terça-feira, 10 de maio de 2022

Dependente das petrolíferas da Rússia.

Japão planeja reduzir a importação do petróleo russo.


Tóquio - Nesta segunda-feira, 9 de maio, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, informou em uma coletiva de imprensa que o Japão deixará de importar, aos poucos, o petróleo da Rússia. A intenção do governo japonês é continuar mantendo seus interesses em projetos, de petróleo e gás, no território russo.

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Japão planeja reduzir a importação do petróleo russo.
Na segunda-feira (dia 9 de maio), o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, participou de uma reunião online com os líderes do G-7, incluindo o presidente da Ucrânia (Volodymyr Zelenskyy). Foto: Kyodo News.

Kishida conversou com líderes do Grupo dos Sete (G-7) em uma reunião online, na manhã da segunda-feira. Ele afirmou que o Japão proibirá, a princípio, as importações de petróleo russo. O plano japonês faz parte das sanções adicionais impostas a Moscou, punindo a Rússia por iniciar a guerra na Ucrânia.

"Esta é uma decisão muito difícil, mas a unidade do G-7 é mais importante agora", disse Kishida em Tóquio.

A medida, sobre a proibição do petróleo russo, marca uma grande mudança para o Japão. Com poucos recursos energéticos, o país relutou em tomar essa medida antes, enquanto tentava aumentar sua diversificação nos fornecedores de petróleo. O governo japonês também anunciou que vai deixar de importar, gradualmente, o carvão russo.

O petróleo da Rússia correspondeu a 3,6% das importações japonesas de óleo bruto em 2021. A maior parte importada corresponde ao petróleo de quatro países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Catar) que juntos representaram cerca de 90% das importações de óleo bruto para o Japão.

A longo prazo, os projetos em Sakhalin (uma grande ilha na Rússia que fica ao norte do arquipélago japonês) são vitais para fornecimento estável de energia no Japão, observou Kishida. O governo e as empresas japonesas têm participações nesses projetos russos.

"Com a redução gradual da importação do petróleo russo, o governo japonês tomará medidas para eliminar os efeitos adversos, como aumento de preços e inflação, na sociedade e nas atividades empresariais no Japão. No entanto, o nosso plano, para manter os interesses nos projetos em Sakhalin, continua inalterado", disse Kishida.

O principal porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, explicou, em uma coletiva de imprensa, que manter os interesses nos projetos em Sakhalin é importante para garantir a eficácia das sanções contra a Rússia.

"Se sairmos dos projetos Sakahlin 1 e 2, isso beneficiará a Rússia e um outro país que tenha interesse de entrar no lugar do Japão. Assim, existe a possibilidade de que as sanções contra a Rússia não sejam efetivas", explicou Matsuno.

A empresa Shell PLC, da Grã-Bretanha, saiu do projeto Sakhalin 2, poucos dias após a invasão russa na Ucrânia. A empresa Exxon Mobil Corporation, dos Estados Unidos, também anunciou a sua saída do projeto Sakhalin 1.

O primeiro-ministro japonês não deu um cronograma específico para que o governo inicie o plano. Ele disse apenas que o governo reduzirá ou interromperá as importações de petróleo russo, de acordo com a realidade do Japão.

O ministro da indústria, Koichi Hagiuda, informou que o Japão pedirá o aumento da produção de petróleo em outras nações petrolíferas. A eliminação gradual da importação do petróleo russo no mundo, deverá intensificar uma corrida na busca internacional de outros produtores de petróleo.

Matsuno também disse que o Japão precisa diversificar as fontes e fornecedores de energia, reduzindo sua dependência energética com a Rússia. Ele citou que o país tomará todas as medidas, incluindo o uso de energia renovável e nuclear, para suprir todas as necessidades da economia japonesa.

O Japão vem tentando reiniciar o funcionamento de suas usinas nucleares, interrompido durante a crise nuclear de Fukushima em 2011. Kishida explicou que o país continuará colocando a segurança de todos em primeiro lugar, sempre obtendo o consentimento local para reiniciar o uso da energia nuclear.


Fonte: Kyodo News.


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