Finalizada a condenação de um idoso de 90 anos por acidente de trânsito que causou 2 mortes em Tóquio.
Tóquio - No último dia 15 de setembro, um homem de 90 anos decidiu não apelar de uma decisão recente do tribunal de justiça que o condenou a 5 anos de prisão. Considerado culpado por um gravíssimo acidente de trânsito ocorrido em Tóquio no ano de 2019, o incidente causou uma comoção nacional na época e um grande debate sobre os perigos dos motoristas idosos dirigindo nas ruas do Japão.
Kozo Iikuza (centro) com os policias durante a reconstituição do acidente em 13 de junho de 2019. Foto: Mainichi.
A decisão final do Tribunal Distrital de Tóquio de 2 de setembro condenou Kozo Iizuka, um ex-chefe da extinta Agência de Ciência e Tecnologia Industrial, por negligência de trânsito que resultou na morte de uma mulher e uma criança.
No dia 19 de abril de 2019, Iizuka dirigia o seu carro na região de Ikebukuro - Tóquio, e, por motivos desconhecidos, ele não parou no sinal vermelho do cruzamento. Iizuka atravessou com o seu carro na faixa de pedestres em alta velocidade, provocando o atropelamento e morte da ciclista Mana Matsunaga, 31 anos, e de sua filha Riko Matsunaga, de apenas 3 anos. Ele sempre alegou inocência durante o julgamento, sustentando que um problema mecânico com o carro o fez perder o controle no momento do acidente.
Mas o tribunal distrital afirmou que Iizuka pressionou por engano o pedal do acelerador em vez do freio por cerca de 10 segundos durante o incidente. O carro do idoso chegou a uma velocidade de até 96 km/h no momento do atropelamento. Outras nove pessoas saíram feridas no acidente, incluindo a esposa de Iizuka que era passageira do carro.
Iizuka, que também ficou ferido no acidente, foi indiciado sem a necessidade de prisão em fevereiro do ano passado. A decisão da justiça japonesa gerou protestos da sociedade, alegando que o idoso havia recebido tratamento privilegiado devido ao cargo que ocupou no governo durante a ativa. Entretanto, a decisão em deixar Iizuka em liberdade se deve a sua idade avançada e a necessidade de cuidados médicos.
Os promotores do caso solicitaram uma pena de prisão de sete anos para Iizuka. No entanto, o tribunal considerou uma pena de prisão de cinco anos apropriada para o réu devido à sua enfermidade física, sua idade e a censura social que foi submetido.
Como Iizuka não consegue andar sozinho e necessita de cadeira de rodas, não está claro se ele vai ficar muito tempo preso. A lei de procedimento criminal do Japão permite que a punição do réu seja suspensa para condenados com 70 anos ou mais e, também, para condenados com saúde debilitada.
Na última quarta-feira de manhã, quando Iizuka se encontrou com o chefe de uma organização sem fins lucrativos que apóia as famílias de condenados ou supostos infratores, ele disse o seguinte: "Lamento pelas famílias enlutadas. Quero aceitar o veredicto".
Fonte: Kyodo News.
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