quarta-feira, 24 de março de 2021

Caixa de correio ou lixeira?

Britânico é preso por jogar lixo dentro da caixa de correio do Japão.


Kamakura, Kanagawa - Um cidadão britânico foi preso no dia 22 de março, na cidade de Kamakura, sob suspeita de jogar a sua marmita descartável (obentô) e restos de comida dentro da caixa de correio.

Britânico é preso por jogar lixo dentro da caixa de correio do Japão.
Caixa de correio do Japão: parece com uma lixeira? Foto: Wikipédia.

Anthony Tanaka, 37 anos, foi preso em flagrante por oficiais da delegacia de polícia de Kamakura, província de Kanagawa. O homem teria negado as acusações e disse à polícia que confundiu a caixa de correio com uma lata de lixo.

Essa não é a primeira vez que é encontrado lixo dentro da caixa de correio da cidade. Em 24 de dezembro de 2020,  a agência dos correios de Kamakura registrou queixa à polícia sobre uma caixa de correio com o seu interior todo sujo de lixo. A delegacia da cidade recebeu um total de sete ocorrências semelhantes. Mais de 150 itens no interior das caixas dos correios foram danificados com restos de comida. Três das sete ocorrências aconteceram num mesmo local, na caixa de correio da prefeitura de Kamakura.

Um policial que estava à procura do suspeito, deteve Tanaka depois de vê-lo descartando os resíduos da sua marmita dentro da caixa de correio.

De acordo com a lei postal do Japão, acusados que danificam correspondências dos correios podem ser condenados a até 5 anos de prisão ou podem ser multados em até 500.000 ienes (cerca de US$ 4.600).

A delegacia de Kamakura continua investigando o caso.

Nikkey ON! pergunta: Você seria capaz de confundir uma caixa de correio com uma lata de lixo? Na minha opinião, o britânico nem tem como alegar que confundiu as coisas porque, no Japão, há algumas informações em inglês em todas as caixas dos correios.


Fonte: The Mainichi.


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terça-feira, 23 de março de 2021

Meu "segundo eu" nas redes sociais.

Motociclista japonês finge que é uma mulher e engana os usuários do Twitter.


Tóquio - Um belo dia, você está à toa navegando na internet e se depara com as fotos de uma bela garota nas redes sociais. Fica encantado com a sua simpatia e torna-se um seguidor assíduo da influenciadora digital. A sua curiosidade vai aumentando à medida que você acompanha o dia-a-dia da mulher. De repente, a surpresa!  Pois bem, fique de olhos bem abertos pois nem tudo é o que parecer ser.


Motociclista japonês finge que é uma mulher e engana os usuários do Twitter.
A "influenciadora digital"  Azusagakuyuki. Foto: Twitter. 

Recentemente no Japão, fotos de uma jovem sorridente com sua motocicleta se tornaram populares entre os usuários da rede social Twitter. Através da sua conta @azusagakuyuki, a influenciadora recebia centenas de curtidas e vários comentários dos seguidores em suas publicações diárias.

Com o passar do tempo, alguns dos internautas notaram que alguma coisa não estava certa. Numa foto, publicada na conta da motoqueira no Twitter, o braço dela parecia muito peludo para alguém do sexo feminino. Em outra foto, o reflexo do espelho mostrava um rosto completamente diferente ao da bela garota.


Motociclista japonês finge que é uma mulher e engana os usuários do Twitter.
Internautas começaram a desconfiar das fotos ao ver coisas que não condiziam com o rosto da influenciadora. Foto: Twitter.

A grande revelação da garota misteriosa veio num programa da televisão do Japão chamado "Getsuyou Kara Yofukashi". Na verdade, a jovem mulher é um homem de 50 anos chamado Zonggu, morador da província de Ibaraki.


Motociclista japonês finge que é uma mulher e engana os usuários do Twitter.
O dia da revelação: homem usava aplicativo de edição de fotos para se parecer como uma mulher. Foto: TV Nippon.

Na entrevista, Zonggu admitiu que usava aplicativos de edição de fotos para criar o seu alter ego na internet. Ele queria aumentar a sua presença nas redes sociais e acreditava que as pessoas prefeririam ver o cotidiano de uma linda garota em vez da rotina de um "tiozão".

"Ninguém vai se interessar o que um motoqueiro normal de meia-idade posta em sua conta nas redes sociais", disse ele.

Zonggu afirma que ficou surpreso com os resultados da edição de fotos do aplicativo FaceApp.

"Primeiro fui tentando fazer as edições e, com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais bonitas as minhas fotos. No início ganhava apenas 10 curtidas nas minhas postagens, mas agora eu consigo até 1.000 curtidas. Fui me empolgando a medida que tornava as minhas fotos mais atraentes", acrescenta ele.


Motociclista japonês finge que é uma mulher e engana os usuários do Twitter.
Zonggu mostra como utilizar o aplicativo FaceApp para mudar de gênero nas fotos. Foto: Youtube.

A revelação de Zonggu no programa gerou uma reação até que positiva para seus 19.000 seguidores no Twitter.

"Assisti ao programa de TV e me tornei o seu fã", escreveu um seguidor. "Você tem excelentes habilidades", escreveu um outro seguidor.

Atualmente, softwares de edição de imagens, como o FaceApp, permitem que os usuários alterem a aparência dos seus rostos nas fotos. É possível torna o seu rosto mais jovem, mais velho ou, até mesmo, mudar o gênero da pessoa fotografada.  

Nikkey ON! pergunta: Você seria capaz de criar um "novo eu" nas redes sociais só para ganhar fãs e tornar-se um(a) influenciador(a) famoso(a)? Quais serão as novas surpresas que esse mundo digital nos reserva...


Fontes: BBC News / Revista Quem. 


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segunda-feira, 22 de março de 2021

Localizando os "fujões" da quarentena.

Viajantes que entrarem no Japão deverão instalar aplicativos de localização no smartphone.


Tokyo - Na semana passada, o governo japonês adotou uma nova política de quarentena destinado para todos os viajantes que entram no Japão pelos aeroportos de Haneda e Narita, os dois principais centros aéreos internacionais na área de Tóquio. 

Viajantes que entrarem no Japão deverão instalar aplicativos de localização no smartphone.
Aeroporto de Narita: novas regras para os viajantes respeitarem a quarentena obrigatória. Foto: Pinterest.

A partir do dia 18 de março, o viajantes que entrarem no país deverão instalar três aplicativos em seus smartphones antes de deixar algum dos dois aeroportos internacionais citados acima.

Promulgado pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, o novo regulamento é obrigatório para todas as classes de viajantes que chegam ao país: cidadãos japoneses, estrangeiros residentes no Japão e viajantes temporários de negócio/turismo.

Os aplicativos obrigatório são:

COCOA COVID-19 (Aplicativo de rastreamento de contatos do Ministério da Saúde, Trabalho e Previdência);

* SKYPE (Aplicativo de videochamadas, chamadas de áudio e mensagens);

* OSSMA (Aplicativo de confirmação de localização).

Os três aplicativos, já instalados no smartphone, devem ser usados para confirmar o cumprimento dos 14 dias de auto-quarentena. Todo o viajante vindo do exterior tem que se submeter à quarentena obrigatória antes da sua interação com a população local e antes do seu deslocamento para outros lugares dentro do Japão.

Se durante o processo de verificação o viajante mostrar que não possui um smartphone em mãos ou  possui um modelo de smartphone que não permite a instalação dos aplicativos obrigatórios citados, a pessoa será obrigada a alugar um aparelho. O smartphone deve ser alugado dentro do próprio aeroporto internacional do Japão e com os três aplicativos já instalados.

Para as autoridades japonesas, além da verificação dos aplicativos no smartphone, os viajantes deverão assinar uma promessa por escrito no cumprimento dos protocolos. O não cumprimento das recomendações da quarentena obrigatória pode resultar na publicação do nome do infrator nos meios de comunicação do Japão em nível nacional. No caso de estrangeiro, a infração da quarentena pode acarretar na sua  deportação, incluindo aqueles que têm o status de residência e que vivem no Japão com visto de trabalho ou estudo.

Espera-se que em breve a exigência seja expandida para os outros aeroportos espalhados pelo arquipélago japonês.

Fonte: Sora News 24.


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domingo, 21 de março de 2021

Um novo terremoto atinge Miyagi.

Terremoto de M7.2 atinge a região nordeste do Japão.

Miyagi - Um forte terremoto com magnitude preliminar de 7.2 sacudiu o leste e o nordeste do Japão na noite deste sábado, 20 de março. O governo inicialmente alertou que um tsunami de até um metro poderia atingir as áreas costeiras da província de Miyagi.

Terremoto de M7.2 atinge a região nordeste do Japão.
Um forte terremoto atinge a região de Miyagi neste sábado, 20/03. Foto: Agência Meteorológica do Japão.

O tremor ocorreu às 18h09 (horário local do Japão), cerca de 60 km abaixo da superfície da costa de Miyagi, disse a Agência Meteorológica do Japão. A agência cancelou o alerta de tsunami às 19h30.

O foco sísmico do terremoto foi cerca de 20 km da Península de Ojika, em Miyagi.  O abalo foi relativamente perto do outro tremor de magnitude 7.3 que abalou as províncias de Miyagi e Fukushima e feriu mais de 150 pessoas no mês de fevereiro.

Houve o relato de algumas pessoas feridas na província de Miyagi, de acordo com o corpo de bombeiros da região. Nenhum dano estrutural foi relatado até o momento. Imagens da emissora da TV pública NHK não mostraram qualquer anormalidades nas áreas costeiras e urbanas de Miyagi, onde o tremor foi mais forte.

O terremoto de hoje registrou 5 pontos na escala Shindo, escala de intensidade sísmica japonesa. O tremor do mês de fevereiro registrou 6 pontos na escala Shindo nas províncias de Miyagi e Fukushima. 

Nenhuma anormalidade foi encontrada nas usina nucleares do leste e nordeste do Japão. A empresa ferroviária da JR East suspendeu temporariamente a operação dos serviços do trem-bala Tohoku Shinkansen.

Ordens de evacuação foram emitidas para cerca de 8.850 residentes nas áreas costeiras de Miyagi, de acordo com o governo da província.

Shinji Toda, professor de geofísica da Universidade de Tohoku, disse que o terremoto poderia causar um grande tsunami se o seu foco sísmico fosse superficial. 

 

Fonte: The Mainichi.


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sábado, 20 de março de 2021

Única escola temporária em funcionamento.

A última cerimônia de formatura no prédio temporário da escola.


Higashi Matsushima, Miyagi - Uma escola primária da província de Miyagi realizou a sua última cerimônia de formatura num prédio temporário. O prédio foi erguido após o grande terremoto e tsunami de 2011. No mês de abril, a escola será transferida para um outro local onde o novo prédio fica num terreno bem acima do nível do mar.

A última cerimônia de formatura no prédio temporário da escola.
A última foto da formatura  no prédio temporário da escola Naruse-Oka. Foto: NHK.

Os quarenta e três alunos da 6º série da escola Naruse-Oka, na cidade de Higashi Matsushima, receberam os seus diplomas de conclusão do primário nesta sexta-feira, dia 19 de março. 

Todos os alunos recitaram mensagens de despedida da 6º série e da escola temporária. Houve entrega de flores aos familiares presentes na cerimônia. Devido à pandemia do coronavírus, somente duas pessoas de cada família puderam comparecer à formatura.

Uma das alunas formadas disse que ficou muito feliz que a formatura foi realizada no prédio provisório. Ela guarda boas recordações do local.

Após o desastre de 2011, as 23 escolas do município de Higashi Matsushima (instituições do ensino primário, ginasial e colegial da cidade) foram transferidas para prédios temporários. Muitas escolas ficaram com as estruturas comprometidas após o terremoto e o tsunami que atingiu a região. Isso obrigou a prefeitura a construir estruturas pré-fabricadas das escolas, evitando que os alunos ficassem sem local para estudar.

A escola Naruse-Oka é a última instituição de ensino de Higashi Matsushima que ainda funciona num prédio provisório.


Fonte: NHK. 

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sexta-feira, 19 de março de 2021

Mais uma polêmica dos Jogos Olímpicos.

Chefe de criação das cerimônias dos Jogos de Tóquio renuncia devido a seus comentários depreciativos.


Tóquio - Hiroshi Sasaki, diretor criativo das Olimpíadas de Tóquio, renunciou ao seu cargo nesta quinta-feira, 18 de março, após fazer comentários depreciativos sobre uma popular artista japonesa.

Mais uma polêmica dos Jogos Olímpicos.
Hiroshi Sasaki renuncia ao cargo de diretor de criação após comentários depreciativos envolvendo a artista Naomi Watanabe. Foto: Getty Images.

Faltando apenas quatro meses para o início das Olimpíadas, a saída do diretor-chefe das cerimônias de abertura e encerramento dos jogos é mais um duro golpe para o comitê olímpico do Japão.

Além dos jogos serem adiados por 1 ano devido à pandemia da COVID-19, o revés veio na esteira da renúncia de Yoshiro Mori, ex-presidente do comitê organizador dos jogos, depois que seus comentários sexista geraram indignação.

A renúncia de Sasaki foi oficializado depois que a revista semanal Shukan Bunshun publicou uma conversa do diretor com membros do grupo de planejamento das cerimônias dos jogos, onde ele propôs um trocadilho da palavra "olímpico" com a palavra inglesa "pig" (porco), criando a palavra "Olympig". No meio da conversa, feita por meio do aplicativo de mensagens Line, Sasaki também sugere que a popular artista japonesa Naomi Watanabe descesse do céu fantasiada de porca e representasse o seu papel na Olympig. Essa ideia seria parte da abertura da cerimônia dos jogos.

"Houve uma expressão muito inadequada das minhas ideias e dos meus comentários. Peço minhas desculpas sinceras a Naomi Watanabe e às pessoas que se sentiram desconfortáveis com tais conteúdos", disse Sasaki em um comunicado divulgado pelos organizadores dos jogos nesta quinta-feira.

A atriz e comediante Naomi Watanabe expressou surpresa após saber da polêmica proposta por Sasaki.

"Na verdade, estou muito feliz com o formato do meu corpo. Então, como de costume, gostaria de me expressar como Naomi Watanabe, sem me preocupar em ser gorda", disse a artista em um comunicado publicado no site de sua agência. Watanabe também é modelo plus size de sucesso no Japão.

"Mas, como ser humano, espero sinceramente que o mundo se torne um lugar divertido e próspero, onde podemos respeitar e reconhecer a individualidade e a forma de pensar de cada indivíduo", acrescentou Watanabe.

Chefe de criação das cerimônias dos Jogos de Tóquio renuncia devido a seus comentários depreciativos.
A artista Naomi Watanabe: polêmica envolvendo seu nome na "Olympig". Foto: Pinterest.

Hiroshi Sasaki conversou na noite de quarta-feira com a presidente do comitê olímpico do Japão, Seiko Hashimoto, e disse que estava deixando o cargo por causa da polêmica envolvendo o seu nome.

Hashimoto disse que ficou chocada com os comentários de Sasaki e aceitou a sua renúncia, visto que a igualdade de gêneros era uma prioridade para a organização.

"Isso nunca deveria ter acontecido. Foi assim que me comuniquei com ele", disse Hashimoto em entrevista coletiva e referindo-se ao telefonema dela com Sasaki.

Um porta voz do governo japonês, Naoki Okada, também disse que os comentários de Sasaki eram "totalmente inapropriados."

Sasaki foi nomeado diretor de criação em dezembro, no momento em que os organizadores olímpicos buscavam renovar os planos de simplificação das cerimônias olímpicas após o adiamento dos Jogos de Tóquio em 2020.

Hashimoto disse que irá encontrar um substituto para Sasaki, tentando não afetar negativamente os preparativos das cerimônias.

As Olimpíadas de Tóquio estão programadas para iniciarem no dia 23 de julho e irão terminar no dia 8 de agosto. As Paraolimpíadas serão realizadas em 24 de agosto e terminarão em 5 de setembro. 


Fontes: Reuters / Japan Today / The Mainichi.


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quinta-feira, 18 de março de 2021

Mortal Kombat da vida selvagem.

Cervo selvagem é visto com a cabeça do rival presa em seus chifres.


Betsukai, Hokkaido - Uma fotógrafa japonesa registrou uma imagem impressionante de um cervo selvagem  com os seus chifres presos aos chifres de uma outra cabeça do seu rival morto.

Cervo selvagem é visto com a cabeça do rival presa em seus chifres.
Um cervo-sika ostenta a cabeça e os chifres do seu rival morto enquanto pasta na vegetação rasteira. Foto: Keiko Kanasugi.

A foto foi tirada no dia 14 de fevereiro deste ano por Keiko Kanasugi, uma fotógrafa da vida selvagem da região leste de Hokkaido. Ela encontrou o animal pastando pela vegetação rasteira na península de Notsuke. 

O animal é um cervo-sika, uma espécie muito comum na ilha de Hokkaido, Japão. Analisando a foto, tudo leva a crer que o cervo lutou com o seu rival e seus chifres se entrelaçaram, impedindo a separação dos dois animais.

Estando os dois animais presos pela cabeça, o cervo mais forte sobreviveu, enquanto o seu rival acabou morrendo. Como os chifres de ambos continuavam presos, o cervo vitorioso precisou arrastar o seu rival morto para poder sobreviver. Com o passar do tempo, o corpo do animal morto começou a se decompor e o outro cervo, que continuava vivo, conseguiu arrancar a cabeça do corpo apodrecido do seu rival. Estima-se que o cervo morto pesava cerca de 100 quilos e que o confronto entre os dois animais aconteceu durante o outono, época do acasalamento da espécie.

Há registros de outros confrontos entre cervos selvagens que ficaram presos pelos chifres após uma luta. Mas quando os animais não conseguem se libertar um do outro, geralmente os dois cervos acabam morrendo de fome.

"Essa imagem é incrível. Impressionante a força do animal. O cervo provavelmente conseguiu sobreviver porque ele vive na península de Notsuke, uma região desabitada pelos humanos e com poucos predadores", disse um pesquisador do cervo-sika a respeito da foto.

A fotógrafa Kanasugi disse o seguinte: "A cena lembra a dureza da vida selvagem e o heroísmo do cervo. Com a cabeça do rival presa nos seus chifres,  o cervo sobrevivente estava mostrando o seu troféu."

Se o cervo-sika não conseguir tirar a cabeça decepada do seu rival, ele terá que conviver com ela presa em seus chifres até meados da primavera. Aproximadamente no mês de abril, os chifres dos cervos costumam cair e, em seguida, nascem novos pares que se ramificam  em suas cabeças. O processo de troca dos chifres acontece anualmente.

Comentário da Nikkey ON!: Imagina você com uma cabeça em decomposição presa na sua cabeça e sendo obrigado a olhar para ela o tempo todo! O cervo-sika é macho mesmo!


Fontes: The Asahi Shimbun / Highriverlabs.


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quarta-feira, 17 de março de 2021

Cai o número de casos de influenza.

Cerca de 14.000 casos de influenza são registrados no Japão.


Tóquio - De acordo com  o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, estima-se que 14.000 pessoas visitaram instituições médicas com sintomas de influenza, durante o período de outubro de 2020 até 7 de março deste ano. 

Casos de influenza caem acentuadamente durante o período da COVID-19 no Japão. Foto: Impacto GT.

O número de casos de influenza é considerado o menor de todos os tempos, considerando que o método atual de contagem de casos começou a ser registrado em 1999. Na última temporada de influenza, quando o número de casos foi relativamente baixo para aquele período, o número estimado foi de 7.285.000 pessoas infectadas.

Desta vez, a maior preocupação era de que o novo coronavírus e a influenza se propagassem simultaneamente no Japão. No entanto, acredita-se que o número de casos de influenza diminuiu muito por causa das medidas de prevenção contra COVID-19, como lavar e desinfetar as mãos, o uso continuo de máscaras e o isolamento social. Outro fator que contribuiu para redução de casos de influenza foi a redução drástica de viajantes internacionais, diminuindo a entrada de pessoas infectadas.

Cerca de 5.000 instituições médicas de todo o Japão relatam semanalmente o número de casos de influenza do país.   O número de casos semanais registrados no período encerrado em 7 de março, o último anúncio da temporada, foi de apenas 26 pessoas infectadas.


Fonte: The Japan News.


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terça-feira, 16 de março de 2021

Punição por sair mais cedo do trabalho.

Funcionários do governo são punidos por saírem do trabalho dois minutos mais cedo.


Funabashi, Chiba - No dia 10 de março, o conselho municipal de educação de Funabashi anunciou que havia punido vários funcionários por deixarem o escritório dois minutos mais cedo. Os funcionários punidos disseram que saíram mais cedo do trabalho porque queriam pegar o ônibus mais cedo para casa.

Funcionários do governo são punidos por saírem do trabalho dois minutos mais cedo.
Sair 2 minutos mais cedo para tomar o ônibus e chegar mais cedo em casa. Correto? Foto: Japan Guide.

O conselho municipal de educação identificou 316 incidências de saída antecipada registradas de maio de 2019 a janeiro de 2021, envolvendo sete membros da equipe. Descobriu-se que a "líder do cartão de ponto" era uma mulher de 59 anos. Ela era encarregada na gestão de assiduidade dos funcionários e também era conselheira do departamento de aprendizagem contínua.

A conselheira foi punida por tomar a iniciativa em fraudar os cartões de ponto. Embora ela e os outros funcionários saíssem frequentemente às 17h13 para pegar o ônibus das 17h17, os cartões de ponto eram registrados no horário normal de saída, às 17h15.

Entre os "apressadinhos" inclusos no esquema estão um diretor de 27 anos e uma mulher de 60 anos. Ambos foram contratados no ano fiscal de 2020 e os dois receberam uma advertência por escrito. Outros quatro membros da equipe, também contratados no ano fiscal de 2020, receberam advertências por fraudar o cartão de ponto.

A líder do grupo foi punida com uma redução de 10% do seu salário por três meses. Espera-se que a redução do salário dela reembolse o conselho de educação em aproximadamente 137.000 ienes (US$ 1.260), para repor todas as saídas antecipadas não reportadas da funcionária.

De acordo com o conselho municipal de educação, os sete funcionários foram questionados sobre os motivos que levaram a sair sempre 2 minutos antes do horário normal e eles disseram o seguinte: "Queríamos voltar para casa mais cedo. Se perdêssemos o ônibus das 17h17, o próximo ônibus só chegaria 30 minutos depois, às 17h47."

Nikkey ON! pergunta: Os funcionários foram punidos com rigor ou isso tudo é exagero? Deveria ter horários mais flexíveis no trabalho ou todos devem obedecer os horários e esperar mais 30 minutos para tomar o ônibus? De tudo isso, uma coisa é certa: entre patrão e empregados, tempo é dinheiro e ninguém quer perder 1 centavo sequer. 


Fonte: Sora News 24.

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segunda-feira, 15 de março de 2021

Merenda dura de comer.

Estudantes quebram os dentes enquanto comiam macarrão frito na merenda escolar do Japão.


Asaka, Saitama - O macarrão frito servido na merenda da escola primária Asaka 5 estava tão duro, mais tão duro que seis crianças e um professor quebraram os seus dentes durante o almoço no dia 11 de março.

Estudantes quebram os dentes enquanto comiam macarrão frito na merenda escolar do Japão.
O almoço servido na escola primária Asaka 5 no dia 11/03. No canto esquerdo, um prato de macarrão frito. Foto: Conselho municipal de educação de Asaka.

De acordo com as autoridades do conselho municipal de educação de Asaka, três crianças foram tratadas num hospital, enquanto outras reclamaram de feridas na boca.

Ao preparar o prato, os cozinheiros da escola aumentaram a quantidade do macarrão a ser frito na panela. Além disso, o tempo de preparo foi estendido para cerca de 10 minutos porque a temperatura do óleo para fritar o macarrão estava muito baixa. As alterações no preparo do prato foram feitas para que toda a merenda estivesse pronta a tempo de ser servida no horário do almoço da escola.

Antes da refeição ser servida aos estudantes e professores, o vice-diretor da escola provou o macarrão frito e aprovou o prato. Segundo as autoridades educacionais, fica difícil de saber qual parte do macarrão frito servido estava bom e qual parte estava ruim a ser consumido pelas crianças.

Os estudantes que quebraram os dentes são da primeira à quinta série da escola primária Asaka 5.

Momento Nikkey ON!... Já dizia um famoso ditado popular: quem tem pressa, come cru e quente. Mas neste caso, quem tem pressa de preparar o macarrão come duro e fica sem dentes.


Fonte: The Asahi Shimbun.


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domingo, 14 de março de 2021

Pare de falar em voz alta!

Dispositivo japonês sinaliza o tom de voz das pessoas em conversas nos restaurantes.


Aomori - Uma empresa de tecnologia localizada no norte do Japão desenvolveu um dispositivo eletrônico capaz de identificar conversas em voz alta dentro dos restaurantes.

Dispositivo japonês sinaliza o tom de voz das pessoas em conversas nos restaurantes.
"Shizukagozen": o aparelho que promete silenciar as pessoas nos restaurantes. Foto: Mainichi.

Forte, nome da empresa de TI com sede na cidade de Aomori, iniciou um experimento de demonstração do dispositivo chamado "Shizukagozen" em um restaurante no dia 10 de março. A empresa espera que o aparelho ajude a promover uma "alimentação tranquila" para conter a disseminação do coronavírus.

Quando o gadget (medindo 14 cm de largura e 5,5 cm de altura) é colocado sobre a mesa, o seu microfone embutido detecta o som ambiente e mede o volume das vozes durante uma conversa. O aparelho emite uma luz verde quando os clientes estão conversando em voz baixa, duas luzes verdes quando o papo está num tom de voz um pouco alto e uma luz vermelha avisando as pessoas que estão falando em voz alta no local.

Dispositivo japonês sinaliza o tom de voz das pessoas em conversas nos restaurantes.
O dispositivo sendo testado durante uma conversa num restaurante. Foto: Mainichi.

Após uma semana de experimentos do dispositivo, a empresa irá coletar os dados e fará algumas melhorias antes de colocá-lo em uso comercial no início de maio.

O proprietário do restaurante Umibozu, onde o experimento foi realizado, comentou: "Às vezes é difícil avisar os clientes e fico preocupado com o fato de suas vozes estarem muito altas. Agradeço o dispositivo por alertar o cliente a julgar o seu volume de voz por conta própria."

De acordo com a empresa Forte, alguns restaurantes e outros estabelecimentos da região metropolitana de Tóquio já demonstraram interesse pelo aparelho. "Espero que este dispositivo inspire as pessoas a pensarem sobre como o tom de voz deve ser numa conversa à mesa durante as refeições", disse o presidente da Forte, Jun Kasai.

Nikkey ON! pergunta: O que você acha? O aparelho pode ajudar as pessoas do seu país a refletirem se estão falando alto ou não, controlando a disseminação da COVID-19?


Fonte: The Mainichi


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sábado, 13 de março de 2021

Olimpíadas de Tóquio sem estrangeiros.

Espectadores estrangeiros poderão ser impedidos de entrar no Japão para os Jogos Olímpicos.


Tóquio - Muitos relatórios sem fontes no Japão, citando autoridades não identificadas, estão dizendo que os visitantes estrangeiros não terão permissão de entrar no país para prestigiar os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas de acordo com fontes, as portas poderão estar abertas para convidados de patrocinadores corporativos.

Espectadores estrangeiros poderão ser impedidos de entrar no Japão para os Jogos Olímpicos.
Monumento do símbolo olímpico na região de Odaiba, Tóquio. Foto: Reuters.

Autoridades do governo central e metropolitano de Tóquio, bem como o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio, chegaram ao consenso de que a nova pandemia do coronavírus tornará difícil a entrada de visitantes estrangeiros em julho próximo. A proibição da entrada de estrangeiros é uma forma de proteger a população do país. Atualmente, existe uma preocupação muito grande da sociedade japonesa em relação as novas cepas variantes do coronavírus, vindas do exterior e se espalhando pelo Japão.

De acordo com as autoridades do governo, ainda está sendo considerado a entrada de visitantes estrangeiros convidados para os jogos por patrocinadores corporativos. A consideração é um pedido do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Uma decisão formal sobre a proibição da entrada de estrangeiros nas Olimpíadas é esperada alguns dias antes do revezamento da tocha olímpica no dia 25 de março.

Segundo dados, cerca de 1 milhão de ingressos foram reservados para quem vive no exterior. O primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga procurou usar as Olímpiadas de Tóquio como um catalisador para a recuperação do número de turistas estrangeiros. Desde o início da pandemia no ano passado, o número de estrangeiros visitando o Japão caiu drasticamente.


 Fontes: The Asahi Shimbun / Japan Today.

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sexta-feira, 12 de março de 2021

Mensagem de apoio de Lady Gaga.

Lady Gaga manda uma mensagem de apoio ao Japão no dia do aniversário do desastre de 2011.


Los Angeles - Na sua conta do Twitter, a cantora e compositora norte-americana Lady Gaga enviou uma mensagem em vídeo de apoio ao Japão no dia do 10º aniversário do Grande Terremoto e Tsunami de Tohoku de 11 de março de 2011. Na sua mensagem, a cantora elogia a resiliência do povo japonês e o exemplo que isso oferece na esperança da luta global contra a pandemia do coronavírus.

Mensagem de apoio de Lady Gaga.
Lady Gaga envia uma mensagem de vídeo ao povo japonês no dia do aniversário do terremoto de Tohoku. Foto: Twitter.

"Ao longo dos anos, vendo e ouvindo sobre a vasta recuperação de suas belas cidades, tenho tido muito respeito ao povo do Japão por sua força, bondade e amor mútuo. Isso dá esperança às pessoas que estão lutando contra a pandemia da COVID em todo o mundo", disse Lady Gaga.

"Parece que foi ontem que eu estava assistindo as imagens chocantes do devastador terremoto e tsunami no noticiário. Pensei comigo mesma: o que posso fazer para ajudar? Lembro-me de fazer muitos telefonemas naquele dia", disse a cantora.

Após o desastre, a cantora contribuiu com uma canção para o álbum de caridade "Songs for Japan" e US$ 1,5 milhão para os fundos de ajuda com a venda de uma pulseira em seu site. Ela também apresentou-se num show beneficente para a Cruz Vermelha do Japão.

"Também posso imaginar que ainda há muitas pessoas lutando emocionalmente e mentalmente contra a dor provocada pela tragédia. Então vamos continuar a apoiar uns aos outros. Vamos ser gentis e amar uns aos outros", disse ela.

No final do vídeo,  a cantora encerra dizendo: "Ainda vivemos uma época difícil com o coronavírus. Por favor, cuide-se e seja gentil com você e com as pessoas ao seu redor. Estou ansiosa para voltar ao Japão em breve. Aishiteimasu (Eu te amo.)".


Fontes: Japan Today / The Mainichi. 


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quinta-feira, 11 de março de 2021

Uma década depois do 11 de março.

Retratos de uma família: mãe e filho reconstroem suas vidas após perderem tudo no tsunami.


Minami-Sanriku, Miyagi -  Numa sexta-feira ainda fria de inverno, um sismo de magnitude 9.1 Mw com epicentro ao largo da costa do Japão foi registrado às 14:46 (horário do Japão) no dia 11 de março de 2011. O epicentro foi a 130 km da costa leste da península de Oshika, região de Tohoku, com o hipocentro situado a uma profundidade de 24,4 km. O sismo atingiu o grau 7 (magnitude máxima da escala  de intensidade sísmica da Agência Meteorológica do Japão) ao norte da província de Miyagi, grau 6 em outras províncias próximas e grau 5 na região de Tóquio.

Retratos de uma família: mãe e filho reconstroem suas vidas após perderem tudo no tsunami.
11 de fevereiro de 2021: Sumi Hatakeyama (mãe) e Kosei Hatakeyama (filho). Foto: Shiro Nishihata.

Naquele dia na cidade de Minami-Sanriku, Sumi Hatakeyama, 36 anos, e o seu filho Kosei, 4 anos, corriam juntos para a região mais alta da cidade. Lá de cima, Sumi viu o tsunami engolindo tudo o que era familiar para ela, destruindo tudo pelo caminho.

"Eu não conseguia pensar em nada. Eu estava simplesmente perdida", lembra Sumi.

Carregando o filho Kosei nas costas, Sumi andou 3 quilômetros por uma estrada montanhosa até chegar à escola de ensino ginasial Utatsu. A escola foi usada como refúgio para uma parte dos desabrigados de Minami-Sanriku.

Passado alguns dias e acomodados no ginásio de esportes da escola, mãe e filho recebiam diariamente as refeições feitas por voluntários que, geralmente, eram bolinhos de arroz (onigiris). Sumi não tinha estômago para pensar em comida naqueles dias difíceis. Por outro lado, o seu filho Kosei enchia a boca com os bolinhos de arroz e permanecia comendo em silêncio ao lado de sua mãe.

Retratos de uma família: mãe e filho reconstroem suas vidas após perderem tudo no tsunami.
17 de março de 2011: Sumi e Kosei abrigados na escola Utatsu, cidade de Minami-Sanriku. Foto: Shiro Nishihata.

"Eu estava com tanto medo que não conseguia comer", disse Sumi.

Três meses após o desastre, a família mudou-se para uma acomodação temporária. Quando entrou na casa, Sumi ficou encantada com a nova cozinha, após alguns meses no abrigo improvisado. Ela ficou determinada em voltar a cozinhar e fazer as comidas favoritas do seu filho Kosei.

A primeira refeição na casa nova foi caril com arroz e Kosei ainda lembra muito bem disso.

"O meu prato estava cheio de carne e vegetais. Fazia muito tempo que não comia uma refeição como aquela desde o terremoto. Estava realmente delicioso", disse Kosei.

Depois de seis meses da tragédia, em setembro, o fotógrafo do jornal Asahi voltou a visitar a família. E, coincidentemente, a refeição daquele dia era novamente caril com arroz. Compartilhar sempre a mesma refeição em casa parecia simbolizar a felicidade da vida diária deles, pensou o fotógrafo.

Retratos de uma família: mãe e filho reconstroem suas vidas após perderem tudo no tsunami.
1º de setembro de 2011: mãe e filho comem caril com arroz e salada de batatas na nova residência temporária. Foto: Shiro Nishihata.

Em setembro de 2016, Sumi e Kosei mudaram-se para uma casa recém construída na parte mais alta da cidade. Levou cerca de cinco anos e meio para que a vida de mãe e filho voltasse ao normal. Embora as suas vidas tenham sido drasticamente alteradas pelo desastre, o relacionamento afetuoso entre os dois nunca mudou. 

Retratos de uma família: mãe e filho reconstroem suas vidas após perderem tudo no tsunami.
3 de março de 2017: família posa para uma foto na frente da sua nova casa. Foto: Shiro Nishihata.

Olhando para os 10 anos após o tsunami, Sumi diz: "Uma década se passou e parece muito tempo, mas para mim passou em apenas um piscar de olhos." 

"O meu filho Kosei era uma criança muito apegada a mim, mas agora ele é capaz de pensar e agir por conta própria", disse Sumi sobre o crescimento de seu filho.

Retratos de uma família: mãe e filho reconstroem suas vidas após perderem tudo no tsunami.
19 de março de 2019: Kosei veste smoking para sua apresentação num recital de piano na cerimônia de formatura de uma escola primária. Ele toca piano desde pequeno. Foto: Shiro Nishihata.

Atualmente, Sumi, com 46 anos, sempre olha afetuosamente o seu filho Kosei, com 14 anos, desejando a ele um crescimento saudável toda vez que se sentam à mesa para comer juntos.


Retratos de uma família: mãe e filho reconstroem suas vidas após perderem tudo no tsunami.
10 de fevereiro de 2021: Mãe e filho durante o jantar em Minami-Sanriku. Foto: Shiro Nishihata.

Em outubro de 2020, Kosei tornou-se presidente do conselho estudantil da escola ginasial Utatsu, o mesmo lugar onde se refugiou com a sua mãe após o tsunami. Kosei disse que sentiu-se inspirado a concorrer ao cargo devido à experiência de ver pessoas ajudando outras em épocas de desastres.

"Pessoas que fazem sacrifícios para ajudar outras pessoas causam uma grande impressão em mim", disse Kosei.


Fontes: The Asahi Shimbun / Wikipédia.


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quarta-feira, 10 de março de 2021

Rigidez nas roupas íntimas dos alunos.

Estudantes de Nagasaki têm que obedecer regras específicas no uso de roupas íntimas dentro da escola.


Nagasaki - As escolas japonesas têm a reputação de serem particularmente exigentes com a aparência dos alunos. Um dos exemplos mais claros é a exigência no uso de roupas íntimas brancas pelos alunos.

Estudantes de Nagasaki têm que obedecer regras específicas no uso de roupas íntimas dentro da escola.
Regras para as roupas íntimas dos estudantes japoneses. Foto: Pakusato.

Este não é um regulamento que todas as escolas do Japão têm. Mesmo entre os japoneses, há quem pense que a regra está indo longe demais. Para verificar as regras das escolas da província, o Conselho de Educação da Prefeitura de Nagasaki conduziu um estudo entre escolas de ensino ginasial e de ensino médio. Através do estudo, descobriu-se que é muito comum as escolas da província de Nagasaki exigirem que os alunos vistam roupas íntimas na cor branca.

De 238 instituições educacionais examinadas, 138 escolas (58%) têm roupas íntimas brancas listadas como parte obrigatória do código de vestimenta. No entanto, o conselho acredita que esses números podem cair num futuro próximo. Se as escolas continuarem mantendo tais políticas, elas podem ser alvo de reclamações por violar os direitos dos alunos. 

Recentemente, um tribunal distrital confirmou que as escolas têm autoridade de proibir os alunos de tingir os cabelos. O propósito desta regra é manter a disciplina dos alunos na escola. Mas pode-se presumir que as instituições educacionais não precisam se preocupar em ditar regras na escolha da cor da roupa íntima dos estudantes. O único porém é em relação ao sutiã das meninas. Esta peça é ostensivamente especificado para que a cor seja branca, evitando que ela apareça através da blusa do uniforme.

Entretanto, o texto específico do código de vestimenta escolar não diz que "a roupa íntima não deve ser visível", mas diz que "a roupa íntima deve ser branca". Com a exigência da cor branca, é necessário a verificação de conformidade, independente da roupa íntima do aluno ser visível ou não através do uniforme. Em algumas escolas, a inspeção é feita por um professor que periodicamente puxa as alças do sutiã das alunas para verificar a cor. Uma aluna de uma escola ginasial de Nagasaki, reportou  que uma professora entrava na sala para verificar as peças íntimas enquanto as meninas trocavam de roupa para as aulas de educação física. No Japão, os estudantes trocam de roupa para a educação física em salas de aula, porque a maioria das escolas não possuem vestiários.

A regra focada na escolha da cor da peça, em vez da visibilidade da peça ou falta dela por baixo do uniforme, está concedendo a autoridade do indivíduo em olhar as roupas íntimas dos estudantes. Isso pode gerar constrangimentos aos alunos, uma vez que professores, funcionários de escola ou até mesmo colegas de classe ficam sabendo o tipo de sutiã e de calcinha  que as garotas estão vestindo em um determinado dia. 

O Conselho de Educação está preocupada com essa situação. No início do mês de março, um aviso foi enviado às escolas para que revisassem não só os seus códigos de vestimentas, mas as suas políticas de conduta com os alunos. É necessário reconsiderar como essas regras rígidas impactam na vida dos estudantes e nos seus valores sociais emergentes.

"As escolas que têm regras para o uso de roupas íntimas brancas, geralmente as aprovam há muito tempo. À medida que as crenças sobre os direitos individuais mudam, é preciso que as escolas reavaliam suas políticas", admite um porta-voz  do Departamento de Educação de Nagasaki.

O edital do Conselho de Educação também pede que as revisões necessárias sejam feitas após discussões e pesquisas com alunos e pais, levando em consideração suas opiniões sobre o assunto.


Fonte: Japan Today. 

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terça-feira, 9 de março de 2021

Vozes ao vento das almas.

Sobreviventes do tsunami ligam para os entes falecidos usando o "telefone do vento".


Otsuchi, Iwate - Num jardim perto da colina, sob os ramos largos de uma cerejeira, uma cabine telefônica branca brilha reluzente durante o início da primavera.

Sobreviventes do tsunami ligam para os entes falecidos usando o "telefone do vento".
Uma pessoa telefonando para seu falecido amigo. Foto: Reuters.


Dentro da cabine, Kazuyoshi Sasaki contorce o seu corpo, segura o fone e disca cuidadosamente o número do telefone celular da sua falecida esposa Miwako. 

Na sua conversa com a esposa, ele explica como a procurou por vários dias após o terremoto e o devastador tsunami destruir a cidade. Ele visitou centros de evacuação, necrotérios improvisados e sempre voltava para sua casa à noite, tentando procurá-la nos escombros.

"Aconteceu tudo muito de repente e não consigo esquecer até agora. Eu mandei uma mensagem no seu celular dizendo onde eu estava, mas você Miwako nunca verificou o meu recado", diz Kazuyoshi chorando ao telefone.

"Quando voltei para nossa casa destruída durante a noite, olhei para o céu. Havia milhares de estrelas como se toda aquela escuridão fosse uma caixa de joias. Eu chorei, chorei  e, naquele momento, me dei conta de que muitas pessoas deveriam ter morrido também",  disse o homem de 67 anos.

A esposa de Kazuyoshi foi uma das quase 18.000 vítimas mortas no nordeste do Japão durante o terremoto seguido por um tsunami ocorrido em 11 de março de 2011.

Assim como milhares de outras pessoas nas comunidades costeiras devastadas, Kazuyoshi não perdeu apenas a sua esposa, mas também outros parentes e amigos.

Muitos sobreviventes do 11 de março dizem que a cabine telefônica os ajuda a manter contato com os seus entes queridos. Além disso, a cabine traz algum tipo de consolo enquanto as pessoas lutam contra as suas dores e perdas.

Solidão e saudades.


No começo da manhã, Sachiko Okawa entra na cabine telefônica e faz uma ligação para Toichiro, seu falecido marido com quem foi casada por 44 anos. Na ligação, ela pergunta o que ele tem feito desde o dia que foi arrastado pelo tsunami, dez anos atrás.

"Toichiro, eu estou sozinha", diz ela com voz embargada. Em seguida, ela pede ao marido para zelar pela família e finaliza: "Tchau por enquanto, voltarei em breve."

Okawa diz que, às vezes, sente que consegue ouvir o marido do outro lado da linha.

"Isso me faz sentir um pouco melhor", diz a senhora de 76 anos.

Okawa ficou sabendo da cabine através de amigos e, desde então, costuma trazer os dois netos para que eles também possam conversar com o avô.

"Vovô, já se passaram 10 anos e em breve estarei estudando no ginasial", diz Daina, neto de Okawa. 

Enquanto todos se espremem dentro da cabine, o menino diz ao avô: "Tem um novo vírus que está matando muitas pessoas aqui e, por isso, estamos usando máscaras. Não se preocupe, estamos todos bem."

O telefone do vento.


Itaru Sasaki construiu a famosa cabine telefônica dentro do seu jardim na cidade de Otsuchi, província de Iwate. Ele teve a ideia de fazer a cabine após a morte de seu primo que estava com câncer. Isso aconteceu alguns meses antes do grande terremoto de 11 de março.

"Tem pessoas que não conseguem se despedir daqueles que estão para morrer. Muitas famílias gostariam de ter dito alguma coisa especial no final da vida do ente querido", disse Itaru.

Agora, a cabine telefônica atrai milhares de visitantes de todo o Japão. Não é usada apenas pelos sobreviventes do tsunami, mas por pessoas que perderam parentes por doenças e suicídio. A cabine foi nomeada como "telefone do vento" e a sua história inspirou um filme recentemente.

Alguns meses atrás, Itaru disse que foi abordado por pessoas que desejavam instalar telefones semelhantes na Grã-Bretanha e na Polônia. Assim, as famílias poderiam telefonar para os falecidos parentes vítimas do coronavírus.

A história de amor.


Kazuyoshi Sasaki viveu e amou a sua esposa Miwako durante a maior parte de sua vida. Ele confessou o seu amor por ela quando os dois estavam no colégio. Ele a pediu em namoro, mas a sua futura esposa o recusou prontamente. Levou mais 10 anos para que os dois começassem a namorar. Logo depois, eles se casaram e tiveram quatro filhos.

Sobreviventes do tsunami ligam para os entes falecidos usando o "telefone do vento".
Kazuyoshi Sasaki chora enquanto fala com a sua falecida esposa na cabine telefônica. Foto: Reuters.

Ao telefone, Kazuyoshi explica à sua esposa que recentemente ele saiu de um alojamento temporário. Diz também que o filho mais novo está construindo uma casa nova. Ele irá morar junto com o filho e verá os netos todos os dias.

Antes de desligar, Kazuyoshi diz a Miwako que um exame de saúde recente mostrou que ele havia emagrecido.  

"Eu vou tomar conta de mim", diz ele prometendo à esposa enquanto um vento forte sopra do lado de fora da cabine. E finaliza: "Estou tão feliz por falar com você, obrigado. Estamos todos fazendo o possível. Conversaremos em breve."


 Fonte: Japan Today.


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segunda-feira, 8 de março de 2021

Minha casa, minha trilha.

Artista caminha cerca de 5.000 quilômetros pelo Japão carregando a sua "própria casa".


Kanazawa - Após o Grande Terremoto e Tsunami do Leste do Japão em 2011, o artista Satoshi Murakami, 32 anos, tomou a iniciativa de levar uma vida itinerante de uma forma bem inusitada: carregar a sua "própria casa nas costas" por todo o país. 

Artista caminha cerca de 5.000 quilômetros pelo Japão carregando a sua "própria casa".
Satoshi Murakami carrega a sua casa na península de Noto. Foto: Museu de Arte Contemporânea do Século 21, Kanazawa. 

Murakami chama a sua prática de carregar uma pequena casa como "migração viva". O seu ato é uma forma de repensar fundamentalmente o que é a vida. A sua jornada pelo Japão o levou a adquirir a experiência em trocar uma residência fixa por uma móvel.

A sua inspiração em levar a vida desse jeito, veio através do desastre natural de 11 de março de 2011. Naquela época, Murakami era estudante da Universidade de Arte e Arquitetura de Musashino, em Tóquio. A visão da destruição provocada pela força da natureza fez o artista refletir sobre a nova realidade das áreas afetadas. Muitas pessoas perderam suas casas por causa do gigantesco tsunami que varreu cidades inteiras. E muitas outras pessoas foram retiradas de suas casas por causa do vazamento radioativo da usina nuclear de Fukushima.

"Nossa sociedade se tornou mais vulnerável do que se imaginava. Por que não tento viver sem estar vinculado a um determinado local de residência?", disse Murakami.

Pensando dessa forma, Murakami tornou-se cético em relação a nossa sociedade, preocupada em ter um domicílio para poder viver.

Em abril de 2014, o artista começou a levar o seu plano adiante. Foi até uma loja de ferragens e comprou madeiras, pranchas de espuma plástica e outros materiais. Ele construiu uma residência portátil. Toda a estrutura da pequena casa pesa cerca de 10 quilos e tem telhas, porta com fechadura e placa de identificação.

Murakami saiu de Tóquio com a sua pequena casa, algumas peças de roupas limpas e um saco de dormir na mochila. Desde então, ele visitou as regiões de Tohoku, Kansai e Kyushu. Com a casa nas costas (ou na cabeça...), foram cerca de 300 "mudanças de endereço" feitas ao longo do caminho. Ele caminhou cerca de 5.000 quilômetros carregando a sua casa.

Em uma comunidade atingida pelo tsunami na região de Tohoku, Murakami teve a oportunidade de deixar a sua casa no local de uma propriedade destruída. Na província de Kumamoto, que foi atingida por dois terremotos em 2016, ele colocou a sua pequena casa no local onde tinha uma casa destruída por um abalo sísmico.

O artista percorreu as áreas de desastres porque queria gravar cenas dessas áreas em sua memória. 

Em sua vida de viajante, Murakami passou por vários tipos de situações. Muitas pessoas não entendiam o que ele estava fazendo. Quando ele procurava um lugar para dormir, algumas pessoas o recebiam com frieza. Os que cruzavam com ele, ficavam surpresos ao ver um homem carregando uma casa portátil. Muitos olhavam para ele de forma estranha. Vários policiais já o interrogaram querendo saber a razão da sua estranha peregrinação.

"Ruas e cidades ficam com uma aparência diferente quando estou vivendo assim. Alguns me tratam como uma figura suspeita e outros zombam de mim. Isso me traz lições de vida", disse Murakami.

O artistas também passou por situações positivas. Durante a sua viagem pelo Japão, ele publicava um diário no seu blog. Muitas pessoas que leram o seu diário, postavam as suas fotos no Twitter. Através da rede social, muitos estranhos o convidavam a visitar a suas casas. Ele inclusive foi presenteado com coisas de comer e cartas de encorajamento, fazendo-o refletir sobre a bondade das pessoas.   

Durante a sua jornada, Murakami percorreu cerca de 20 quilômetros por dia carregando a sua casa. Recentemente, o artista esteve na estrada por um mês, até meados de dezembro, na província de Ishikawa. Nesta província, exatamente na capital Kanazawa, estava sendo realizada a sua primeira exposição sobre a sua aventura chamada "Living Migration" (Vivendo a migração).

Artista caminha cerca de 5.000 quilômetros pelo Japão carregando a sua "própria casa".
"Living Migration" - exposição de Satoshi Murakami sobre sua aventura. Foto: Museu de Arte Contemporânea do Século 21, Kanazawa. 

A experiência de Murakami já rendeu a publicação de um livro de fotos intitulado "Ie wo seotte aruku" (Caminhando com uma casa nas costas.). Ele também é autor de outro livro intitulado "Ie wo seotte aruita" (Eu caminhei com uma casa nas costas.).

"Em qualquer residência em que você mora, mude a maneira como você vive. A mudança pode assumir uma aparência totalmente diferente. Espero que as pessoas pensem sobre isso através do que eu fiz", disse Murakami.


Fonte: The Asahi Shimbun. 

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