiro dia da invasão russa, houve uma nova e grande explosão durante a madrugada. O céu ficou todo iluminado e a fumaça se espalhou pela cidade em que morava. Nesse instante, os pais de Akintieva imploraram para que ela fugisse da Ucrânia, mesmo que sozinha. E foi isso que a jovem estudante fez.

Quando Akintieva conseguiu chegar ao Japão, uma agência de modelos a ajudou alugar um apartamento para morar em Osaka. Atualmente, a estudante tem alternado os seus dias trabalhando como modelo fotográfico, estudando, praticando ioga e fazendo caminhadas pelos parques japoneses. Mesmo estando segura no Japão, ela não consegue encontrar a paz, preocupada o tempo todo com a guerra na Ucrânia. 

Em sua primavera no Japão, Akintieva caminhou sob as flores de cerejeira em um parque próximo de seu apartamento. Quando viu os sakuras, ela afirmou que aquelas mesmas flores também irão florir na Ucrânia em breve. Há muitas árvores de sakura em Kharkiv e em outras regiões de seu país, símbolo da amizade entre Ucrânia e Japão . Num breve instante, ela começou a se sentir melancólica.

Todos os dias, Akintieva mantém contato com os seus pais e o namorado pela internet. Ambos continuam vivendo na Ucrânia e sempre dão incentivos para que ela continue morando em Osaka, mesmo estando sozinha. Ela afirma que seu namorado se preocupa mais com ela, vivendo no Japão, do que com ele mesmo, vivendo no meio da guerra.

Akintieva acrescentou que se preocupa incansavelmente com o seu país e com o que irá acontecer por lá futuramente. Assim que a guerra acabar, a jovem pretende voltar para Ucrânia o mais rápido possível, onde está sua família que ela ama muito.


Fonte: The Mainichi.


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domingo, 10 de abril de 2022

Ucranianos na Moldávia.

Equipe da JICA visita a Moldávia e faz uma avaliação sobre a situação dos refugiados no país.


Quixinau - Desde o início da invasão russa na Ucrânia, a Agência de Refugiados da Organização das Nações Unidas estima que pelo menos 4,3 milhões de ucranianos fugiram do seu próprio país. Na Moldávia, um pequeno país vizinho da Ucrânia, estima-se que essa nação tem o maior número de refugiados ucranianos per capita da Europa. 

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Equipe da JICA visita a Moldávia e faz uma avaliação sobre a situação dos refugiados no país.
Membros da JICA conversam, durante uma videoconferência, para discutir a situação dos refugiados ucranianos na Moldávia. Foto: NHK News.

Em 20 de março, uma equipe da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) foi até a Moldávia para avaliar a situação, tentando ajudar da melhor maneira possível os refugiados e o governo desse país. A equipe de japoneses visitaram centros de refugiados, hospitais e outras instalações moldávicas.

Na última sexta-feira, 8 de abril, os membros da JICA realizaram uma coletiva de imprensa online com o governo do Japão para discutir o que foi visto na Moldávia.

Tatsuhiko Kubo, líder da missão, informou que a capacidade médica na Moldávia é bastante limitada. "Alguns hospitais do país têm equipamentos médicos com décadas de uso. O país também enfrenta problemas de escassez de mão de obra em instalações médicas", disse Kubo.

Outros membros da equipe japonesa observaram que os medicamentos nos hospitais da Moldávia devem acabar logo. Muitos dos remédios eram importados da Ucrânia e o estoque das instalações médicas foi feito antes da guerra começar.

Muitos moldávicos estão preocupados com a chegada de mais refugiados ucranianos no país. Se a Rússia continuar atacando as regiões da Ucrânia com o seu poder bélico, a Moldávia não conseguirá dar suporte necessário para outros milhares de ucranianos que poderão atravessar a fronteira.

"Espero que todos nós continuemos mantendo o foco da situação, trabalhando em equipe com o povo da Moldávia, da Ucrânia e de outros países vizinhos", informou Kubo.

À medida que os japoneses da JICA faziam suas observações na Moldávia, eles também compartilhavam os seus conhecimentos aos moldávicos na área de apoio às vítimas em caso de desastres naturais.

A JICA informou que usará os relatórios da equipe na Moldávia para melhorar a assistência do país aos refugiados ucranianos.


Fonte: NHK News.


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quarta-feira, 6 de abril de 2022

Ajuda humanitária do governo japonês.

Ministro das Relações Exteriores retorna ao Japão com um grupo de refugiados ucranianos.


Tóquio - Yoshimasa Hayashi, Ministro das Relações Exteriores, e sua comitiva retornaram ao Japão nesta terça-feira, 5 de abril, após passar cinco dias visitando a Polônia. Como parte da visita, a comitiva japonesa trouxe para o país um grupo de 20 refugiados ucranianos que estava na Polônia. Todos desembarcaram no aeroporto de Haneda, em Tóquio. 

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Ministro das Relações Exteriores retorna ao Japão com um grupo de refugiados ucranianos.
Grupo de refugiados ucranianos desembarcam no aeroporto de Haneda, em Tóquio, nesta terça-feira (5 de abril). Foto: The Mainichi.

A visita da comitiva japonesa no Leste Europeu teve como objetivo mostrar o compromisso do Japão em ajudar a Ucrânia e a Polônia. O país polonês viu um fluxo imenso de ucranianos entrando em seu território, após a Rússia invadir a Ucrânia. Diante desse problema, o ministro Hayashi foi escolhido para trazer alguns refugiados ao Japão, como um enviado especial na Polônia, pelo primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.

O grupo de ucranianos que veio junto com o ministro já tinha a pretensão de se refugiar no território japonês. Mas devido à guerra, os vinte refugiados ficaram impossibilitados de garantir o próprio transporte da Polônia até o Japão. Hayashi não divulgou mais detalhes dos ucranianos, citando preocupações com a privacidade de cada um.

A ação do Japão, de usar o próprio avião do governo para transportar refugiados estrangeiros, ocorre num momento em que muitas pessoas enfrentam caríssimas tarifas aéreas para sair de países vizinhos da Ucrânia. Desde 24 de fevereiro, quando os militares russos invadiram a Ucrânia, os preços das passagens aéreas do Leste Europeu dispararam.

As autoridades japonesas têm demonstrado o total apoio à Ucrânia e ao seu povo, por causa da guerra. O governo do Japão promete ajudar os 20 refugiados por aproximadamente seis meses. De acordo com o Vice-Ministro da Justiça, Jun Tsushima, os refugiados terão apoio à moradia, emprego e aulas de idiomas. Tsushima também acompanhou o ministro Hayashi na viagem à Polônia.

De acordo com a Agência de Serviços de Imigração do Japão, todos os 20 refugiados terão direito a residência durante um curto prazo de 90 dias. Os refugiados ucranianos poderão, posteriormente, alterar os seus vistos para um status de "atividades designadas", com um prazo de duração de 1 ano. Dessa forma, o refugiado, com esse status em seu visto, terá o direito de trabalhar no Japão.

Os ucranianos que não têm fiadores no Japão, como parentes e  conhecidos, devem ficar, inicialmente, em hotéis organizados pelo governo japonês. Depois disso, o município onde eles irão viver ou a empresa onde eles irão trabalhar, fornecerá um novo lar para cada refugiado morar.

Uma ajuda financeira será disponibilizada para despesas de subsistência dos ucranianos no Japão. Além disso, os refugiados também terão assistência médica, treinamento vocacional e  assistência linguística (através da contratação de um intérprete).

Antes de retornar da Polônia para o Japão, o ministro Hayashi prometeu trazer "o maior número possível de ucranianos" com ele. Durante as negociações humanitárias entre a comitiva japonesa e o governo polonês, Hayashi conversou, primeiramente, com o Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau. Depois o ministro japonês se encontrou com o presidente polonês Andrzej Duda e com o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki.

Em uma outra ação humanitária, o Japão enviou de uma equipe de quatro funcionários do governo para Moldávia, nação que também faz fronteira com a Ucrânia. Os funcionários japoneses permanecerão nesse país por uma semana, a partir de 5 de abril. A equipe japonesa irá analisar uma possível contribuição de recursos humanos para o país, ajudando no setor de serviços médicos e de saúde para os refugiados.

Desde o início da guerra até o último domingo (3 de abril), cerca de 4,21 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia. Na Polônia, o número de refugiados é de, aproximadamente, 2,45 milhões de pessoas. Na Moldávia, o número aproximado de refugiados é de 395 mil pessoas. Os números são do Escritório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados.

O Japão aceitou, até agora, a entrada de 404 ucranianos no país, segundo dados do governo japonês. 


Fonte: The Mainichi.


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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Quero que a guerra acabe logo.

Vivendo no Japão, jovem refugiado se preocupa com a família na Ucrânia.


Tóquio - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) calcula que mais de 4 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para outros países, devido à invasão russa e aos combates armados em várias regiões ucranianas.

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Vivendo no Japão, jovem refugiado se preocupa com a família na Ucrânia.
O estudante Vlad Braun tem aulas online diretamente de sua escola ucraniana. Vivendo como refugiado no Japão, ele está preocupado com familiares e amigos na Ucrânia e espera que a guerra termine logo. Foto: NHK News.

O jovem Vlad Braun é uma das 12 milhões de crianças que fugiram da Ucrânia. O garoto, de 12 anos, e seus avós chegaram ao Japão no mês passado (março de 2022). Eles estão vivendo na casa de uma tia do garoto, em uma região próxima de Tóquio.

Recentemente, a escola ucraniana do menino refugiado retomou as aulas online. Alguns colegas de classe, refugiados em países como Itália e Polônia, estão participando das aulas por videoconferência junto com Vlad.

Entretanto, o garoto disse que suas aulas podem ser canceladas sem aviso prévio. Se a guerra piorar, o acesso à internet na Ucrânia pode ser cortado de uma hora para outra.

"Estou preocupado com uma parte da minha família e dos outros amigos que ainda permanecem na Ucrânia. Quero ver o fim da guerra o mais rápido possível", disse Vlad.

O Ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, viajou para a Polônia na semana passada. No sábado, 2 de abril, ele visitou uma instalação polonesa para refugiados. Todos os dias, mais e mais ucranianos estão cruzando a fronteira entre Ucrânia e Polônia, provocando o maior êxodo de refugiados no Leste Europeu de todos os tempos.

Entrevistado pelos repórteres, Hayashi disse que a visita na Polônia é uma oportunidade útil para o governo japonês. Conversando com os ucranianos, a comitiva japonesa terá uma ideia mais clara sobre como ajudar melhor os refugiados que estão vivendo no Japão e os que querem ir para lá.

A comitiva do ministro Hayashi planeja trazer cerca de 20 ucranianos da Polônia para o Japão. O voo de retorno do ministro está marcado para essa semana.

Nikkey ON!: Assim como o jovem Vlad, o mundo inteiro deseja o fim da guerra para que todos os ucranianos voltem ao país de origem em breve.


Fonte: NHK News.


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sábado, 26 de março de 2022

Como posso ajudá-los?

Após seu primo fugir da guerra, estudante japonês arrecada dinheiro para ajudar a Ucrânia.


Kumamoto - Preocupado com a situação na Ucrânia, um estudante japonês, 2ª ano do ensino médio, tomou uma iniciativa para ajudar as pessoas que estão na guerra. Morador da cidade de Kumamoto, província de mesmo nome, o adolescente teve a ideia de arrecadar fundos de apoio à Ucrânia após o seu primo se refugiar no Japão, fugindo da invasão militar russa em território ucraniano.

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Após seu primo fugir da guerra, estudante japonês arrecada dinheiro para ajudar a Ucrânia.
Os irmãos Yusei Tsuji (esquerda) e Yusuke Tsuji (direita), juntos com o primo Yamato Matsumoto (centro), todos moradores da cidade de Kumamoto, província de mesmo nome. Matsumoto foi o idealizador de uma campanha de arrecadação de fundos para apoiar a Ucrânia. Foto: The  Mainichi.

Durante 3 semanas, o estudante Yamato Matsumoto (17 anos) conseguiu arrecadar aproximadamente 100.000 ienes (US$ 820). Cerca de 200 pessoas ajudaram na campanha do adolescente.

"Gostaria de usar o dinheiro das doações para ajudar no custo de vida dos necessitados na Ucrânia", disse Matsumoto.

A campanha surgiu depois que um parente ucraniano do estudante se refugiou em Kyushu. O primo de Matsumoto, o jovem Yusei Tsuji (12 anos), estava vivendo na Ucrânia até o início deste ano, junto com a sua mãe ucraniana. Em fevereiro, uma semana antes da invasão russa, Yusei viajou rapidamente para o Japão. Na cidade de Kumamoto, ele foi morar junto com o seu pai japonês, Hidetaka Tsuji (52 anos) e seu irmão mais velho, Yusuke Tsuji.

Matsumoto está feliz em ver Yusei novamente, depois de três anos vivendo longe um do outro. Agora, o estudante do ensino médio passa o seu tempo ajudando o seu primo ucraniano a estudar os ideogramas japoneses (kanji), antes que Yusei entre na escola ginasial do Japão, em abril. Além disso, os dois passam o tempo livre juntos jogando beisebol. 

A mãe ucraniana de Yusei permaneceu morando na cidade de Dnipro (leste da Ucrânia) até o início deste mês (março de 2022), para cuidar de seu pai. Entretanto, com a aproximação do exército russo na região, ela decidiu se refugiar na Polônia, fazendo uma jornada de 1.400 km até chegar à fronteira. Já o avô ucraniano de Yusei, ele decidiu permanecer na Ucrânia para "proteger" a sua casa da invasão russa. A mesma decisão teve a tia ucraniana de Yusei, moradora da cidade de Carcóvia (também no leste da Ucrânia), que permaneceu em sua casa para defender o seu país.

Sabendo da situação dramática da família de seu primo e do povo da Ucrânia, Matsumoto pensou: "Existe alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?" 

No início de março, Matsumoto idealizou uma campanha de angariação de fundos para a Ucrânia. Muitas pessoas cooperaram com a iniciativa do estudante, principalmente: seus colegas do clube de beisebol da escola, a Kyushu Gakuin High School; os membros do time de voleibol de sua mãe; e um jogador de beisebol profissional do time Saitama Seibu Lions, Ryota Kawano (um ex-aluno da Kyushu Gakuin High School). 

Agora, Matsumoto pretende entregar as doações para uma organização pública no Japão que trabalha em prol da Ucrânia.

"Fico preocupado quando vejo a situação na Ucrânia piorando, dia após dia, através dos noticiários da televisão. Espero que a guerra termine logo. Quero que o meu primo Yusei consiga retornar à Ucrânia com segurança e reencontrar a sua família", disse Matsumoto.

Sobre doações para a Ucrânia no Japão, qualquer pessoa pode entrar em contato com a Golden Age, uma empresa situada na cidade de Kumamoto e administrada por Hidetaka Tsuji (pai de Yusei). Telefone de contato: 096-295-8331 (Falar em japonês).


Fonte: The Mainichi.


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sexta-feira, 25 de março de 2022

Lutando contra o sentimento de culpa.

Ucraniana relata sua história de vida antes, durante e depois da invasão russa.


Cracóvia - No dia 14 de março, uma refugiada ucraniana decidiu caminhar pelos campos de Korsczowa e se aproximou de uma cerca que separa a fronteira da Polônia com a Ucrânia. Um mês se passou quando ela resolveu atravessar a fronteira dos dois países, escapando da invasão russa na cidade onde vivia. Agora, através da cerca, ela observa o outro lado e pensa o quão perto está da Ucrânia. Mas, ao mesmo tempo, tudo parece tão longe. E então, ela começa a chorar.

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Ucraniana relata sua história de vida antes, durante e depois da invasão russa.
A refugiada Olha Rumiantseva posa para uma foto perto da fronteira da Polônia com a Ucrânia, em 14 de março. O local fica em Korczowa, leste da Polônia. Foto: The Mainichi.

A "refugiada da cerca" é a ucraniana Olha Rumiantseva (27 anos), nascida na península da Crimeia, sul da Ucrânia. Ela nasceu em 1994, três anos depois da queda da União Soviética. Seu pai é de origem siberiana, na Rússia, e sua mãe, originária da cidade de Odessa, no sul da Ucrânia.

Quando jovens, os pais de Rumiantseva se estabeleceram na Crimeia. Desde criança, a pequena Olha sempre utilizou a língua russa para se comunicar dentro de casa e na escola também.

Em 2012, Rumiantseva decidiu continuar estudando em uma universidade da capital ucraniana Kiev. No início, a moça começou a sentir dificuldades no novo ambiente, porque ela não dominava a linguagem ucraniana. Aos poucos, a sua habilidade em falar ucraniano melhorou muito, através de conversas com os novos amigos de estudos.

Quando Rumiantseva ainda estava na universidade, a sua terra natal (a Crimeia) foi anexada com a Rússia, em 2014. Isso se tornou um divisor de águas para sua família. Uma política de assimilação russa foi implementada na Crimeia e os transportes de trens dessa região, até a cidade de Kiev, foram abolidos. Postos de controles de fronteiras foram estabelecidos entre as duas regiões e tornou-se difícil visitar a família. Antigamente, a moça conseguia viajar para a casa de seus pais de 3 ou 4 vezes por ano.

O tempo passou, Rumiantseva terminou a universidade, arranjou um emprego na cidade de Kiev e casou-se com um ucraniano. Cada vez mais, ela sentia a sua identidade ucraniana se solidificar, contrariando o seu pai que continuava vivendo na Crimeia.

Nunca Rumiantseva imaginou que a Rússia atacaria a cidade de Kiev. Na manhã do dia 24 de fevereiro, uma sirene de alerta de ataque aéreo disparou de repente. Para se proteger, ela precisou evacuar ligeiramente até um porão de um pequeno teatro, perto do apartamento onde morava. E toda vez que a sirene tocava, ela corria para o abrigo do teatro.

Em 25 de fevereiro, um amigo de Rumiantseva a telefonou perguntando se ela gostaria de fugir de carro, junto com outras pessoas, para a Polônia. Ela tinha que decidir rapidamente, pois o seu amigo partiria em 30 minutos para a longa viagem. Nos primeiros instantes, ela pensou em não ir porque o seu marido ficaria sozinho na Ucrânia. Entretanto, com muita insistência, o seu marido a convenceu a partir apressadamente para a Polônia, estando mais segura longe dos bombardeios na cidade de Kiev.

"Antes de partir, o meu marido me disse que seria mais fácil para ele lidar sozinho com todas essas coisas acontecendo na Ucrânia", disse Rumiantseva. Ela juntou todas as suas coisas com muita pressa e seguiu viagem. Ela e seus amigos enfrentaram um grande engarrafamento até o posto de controle da fronteira polonesa, levando três dias e três noites para entrar na Polônia.

Quando finalmente Rumiantseva atravessou a fronteira internacional, ela não sentiu-se aliviada por fugir da guerra, mas ficou com muita culpa. Ela se culpou por deixar a Ucrânia naquele momento, enquanto muitas pessoas ficaram lá para proteger o país da invasão russa. 

"Me senti tão culpada por fugir para a Polônia. Eu fiquei sabendo que muitos ucranianos, com crianças pequenas, ficaram na Ucrânia para defender o nosso país. E agora, estou me sentindo péssima por ser egoísta e por ter fugido sem ter filhos pequenos. Sou sozinha e adulta! Eu deveria ter ficado com o meu marido para lutarmos juntos em Kiev", lamentou Rumiantseva.

Os pais de Rumiantseva ficaram sabendo da guerra através dos canais de notícias da Rússia. Eles acreditam fielmente que o exército russo está na Ucrânia para salvar a sua filha e toda a sociedade ucraniana.

"Minha família não acredita que a Rússia está bombardeando as cidades da Ucrânia. Meus pais dizem que eu estou errada. Eles falaram para mim que o governo ucraniano está dizendo um monte de mentiras para o seu povo. Frequentemente, o meu pai repassa as notícias dos canais russos para eu ler em minhas redes sociais. As notícias da Rússia sobre a guerra são tão perturbadoras que eu não consigo ler tudo. Eu evito discutir com os meu pais e deixo isso para lá. Minha família se comunica com outras pessoas em várias redes sociais. Eu não quero perdê-los por causa de diferenças de opinião política", explicou Rumiantseva.

Neste momento, Rumiantseva está morando junto com um amigo em Cracóvia, cidade ao sul da Polônia. Querendo ajudar o seu país de origem, ela tem enviado itens de primeira necessidade (coisas de bebês/crianças e suprimentos médicos) para a Ucrânia. Ela faz esse trabalho com os mesmos amigos que vieram juntos para a Polônia. O marido de Rumiantseva também está trabalhando como voluntário, distribuindo as doações para os ucranianos que ficaram no país. 

Rumiantseva disse que embora ela não tenha poder de parar um tanque de guerra sozinha, ela consegue fazer coisas importantes na Polônia. E, de modo igual, o seu marido também está fazendo as mesmas coisas que ela faz, só que na Ucrânia: fornecendo ajuda humanitária para aqueles que estão necessitados durante essa guerra.

"Estou decidida que um dia retornarei à Ucrânia. Não deixarei o meu país em ruínas. Farei o meu melhor para reconstruí-lo. E deixarei o meu país ainda mais bonito e mais brilhante do que era antes da guerra", disse Rumiantseva com esperança e convicção.


Fonte: The Mainichi.


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quarta-feira, 23 de março de 2022

Arquitetura da solidariedade.

Arquiteto japonês cria espaços privados, em abrigos, para os refugiados ucranianos.


Varsóvia - Shigeru Ban, um renomado arquiteto japonês de nível internacional, está usando a sua genialidade para ajudar os ucranianos que estão refugiados na Polônia. Ele é o criador de uma divisória, feita de papelão e tecido, que cria ambientes privativos em abrigos improvisados.

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Arquiteto japonês cria espaços privados, em abrigos, para os refugiados ucranianos.
Refugiada ucraniana, junto com o seu bebê, são vistos em frente da divisória "Paper Partition System", no centro de evacuação da cidade de Chelm, Polônia. Foto: Rede de Arquiteturas Voluntárias.

"Quero criar espaços onde os refugiados possam ter uma melhor privacidade em ambientes coletivos", afirmou Ban.

Esta não é a primeira vez que o arquiteto ajuda refugiados de guerra. Em 1994, Ban usou tubos de papelão reforçados para criar abrigos para os refugiados do conflito étnico em Ruanda. Mais tarde, ele desenvolveu um novo sistema de divisória de papelão (Paper Partition System) e forneceu a ideia para as áreas afetadas por desastres naturais. O novo sistema foi muito utilizado pelos desabrigados de Tohoku, vítimas do Grande Terremoto do Leste do Japão em 2011.

O sistema usado na Polônia consiste em longos canos de papelão reforçado (usados como pilares e vigas) e cortinas de pano, criando um espaço privativo em locais públicos para uma pessoa ou família descansar. 

Em 2019, Shigeru Ban recebeu o Prêmio Yomiuri de Cooperação Internacional, por suas realizações em causas sociais.

No início deste mês (março de 2022), Ban entrou em contato com um colega arquiteto na Polônia e viajou para o país no dia 11 de março. Chegando lá, ele visitou a cidade de Chelm (25 km de distância da fronteira com a Ucrânia) e instalou dentro de um antigo supermercado, 319 unidades do Paper Partition System. No novo abrigo, as divisórias de Ban ajudaram a acomodar melhor alguns dos refugiados vindos da Ucrânia.

O arquiteto também forneceu 60 unidades das divisórias para um centro de evacuação, na estação ferroviária de Wroclaw (cidade de mesmo nome), no leste da Polônia. Nesse local, um fato que chamou a atenção de Ban: uma mulher refugiada começou a chorar sozinha dentro de uma divisória privativa. Pelo visto, ela esteve segurando as suas emoções o tempo todo em que esteve com outras pessoas por perto.

"Aparentemente, a mulher conseguiu liberar um pouco da tensão enquanto estava sozinha na divisória", disse Ban.

Cerca de 900 unidades do Paper Partition System foram enviados para abrigos na Ucrânia. A partir desta quinta-feira, 24 de março, outras unidades serão instaladas em um centro de evacuação em Paris (França), destinados aos refugiados de guerra.

Varsóvia, outras quatro cidades e mais a Eslovênia também solicitaram ao arquiteto Ban o fornecimento das unidades do Paper Partition System, para ajudar na organização de abrigos. 

Nikkey ON!: Parabéns Ban! As divisórias têm ajudado muitas pessoas que perderam tudo nessa guerra. Um pouco de privacidade acaba sendo um bem precioso, neste momento difícil na vida de um refugiado.


Fonte: The Japan News.


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terça-feira, 22 de março de 2022

Quero voltar para minha casa.

Guerra obriga japonês a abandonar sua vida e sua propriedade na Ucrânia.


Narita - Para escapar da invasão militar russa, o japonês Hidekatsu Furikata (78 anos) foi obrigado a deixar de lado todas as suas coisas na Ucrânia e fugir para o Japão, reencontrando com seus familiares japoneses. Fazia décadas que o ancião japonês vivia em território ucraniano.

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Guerra obriga japonês a abandonar sua vida e sua propriedade na Ucrânia.
Encontro emocionado entre Hidekatsu Furikata (direita) e o seu irmão mais velho no aeroporto de Narita, em 19 de março. Foto: Yomiuri Shimbun.

A maior parte de sua vida, Furikata viveu fora do Japão. Após o seu nascimento na província de Nagano em 1943, ele e toda sua família se mudaram para a ilha de Sacalina (ou Sakhalin), no extremo norte de Hokkaido. No passado, Sacalina era uma área sob o domínio japonês. Mas em agosto de 1945, a região foi invadida pela antiga União Soviética e tornou-se um território soviético. A invasão ocorreu um mês antes da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Com a soberania soviética na ilha, muitos japoneses que viviam em Sacalina foram repatriados ao Japão. Entretanto, o pai de Furikata não teve permissão para sair, sendo obrigado a continuar trabalhando e vivendo com a família na ilha, agora regida pelas leis da União Soviética.

Quando tornou-se "um jovem adulto soviético", Furikata estudou e formou-se na universidade de Leningrado (atual São Petersburgo), na década de 60. No ano de 1971, ele casou-se com uma polonesa e juntos se mudaram para a Ucrânia (país ainda sob o domínio da União Soviética).

Decididos a morar perto da região onde a esposa de Furikata nasceu, o jovem casal escolheu a cidade de Zhytomyr, região oeste da Ucrânia. Os anos se passaram, a família cresceu e, até o início deste mês (março de 2022), Furikata ainda permanecia morando na mesma cidade. No entanto, agora ele vivia sozinho em sua casa desde que sua esposa faleceu, cerca de três anos atrás. 

No dia 5 de março, o município de Zhytomyr começou a ser invadida pelo exército russo. Sentindo que estava em perigo iminente, Furikata abandonou a sua casa e seguiu numa viagem de três dias até a Polônia. Durante a perigosa viagem até a fronteira entre os dois países, o ancião japonês esteve sempre junto com uma parte de sua família ucraniana: a esposa de seu neto (Inna - 27 anos), sua bisneta (Sophia - 2 anos) e sua neta (Vladyslava - 18 anos).

Antes de entrar na Polônia, Furikata precisou de um novo passaporte japonês. No meio da confusão da guerra e sem como pedir um novo passaporte em um consulado japonês na Ucrânia, ele teve a sorte de conseguir um documento autorizando a sua viagem internacional pela Associação Japão-Sacalina. Essa entidade é responsável pelos japoneses que ainda continuaram vivendo na ilha de Sacalina, após o domínio soviético. Através desse documento, ele finalmente conseguiria viajar até o Japão pela Polônia.

No último sábado, 19 de março, Furikata chegou ao aeroporto internacional de Narita, num voo vindo de Varsóvia, capital da Polônia. No aeroporto, ele foi recebido pelo seu irmão mais velho (Nobukatsu Furikata - 80 anos) e sua irmã mais nova (Reiko Hatakeyama - 70 anos). No saguão de desembarque, um encontro com muitos abraços e lágrimas nos olhos entre os irmãos, depois de anos sem se verem.

Após os cumprimentos, Hidekatsu Furitaka agradeceu àqueles que prestaram toda assistência para sua viagem acontecer. No final, ele se expressou em russo dizendo o seguinte: "A Ucrânia é minha casa. Quando a guerra acabar, quero voltar para lá". 


Fonte: The Japan News.


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segunda-feira, 21 de março de 2022

O drama dos refugiados na Polônia.

Ucraniana, residente no Japão, relata as dificuldades dos compatriotas que fugiram da guerra.


Nagoya - No ínicio deste mês, uma expatriada ucraniana viajou até a Polônia e trouxe a sua família para viver com ela no Japão. Pelo o que viu na Polônia, ela deu o seu depoimento para a NHK, sobre o drama de seu povo que fugiu da Ucrânia por causa da guerra.

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Ucraniana, residente no Japão, relata as dificuldades dos compatriotas que fugiram da guerra.
Liliya Ivanyuk vive no Japão há 18 anos. Recentemente, ela retornou da Polônia com a sua família ucraniana que fugiu da guerra. Para a NHK, ela deu o seu depoimento sobre o que viu em Varsóvia. Foto: NHK News.

A ucraniana Liliya Ivanyuk é originária da cidade de Zhytomyr, na região noroeste da Ucrânia. Ela se mudou para o Japão há 18 anos atrás. Atualmente, ela é moradora da cidade de Obu, na província de Aichi.

Em 4 de março, Liliya ficou sabendo que a sua família ucraniana fugiu para a Polônia, por causa da invasão russa em sua terra natal. Preocupada com a situação, ela decidiu viajar imediatamente para a Polônia e trazer a sua mãe,  irmã e os dois sobrinhos para o Japão.

Quando chegou em Varsóvia, capital da Polônia, Liliya se deparou com um número assustador de refugiados ucranianos espalhados na estação ferroviária da cidade. Ela afirmou ter visto muitas pessoas desoladas e crianças assustadas com as dificuldades enfrentadas no novo país.

Mesmo com a situação caótica na Polônia, Liliya conseguiu encontrar a sua família no meio de tanta confusão provocada pela guerra.

Para retornar ao Japão, Liliya conseguiu encontrar passagens para toda a sua família e agendou a viagem para o dia 13 de março. No dia do embarque, um problema surgiu: sua irmã testou positivo no teste de coronavírus dentro do aeroporto, impossibilitando o seu embarque. 

No final, Liliya retornou ao Japão com sua mãe e os dois sobrinhos. Espera-se que sua irmã melhore na Polônia para conseguir viajar em outra data com segurança. No total, Liliya gastou mais de um milhão de ienes com passagens, o equivalente a US$ 8.400.

Durante a sua estadia na Polônia, Liliya ouviu diversos relatos de ucranianos que gostariam de vir ao Japão como refugiados. Entretanto, a distância, o alto preço das passagens e outros motivos pessoais impossibilitam o desejo de muitos ucranianos de solicitar refúgio no Japão.

Liliya acredita que é necessário mais apoio aos refugiados. Talvez o fornecimento de voos fretados, para os ucranianos chegarem ao Japão, já seria uma grande ajuda. Ela espera que mais pessoas da Ucrânia consigam embarcar em voos da Polônia para o Japão, fugindo do pesadelo criado pela guerra.


Fonte: NHK News.


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domingo, 20 de março de 2022

Apoio habitacional para os ucranianos.

Cidades se mobilizam para receber no Japão os refugiados da Ucrânia.


Tóquio - Sensibilizados com a situação na Ucrânia, algumas cidades japonesas estão oferecendo apoio e cooperação ao povo ucraniano. Os refugiados poderão chegar brevemente ao Japão em pequenos grupos. 

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Cidades se mobilizam para receber no Japão os refugiados da Ucrânia.
O governo japonês pretende acomodar refugiados da Ucrânia em habitações fornecidas por algumas cidades do Japão. Foto: AFP.

O governo japonês indicou que estava se preparando para aceitar os ucranianos, após a invasão russa destruir várias cidades na Ucrânia desde o início da guerra.

A cidade de Toda, província de Saitama, garantiu seis unidades habitacionais do município para os refugiados da Ucrânia. Cada unidade pode acomodar três ou quatro pessoas de uma família. Na hora de disponibilizar as moradias, as autoridades de Toda informaram que serão bastante flexíveis com a estrutura familiar e as circunstâncias individuais dos ucranianos.

Segundo a prefeitura de Toda,  a cidade aceitará as pessoas da Ucrânia de acordo com o  pedido do governo japonês. Será considerado também a consulta de emprego no Japão para os ucranianos. A cidade de Toda pretende cooperar com província de Saitama e outras organizações não governamentais, fornecendo apoio de acordo com as necessidades de cada refugiado.

O governo metropolitano de Tóquio avisou para a imprensa na sexta-feira, 18 de março, que aceitou duas pessoas vindas da Ucrânia. As autoridades de Tóquio informaram que o município já garantiu 100 unidades habitacionais para novos refugiados da guerra. É possível que, em breve, haja até 700 moradias disponíveis na província de Tóquio, para os ucranianos que chegarem ao Japão.


Fonte: NHK News.


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quarta-feira, 2 de março de 2022

Fugindo da guerra.

Por causa da invasão russa, Japão estuda meios para acolher refugiados ucranianos no país.


Tóquio - Nesta terça-feira, o ministro da justiça do Japão, Yoshihisa Furukawa, comunicou, em uma reunião do Comitê da Câmara dos Deputados, que o governo japonês está estudando uma forma de receber os refugiados da Ucrânia.

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Refugiados chegam à fronteira na vila de Medyka, na Polônia, depois de fugir da Ucrânia na segunda-feira (28 de fevereiro). Foto: AP.

Separadamente, o Ministério das Relações Exteriores informou que irá discutir medidas, com outros ministérios e agências japonesas, para ajudar os evacuados a chegar ao Japão.

As autoridades japonesas analisam a permissão de entrada de vários ucranianos de uma só vez, indo além do limite estabelecido pela lei de fronteiras.  Atualmente, o Japão está permitindo a entrada de poucos estrangeiros no país, devido à pandemia do coronavírus.

Conforme o andamento do plano de acolhimento dos ucranianos, o governo também irá analisar medidas para que os refugiados façam os exames de COVID-19 ao desembarcar no Japão. Outra medida a ser estudada pelo governo é a permissão de entrada sem visto dos ucranianos em território japonês.


Fonte: NHK News.


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terça-feira, 14 de setembro de 2021

Fugindo do Talibã.

Família afegã consegue chegar ao Japão após fugir do Afeganistão.


Tóquio - Em 12 de setembro, uma família afegã, composta por quatro pessoas, conseguiu chegar ao Japão após sair do seu país, o Afeganistão. Fugindo do Talibã, que tomou o poder político afegão, a família entrou no Japão pelo aeroporto internacional de Narita, província de Chiba.

Família afegã consegue chegar ao Japão após fugir do Afeganistão.
Os primeiros refugiados afegãos chegaram ao Japão na noite do dia 12, pelo aeroporto de Narita. Foto: Asahi.

O Ministério das Relações Exteriores do Japão anunciou a chegada dos primeiros refugiados afegãos na noite do dia 12, viagem devidamente planejada pelo governo de Tóquio. O patriarca da família é funcionário de um escritório em Cabul da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). A família é composta por um homem, uma mulher e duas crianças pequenas.

"Se eles desejam ficar no Japão, faremos o possível para atender o pedido deles", disse um funcionário do Ministério das Relações Exteriores.

A família veio do Paquistão, para onde havia sido evacuada inicialmente. Para chegar ao Japão, eles vieram em um voo via Doha, capital do Catar. 

A previsão é de que mais seis refugiados afegãos cheguem ao Japão esta semana. O governo japonês e a JICA estão arcando com as despesas de viagem e acomodações para os refugiados no Japão.

No final do mês de agosto, a primeira família a chegar ao Japão fugiu por terra do Afeganistão por conta própria e foram parar em Islamabad, no Paquistão.  Eles estão bem de saúde e não sofreram nenhum tipo de violência física durante a fuga do Afeganistão.

O governo japonês tomou todas as providências para que os primeiros refugiados afegãos viajassem para o Japão de forma segura, incluindo a emissão de vistos de curto prazo e local para a quarentena obrigatória por causa do coronavírus.

As Forças de Autodefesa do Japão (SDF) foram enviadas para a região de Cabul no final de agosto, com o intuito de evacuar cidadãos japoneses e cerca de 500 cidadãos afegãos. Ao final da missão, as SDF conseguiram evacuar apenas um cidadão japonês e 14 cidadãos afegãos a pedido dos Estados Unidos.

O número tão baixo de evacuados do Afeganistão pelas SDF foi devido a ação de um homem-bomba do ISIS-K, Estado Islâmico da província de Khorasan. O homem-bomba detonou explosivos perto do aeroporto de Cabul, matando cerca de 182 pessoas e ferindo outras 150. Por causa do atentado suicida e da falta de segurança, o governo do Japão suspendeu bruscamente a missão de evacuação na cidade de Cabul.


Fontes: The Asahi Shimbun / Japan Today / Wikipédia.



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