quinta-feira, 31 de março de 2022

Desvalorização do iene frente ao dólar.

Chefe do Banco do Japão não vê impacto direto entre as operações de mercado e a cotação do iene.


Tóquio - Desde segunda-feira, 28 de março, o Banco do Japão (BOJ -  equivalente ao Banco Central do Brasil) tem realizado compras de quantidades ilimitadas de títulos do governo, com uma taxa de juros fixa. A intenção é estabilizar as taxas de juros dos títulos de longo prazo. A ação do BOJ, no primeiro dia de intervenção, fez com que o iene, a moeda do Japão, desvaloriza-se frente ao dólar.

www.nikkeyon.blogspot.com
Chefe do Banco do Japão não vê impacto direto entre as operações de mercado e a cotação do iene.
Na quarta-feira, 30 de março, o chefe do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, se reune com a imprensa, depois de conversar com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Foto: Kyodo.

O BOJ tem comprado os títulos (JGB) de longo prazo (10 anos) com uma taxa fixa de 0,25%. Até terça-feira, o BOJ efetuou a compra de aproximadamente 528 bilhões de ienes (US$ 4,3 bilhões) em títulos do governo japonês. A intervenção do banco, na compra dos títulos, vai continuar até quinta-feira, 31 de março.

É a primeira vez que o Banco do Japão efetua uma intervenção como essa, em 4 dias consecutivos.

"As operações do Banco do Japão na compra de quantidades ilimitadas de títulos do governo japonês servem para conter o aumento das taxa de juros de longo prazo dos mesmos títulos. Isso não tem um impacto "grande e direto" na desvalorização do iene", disse o chefe do BOJ, Haruhiko Kuroda, nesta quarta-feira.

As ações do BOJ enfraqueceram fortemente o iene na segunda-feira. A moeda japonesa chegou a ser cotado a 125 ienes por dólar. Essa foi a maior desvalorização, frente ao dólar, em mais de 6 anos e meio.

A recente desvalorização do iene ocorre num período em que a demanda dos importadores japoneses continua forte (alimentos importados, remédios, insumos, etc.) mesmo com a alta dos preços de energia (combustíveis, gás natural, carvão), inflacionando mais os preços dos produtos no varejo. Por outro lado, o iene desvalorizado tem aumentado os lucros dos exportadores japoneses (carros, maquinários, etc). O valor ideal da cotação do iene, em relação ao dólar, tem sido uma dor de cabeça para o Japão manter o seu controle.

"Eu disse ao primeiro-ministro que é desejável que as taxas de câmbio se movam de maneira estável e reflitam os fundamentos econômicos. Também foi discutido o impacto da invasão russa na Ucrânia na economia global", informou Kuroda após se encontrar com o Fumio Kishida.

Depois da reunião entre Kuroda e Kishida ser noticiada pela imprensa japonesa, o dólar ficou cotado abaixo dos 121,50 ienes. 

O BOJ tem lutado para impedir qualquer aumento nos juros dos títulos do governo. Vendo que a taxa de juros dos títulos de 10 anos estava aumentando gradualmente, o BOJ começou a intervir no mercado financeiro. A compra ilimitada de títulos a uma taxa fixa de 0,25% foi estabelecido pelo BOJ como parte do seu programa de controle da curva de rendimento projetado. Assim, controlando as taxas de juros dos títulos, o BOJ consegue manter baixo os valores dos empréstimos destinados para famílias e empresas.

Kuroda afirma que um iene desvalorizado é positivo para a economia. Já a inflação de commodities (matérias-primas e produtos não industrializados importados pelo Japão) não levará o BOJ a mudar a sua política monetária.

Em outros lugares, a medida do Japão é oposta do FED (Banco Central Americano) e do Banco Central da Europa. Tanto os Estados Unidos quanto os países da Europa, têm tentado controlar a alta da inflação, agravada pela pandemia do coronavírus e pela guerra Rússia-Ucrânia.


Fontes: NHK News / The Mainichi / Reuters.


www.nikkeyon.blogspot.com

quarta-feira, 30 de março de 2022

Novas sanções contra a guerra na Ucrânia.

Japão proíbe a exportação de artigos de luxo para a Rússia.


Tóquio - Como parte das sanções econômicas pela guerra na Ucrânia, o governo japonês aprovou nesta terça-feira, 29 de março, a proibição de exportações de carros de luxo (e outros itens de luxo) para a Rússia.

www.nikkeyon.blogspot.com
Japão proíbe a exportação de artigos de luxo para a Rússia.
O governo do Japão aprovou novas sanções contra a Rússia nesta terça-feira, 29 de março. Agora fica proibido a exportação de carros de luxo e outros artigos de grande valor para o território russo. Foto: Kyodo News.

O gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishida revisou uma portaria para implementar o embargo contra a Rússia em 5 de abril, também abrangendo jóias valiosas e obras de arte.

A medida visa aumentar a pressão sobre os empresários que apoiam financeiramente o presidente russo, Vladimir Putin. Os Estados Unidos e os países da União Européia já adotaram medidas semelhantes contra a Rússia.

"Trabalharemos com a comunidade internacional, incluindo o Grupo dos Sete (G7), para implementar sanções mais duras", disse em uma entrevista coletiva Koichi Hagiuda, Ministro da Economia, do Comércio e da Indústria do Japão.

Em 2006, o Japão também impôs uma proibição semelhante às exportações de bens de luxo para a Coréia do Norte.  Naquela época, a capital Pyongyang havia anunciado a realização de um teste nuclear. Por esse motivo, o governo japonês proibiu totalmente as importações e exportações entre Japão e Coréia do Norte.

A invasão russa na Ucrânia já foi recebida com uma série de sanções internacionais. Uma dessas sanções foi o congelamento de ativos do banco central russo. Isso provocou a proibição de transações financeiras entre importantes instituições bancárias russas e um importante sistema internacional de pagamento.

Junto com os Estados Unidos e os países europeus, o Japão também decidiu retirar a Rússia do status de "nação mais favorecida". Com esse antigo status, Moscou tinha as melhores condições comerciais em produtos-chaves, sob as regras da Organização Mundial do Comércio.


Fonte: Kyodo News.


www.nikkeyon.blogspot.com

terça-feira, 29 de março de 2022

"Dirija meu carro" e o incidente do Oscar.

Filme japonês "Drive my car" ganha o Oscar de melhor longa-metragem internacional. Ator Will Smith deixa o público da premiação perplexo.


Los Angeles - Neste domingo, 27 de março, o filme japonês "Drive my car", do diretor Ryusuke Hamaguchi, levou para casa a estatueta dourada do Oscar 2022. A obra de Hamaguchi foi premiada como melhor longa-metragem internacional (antiga categoria melhor filme em língua estrangeira).

www.nikkeyon.blogspot.com
Filme japonês "Drive my car" ganha o Oscar de melhor longa-metragem internacional. Ator Will Smith deixa o público da premiação perplexo.
A atriz Reika Kirishima (esquerda), o diretor Ryusuke Hamaguchi (com o Oscar em mãos), o ator Hidetoshi Nishijima (ao lado do diretor) e o ator Masaki Okada (direita) posam para uma foto após a premiação do Oscar, em Los Angeles, Estados Unidos. O filme do diretor Hamaguchi, "Drive my car" levou o Oscar de melhor filme internacional. Foto: Misuzu Sato.

"Drive my car" é baseado em um conto do famoso escritor japonês Haruki Murakami. O filme é sobre duas pessoas solitárias que encontram coragem para enfrentar o passado de suas vidas. Na trama, um ator/diretor de teatro de sucesso fica viúvo de repente, deixando muitas questões sobre o seu relacionamento amoroso sem respostas. Um grande arrependimento surge na consciência do personagem, pois ele nunca conseguiu compreender completamente sua esposa quando ela era viva. Dois anos depois, sem conseguir sair do luto, o diretor acaba aceitando dirigir uma peça de teatro na cidade de Hiroshima. Em Hiroshima, o diretor de teatro conhece uma mulher que torna-se a motorista de seu carro. Apesar das diferenças e dúvidas iniciais entre o diretor e a motorista, uma relação muito especial se desenvolve entre os dois durante a trama. "Drive my car" foca a sua história na perda, no luto, no renascimento da alma e no poder da arte.

O filme japonês já tem uma coleção de prêmios internacionais desde a sua estréia mundial. Citando alguns deles: ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes, do ano passado, e levou o Globo de Ouro de melhor filme na categoria de língua não-inglesa.

Além de ser indicado e o ganhador da estatueta de melhor filme internacional, "Drive my car" também recebeu mais 3 indicações ao Oscar 2022: melhor filme do ano, melhor diretor (para Ryusuke Hamaguchi) e melhor roteiro adaptado. Um fato inédito para a cinematografia japonesa.

Em uma entrevista coletiva, após a cerimônia de premiação, o diretor Hamaguchi disse que a razão de seu filme ganhar um Oscar pode estar relacionado aos novos tempos de mudança. "Um milhão de pessoas morreram de coronavírus pelo mundo. A história sobre a perda de uma pessoa e como aceitar isso, pode ter repercutido na mente do público que assistiu ao filme. Acho que esse prêmio (o Oscar) ressoou com muita intensidade em mim", disse Hamaguchi. 

Na premiação das outras categorias do Oscar deste ano, "CODA - No ritmo do coração" levou o prêmio de melhor filme do ano. Jane Campion ganhou o Oscar de melhor diretora pelo filme "Ataque dos cães". O Oscar de melhor atriz foi para Jessica Chastain, pelo filme "Os olhos de Tammy Faye". E o Oscar de melhor ator foi para Will Smith, pelo filme "King Richard: Criando campeãs".

E falando no ator Will Smith... Ele foi protagonista da maior "surpresa" da noite do Oscar. O ator norte-americano agrediu (de verdade) o comediante Chris Rock. O incidente aconteceu no palco da premiação e a cena foi transmitida ao vivo para o mundo todo. Tudo começou quando o comediante fez uma piada sobre a aparência (careca) e o problema de alopecia (doença que provoca queda de cabelos) da atriz Jada Smith, esposa de Will Smith. O ator não gostou da piada sobre o problema de sua esposa. Will subiu ao palco e deu um tapa na cara de Chris.

Filme japonês "Drive my car" ganha o Oscar de melhor longa-metragem internacional. Ator Will Smith deixa o público da premiação perplexo.
Ator Will Smith dá um tapa na cara do comediante Chris Rock, durante a premiação do Oscar 2022. Foto: Getty Images.

Depois do tapa, Will Smith voltou ao seu lugar e disse para Chris, duas vezes, em voz alta (durante a cerimônia!): "Mantenha o nome da minha esposa fora da p**ra da sua boca". O comediante e o público presente ficaram sem reação.

Mais tarde, depois de algumas horas após a agressão, Will Smith voltou ao palco do Oscar para receber a sua estatueta de melhor ator do ano. Durante o seu discurso de agradecimento, o ator mencionou o incidente e pediu desculpas para os seus colegas indicados e aos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. 

Enfim, esta edição do Oscar 2022 saiu da mesmice para entrar na história, nada agradável, de fatos inusitados ocorridos na noite da premiação.


Fontes: NHK News / The Asahi Shimbun / Globo.com


www.nikkeyon.blogspot.com

segunda-feira, 28 de março de 2022

Sobre a atual situação mundial.

Primeiro-ministro japonês faz um discurso de formatura com uma visão preocupante sobre os problemas mundiais.


Yokosuka - "A guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia, ameaça abalar os fundamentos da ordem internacional, podendo levar o mundo à maior crise desde a Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, neste domingo (27 de março).

www.nikkeyon.blogspot.com
Primeiro-ministro japonês faz um discurso de formatura com uma visão preocupante sobre os problemas mundiais.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, faz seu discurso na cerimônia de formatura da Academia de Defesa Nacional, na cidade Yokosuka, província de Kanagawa. Foto: Kyodo News.

"O Japão não descarta opções para fortalecer, fundamentalmente, suas capacidades de defesa. O governo pretende revisar a estratégia de segurança nacional (uma diretriz de longo prazo) até o final do ano. E, também, será revisado outros dois documentos importantes sobre o desenvolvimento de defesa militar", discursou Kishida durante uma cerimônia de formatura da Academia de Defesa Nacional, na cidade de Yokusuka, província de Kanagawa.

Segundo Kishida, o governo japonês está decidido a apoiar o governo ucraniano. As ações da Ucrânia contra a invasão russa, juntamente com ações de outros países aliados, determinarão o futuro da comunidade internacional.

Especialistas diplomáticos e de defesa dizem que o ataque unilateral da Rússia à Ucrânia pode encorajar a China a atacar Taiwan. O governo de Pequim vê a pequena nação insular como uma província renegada, aguardando a reunificação pela força, se necessário.

"Nunca deve ser permitida, na região Indo-Pacífico, uma mudança imposta à força, especialmente no leste da Ásia. O ambiente de segurança em torno do Japão está se tornando, marcadamente, mais sério. Isso é visto nas tentativas, cada vez mais ousadas, da China em mudar unilateralmente o status quo do mar chinês, do leste e do sul. A respeito da Coréia do Norte, seus sucessivos lançamentos de mísseis balísticos no Mar do Japão também geram apreensão sobre as reais intenções do governo norte-coreano em relação à paz mundial", disse Kishida.

O primeiro-ministro japonês enfatizou a importância de fortalecer a cooperação entre as Forças de Autodefesa e a Guarda Costeira do Japão. Medidas devem ser tomadas pelo Japão quando a China afirma sua soberania sobre as Ilhas Senkaku. As pequenas ilhas desabitadas são administradas pelo Japão, no mar da China Oriental. Entretanto, navios chineses são frequentemente vistos no local com o intuito de mostrar a soberania chinesa sobre a região disputada.

"Qualquer um pode ver que o mundo e a área ao redor do Japão estão passando por tempos turbulentos",  disse o ministro da defesa, Nobuo Kishi, também presente na cerimônia de formatura.

Neste ano, a cerimônia de formatura da Academia de Defesa Nacional teve 479 alunos formados, dos quais 64 formandos eram do sexo feminino. Além disso, também se formaram 22 estudantes estrangeiros na academia, com formandos originários do Camboja, Mongólia, Filipinas, Tailândia, Timor Leste, Vietnã, Laos e Mianmar.


Fonte: Kyodo News.


www.nikkeyon.blogspot.com

domingo, 27 de março de 2022

Treinamento russo em área disputada.

Rússia inicia exercícios militares em ilhas reivindicadas pelo Japão.


Tóquio - O Ministério de Defesa da Rússia anunciou na última sexta-feira, 25 de março, que mais de 3.000 soldados russos, incluindo unidades de artilharia, estão participando de uma simulação de defesa em uma região das ilhas Curilas do Sul.

www.nikkeyon.blogspot.com
Rússia inicia exercícios militares em ilhas reivindicadas pelo Japão.
Rússia inicia exercícios militares em ilhas disputadas pelo Japão. Fonte: NHK News.

Os exercícios militares estão sendo feitos em uma área controlada pela Rússia, mas o Japão afirma, há muitos anos, que as ilhas são um território japonês.

Alguns observadores dizem que Moscou está tentando enviar um aviso ao Japão. Recentemente, o governo japonês impôs sanções à Rússia por invadir a Ucrânia.

Segundo as informações da mídia russa, o exército russo utilizou drones de última geração para atividades de reconhecimento. Os militares também praticaram procedimentos para o lançamento de mísseis antitanques, conhecidos como ATGM.

O governo japonês chama as ilhas disputadas de Territórios do Norte. O Japão sustenta que as ilhas são uma parte inerente de seu território nacional. Desde 1945, as autoridades japonesas têm afirmado que a Rússia ocupou ilegalmente as ilhas.

Esse é o primeiro treinamento militar, nas ilhas disputadas, desde que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou, na última segunda-feira, a suspensão das negociações sobre o tratado de paz com o Japão.

O Japão e a Rússia nunca assinaram um tratado de paz após o fim da Segunda Guerra Mundial, tudo devido à questão territorial sobre as ilhas Curilas do Sul.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, informou que o Japão está protestando fortemente contra a decisão da Rússia em suspender as negociações bilaterais do tratado de paz. Já o Ministério Russo das Relações Exteriores afirma que não está disposto a continuar o diálogo com o Japão, dizendo que o país mantém uma "posição explicitamente hostil" em relação à Rússia.

Kishida também informou que não está considerando a revisão de projetos relacionados à Rússia, no orçamento fiscal do governo japonês de 2022. Se não for revisado, o orçamento fiscal deixará de incluir financiamentos para empresas japonesas que participam de projetos conjuntos com empresas russas.


Fonte: NHK News.


www.nikkeyon.blogspot.com

sábado, 26 de março de 2022

Como posso ajudá-los?

Após seu primo fugir da guerra, estudante japonês arrecada dinheiro para ajudar a Ucrânia.


Kumamoto - Preocupado com a situação na Ucrânia, um estudante japonês, 2ª ano do ensino médio, tomou uma iniciativa para ajudar as pessoas que estão na guerra. Morador da cidade de Kumamoto, província de mesmo nome, o adolescente teve a ideia de arrecadar fundos de apoio à Ucrânia após o seu primo se refugiar no Japão, fugindo da invasão militar russa em território ucraniano.

www.nikkeyon.blogspot.com
Após seu primo fugir da guerra, estudante japonês arrecada dinheiro para ajudar a Ucrânia.
Os irmãos Yusei Tsuji (esquerda) e Yusuke Tsuji (direita), juntos com o primo Yamato Matsumoto (centro), todos moradores da cidade de Kumamoto, província de mesmo nome. Matsumoto foi o idealizador de uma campanha de arrecadação de fundos para apoiar a Ucrânia. Foto: The  Mainichi.

Durante 3 semanas, o estudante Yamato Matsumoto (17 anos) conseguiu arrecadar aproximadamente 100.000 ienes (US$ 820). Cerca de 200 pessoas ajudaram na campanha do adolescente.

"Gostaria de usar o dinheiro das doações para ajudar no custo de vida dos necessitados na Ucrânia", disse Matsumoto.

A campanha surgiu depois que um parente ucraniano do estudante se refugiou em Kyushu. O primo de Matsumoto, o jovem Yusei Tsuji (12 anos), estava vivendo na Ucrânia até o início deste ano, junto com a sua mãe ucraniana. Em fevereiro, uma semana antes da invasão russa, Yusei viajou rapidamente para o Japão. Na cidade de Kumamoto, ele foi morar junto com o seu pai japonês, Hidetaka Tsuji (52 anos) e seu irmão mais velho, Yusuke Tsuji.

Matsumoto está feliz em ver Yusei novamente, depois de três anos vivendo longe um do outro. Agora, o estudante do ensino médio passa o seu tempo ajudando o seu primo ucraniano a estudar os ideogramas japoneses (kanji), antes que Yusei entre na escola ginasial do Japão, em abril. Além disso, os dois passam o tempo livre juntos jogando beisebol. 

A mãe ucraniana de Yusei permaneceu morando na cidade de Dnipro (leste da Ucrânia) até o início deste mês (março de 2022), para cuidar de seu pai. Entretanto, com a aproximação do exército russo na região, ela decidiu se refugiar na Polônia, fazendo uma jornada de 1.400 km até chegar à fronteira. Já o avô ucraniano de Yusei, ele decidiu permanecer na Ucrânia para "proteger" a sua casa da invasão russa. A mesma decisão teve a tia ucraniana de Yusei, moradora da cidade de Carcóvia (também no leste da Ucrânia), que permaneceu em sua casa para defender o seu país.

Sabendo da situação dramática da família de seu primo e do povo da Ucrânia, Matsumoto pensou: "Existe alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?" 

No início de março, Matsumoto idealizou uma campanha de angariação de fundos para a Ucrânia. Muitas pessoas cooperaram com a iniciativa do estudante, principalmente: seus colegas do clube de beisebol da escola, a Kyushu Gakuin High School; os membros do time de voleibol de sua mãe; e um jogador de beisebol profissional do time Saitama Seibu Lions, Ryota Kawano (um ex-aluno da Kyushu Gakuin High School). 

Agora, Matsumoto pretende entregar as doações para uma organização pública no Japão que trabalha em prol da Ucrânia.

"Fico preocupado quando vejo a situação na Ucrânia piorando, dia após dia, através dos noticiários da televisão. Espero que a guerra termine logo. Quero que o meu primo Yusei consiga retornar à Ucrânia com segurança e reencontrar a sua família", disse Matsumoto.

Sobre doações para a Ucrânia no Japão, qualquer pessoa pode entrar em contato com a Golden Age, uma empresa situada na cidade de Kumamoto e administrada por Hidetaka Tsuji (pai de Yusei). Telefone de contato: 096-295-8331 (Falar em japonês).


Fonte: The Mainichi.


www.nikkeyon.blogspot.com

sexta-feira, 25 de março de 2022

Lutando contra o sentimento de culpa.

Ucraniana relata sua história de vida antes, durante e depois da invasão russa.


Cracóvia - No dia 14 de março, uma refugiada ucraniana decidiu caminhar pelos campos de Korsczowa e se aproximou de uma cerca que separa a fronteira da Polônia com a Ucrânia. Um mês se passou quando ela resolveu atravessar a fronteira dos dois países, escapando da invasão russa na cidade onde vivia. Agora, através da cerca, ela observa o outro lado e pensa o quão perto está da Ucrânia. Mas, ao mesmo tempo, tudo parece tão longe. E então, ela começa a chorar.

www.nikkeyon.blogspot.com
Ucraniana relata sua história de vida antes, durante e depois da invasão russa.
A refugiada Olha Rumiantseva posa para uma foto perto da fronteira da Polônia com a Ucrânia, em 14 de março. O local fica em Korczowa, leste da Polônia. Foto: The Mainichi.

A "refugiada da cerca" é a ucraniana Olha Rumiantseva (27 anos), nascida na península da Crimeia, sul da Ucrânia. Ela nasceu em 1994, três anos depois da queda da União Soviética. Seu pai é de origem siberiana, na Rússia, e sua mãe, originária da cidade de Odessa, no sul da Ucrânia.

Quando jovens, os pais de Rumiantseva se estabeleceram na Crimeia. Desde criança, a pequena Olha sempre utilizou a língua russa para se comunicar dentro de casa e na escola também.

Em 2012, Rumiantseva decidiu continuar estudando em uma universidade da capital ucraniana Kiev. No início, a moça começou a sentir dificuldades no novo ambiente, porque ela não dominava a linguagem ucraniana. Aos poucos, a sua habilidade em falar ucraniano melhorou muito, através de conversas com os novos amigos de estudos.

Quando Rumiantseva ainda estava na universidade, a sua terra natal (a Crimeia) foi anexada com a Rússia, em 2014. Isso se tornou um divisor de águas para sua família. Uma política de assimilação russa foi implementada na Crimeia e os transportes de trens dessa região, até a cidade de Kiev, foram abolidos. Postos de controles de fronteiras foram estabelecidos entre as duas regiões e tornou-se difícil visitar a família. Antigamente, a moça conseguia viajar para a casa de seus pais de 3 ou 4 vezes por ano.

O tempo passou, Rumiantseva terminou a universidade, arranjou um emprego na cidade de Kiev e casou-se com um ucraniano. Cada vez mais, ela sentia a sua identidade ucraniana se solidificar, contrariando o seu pai que continuava vivendo na Crimeia.

Nunca Rumiantseva imaginou que a Rússia atacaria a cidade de Kiev. Na manhã do dia 24 de fevereiro, uma sirene de alerta de ataque aéreo disparou de repente. Para se proteger, ela precisou evacuar ligeiramente até um porão de um pequeno teatro, perto do apartamento onde morava. E toda vez que a sirene tocava, ela corria para o abrigo do teatro.

Em 25 de fevereiro, um amigo de Rumiantseva a telefonou perguntando se ela gostaria de fugir de carro, junto com outras pessoas, para a Polônia. Ela tinha que decidir rapidamente, pois o seu amigo partiria em 30 minutos para a longa viagem. Nos primeiros instantes, ela pensou em não ir porque o seu marido ficaria sozinho na Ucrânia. Entretanto, com muita insistência, o seu marido a convenceu a partir apressadamente para a Polônia, estando mais segura longe dos bombardeios na cidade de Kiev.

"Antes de partir, o meu marido me disse que seria mais fácil para ele lidar sozinho com todas essas coisas acontecendo na Ucrânia", disse Rumiantseva. Ela juntou todas as suas coisas com muita pressa e seguiu viagem. Ela e seus amigos enfrentaram um grande engarrafamento até o posto de controle da fronteira polonesa, levando três dias e três noites para entrar na Polônia.

Quando finalmente Rumiantseva atravessou a fronteira internacional, ela não sentiu-se aliviada por fugir da guerra, mas ficou com muita culpa. Ela se culpou por deixar a Ucrânia naquele momento, enquanto muitas pessoas ficaram lá para proteger o país da invasão russa. 

"Me senti tão culpada por fugir para a Polônia. Eu fiquei sabendo que muitos ucranianos, com crianças pequenas, ficaram na Ucrânia para defender o nosso país. E agora, estou me sentindo péssima por ser egoísta e por ter fugido sem ter filhos pequenos. Sou sozinha e adulta! Eu deveria ter ficado com o meu marido para lutarmos juntos em Kiev", lamentou Rumiantseva.

Os pais de Rumiantseva ficaram sabendo da guerra através dos canais de notícias da Rússia. Eles acreditam fielmente que o exército russo está na Ucrânia para salvar a sua filha e toda a sociedade ucraniana.

"Minha família não acredita que a Rússia está bombardeando as cidades da Ucrânia. Meus pais dizem que eu estou errada. Eles falaram para mim que o governo ucraniano está dizendo um monte de mentiras para o seu povo. Frequentemente, o meu pai repassa as notícias dos canais russos para eu ler em minhas redes sociais. As notícias da Rússia sobre a guerra são tão perturbadoras que eu não consigo ler tudo. Eu evito discutir com os meu pais e deixo isso para lá. Minha família se comunica com outras pessoas em várias redes sociais. Eu não quero perdê-los por causa de diferenças de opinião política", explicou Rumiantseva.

Neste momento, Rumiantseva está morando junto com um amigo em Cracóvia, cidade ao sul da Polônia. Querendo ajudar o seu país de origem, ela tem enviado itens de primeira necessidade (coisas de bebês/crianças e suprimentos médicos) para a Ucrânia. Ela faz esse trabalho com os mesmos amigos que vieram juntos para a Polônia. O marido de Rumiantseva também está trabalhando como voluntário, distribuindo as doações para os ucranianos que ficaram no país. 

Rumiantseva disse que embora ela não tenha poder de parar um tanque de guerra sozinha, ela consegue fazer coisas importantes na Polônia. E, de modo igual, o seu marido também está fazendo as mesmas coisas que ela faz, só que na Ucrânia: fornecendo ajuda humanitária para aqueles que estão necessitados durante essa guerra.

"Estou decidida que um dia retornarei à Ucrânia. Não deixarei o meu país em ruínas. Farei o meu melhor para reconstruí-lo. E deixarei o meu país ainda mais bonito e mais brilhante do que era antes da guerra", disse Rumiantseva com esperança e convicção.


Fonte: The Mainichi.


www.nikkeyon.blogspot.com

quinta-feira, 24 de março de 2022

Contato virtual entre Ucrânia e Japão.

Presidente ucraniano faz o seu primeiro discurso online para os legisladores japoneses.


Tóquio - Nesta quarta-feira, 23 de março, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy se dirigiu aos legisladores japoneses da Dieta por videoconferência, um fato inédito na história dos dois países.

www.nikkeyon.blogspot.com
Presidente ucraniano faz o seu primeiro discurso online para os legisladores japoneses.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, fez um discurso por videoconferência para vários políticos japoneses nesta quarta-feira, 23 de março. Foto: The Mainichi.

"O Japão é o primeiro país asiático a pressionar a Rússia. Nós, ucranianos, queremos que a pressão continue. Se os russos não pararem com a invasão em forma de tsunami na Ucrânia, é fundamental que outros países continuem introduzindo proibições comerciais contra a Rússia", disse Zelenskyy, no primeiro discurso virtual entre parlamentares japoneses e um líder estrangeiro.

O discurso de Zelenskyy começou às 18 horas, no horário do Japão. A videoconferência foi proferida com tradução simultânea para o japonês, preparada por funcionários do governo ucraniano.

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, os ministros do gabinete e outros legisladores ouviram o discurso do presidente ucraniano em uma grande sala do parlamento japonês.

Durante o seu discurso online, Zelenskyy disse que o povo do Japão e da Ucrânia compartilham um sentimento comum de liberdade. Ele agradeceu ao Japão por entender a situação e estender a mão para ajudar rapidamente os ucranianos.

Sobre Chernobyl e Zaporizhzhia, Zelenskyy expôs a questão dos ataques russos nas instalações nucleares ucranianas. Ele afirmou que o exército da Rússia transformou os locais de descarte de resíduos nucleares da Ucrânia em campo de batalha. Sendo um problema muito sério, o presidente ucraniano pediu aos legisladores japoneses que refletissem sobre a quantidade de tempo a ser gasto para normalizar a radiação naquele local novamente.

Em outra parte de seu discurso, Zelenskyy mencionou que milhares de pessoas já morreram na Ucrânia, incluindo 121 crianças. Ele solicitou para o público, presente na videoconferência, que tenha em mente sobre o grande número de pessoas inocentes mortas e outras sem rumo nessa guerra.

"Ninguém está certo ou confiante sobre o futuro", disse Zelenskyy aos legisladores japoneses.

Sobre o armamento militar russo, Zelenskyy afirmou que a Rússia tem planos para atacar a Ucrânia com armas químicas, como o gás sarin. Nikkey ON!: Provavelmente, o presidente ucraniano sabia sobre o recente aniversário do ataque ao metrô de Tóquio com gás sarin, em 20 de março de 1995. O atentado tirou a vida de 13 pessoas e feriu outras 6.252 pessoas. 

Zelenskyy também observou que muitas pessoas estão se perguntando sobre "o que acontecerá com o mundo se armas nucleares forem usadas?". Ele expressou uma forte preocupação com o possível uso de armas de destruição em massa pela Rússia, jogando-as contra a Ucrânia e outros países.

Com o término da videoconferência, Kishida disse aos repórteres: "Vamos considerar sanções adicionais contra a Rússia. E vamos garantir a assistência humanitária adicional para o povo da Ucrânia".

Após a entrevista com os repórteres, o primeiro-ministro japonês seguiu viagem para Bruxelas, na Bélgica. Kishida irá se reunir com a cúpula do G7 (Japão, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido) nesta quinta-feira, 24 de março. A reunião dos líderes mundiais será emergencial para discutir assuntos sobre a guerra e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).


Fontes: NHK News / The Mainichi.

 
www.nikkeyon.blogspot.com

quarta-feira, 23 de março de 2022

Arquitetura da solidariedade.

Arquiteto japonês cria espaços privados, em abrigos, para os refugiados ucranianos.


Varsóvia - Shigeru Ban, um renomado arquiteto japonês de nível internacional, está usando a sua genialidade para ajudar os ucranianos que estão refugiados na Polônia. Ele é o criador de uma divisória, feita de papelão e tecido, que cria ambientes privativos em abrigos improvisados.

www.nikkeyon.blogspot.com
Arquiteto japonês cria espaços privados, em abrigos, para os refugiados ucranianos.
Refugiada ucraniana, junto com o seu bebê, são vistos em frente da divisória "Paper Partition System", no centro de evacuação da cidade de Chelm, Polônia. Foto: Rede de Arquiteturas Voluntárias.

"Quero criar espaços onde os refugiados possam ter uma melhor privacidade em ambientes coletivos", afirmou Ban.

Esta não é a primeira vez que o arquiteto ajuda refugiados de guerra. Em 1994, Ban usou tubos de papelão reforçados para criar abrigos para os refugiados do conflito étnico em Ruanda. Mais tarde, ele desenvolveu um novo sistema de divisória de papelão (Paper Partition System) e forneceu a ideia para as áreas afetadas por desastres naturais. O novo sistema foi muito utilizado pelos desabrigados de Tohoku, vítimas do Grande Terremoto do Leste do Japão em 2011.

O sistema usado na Polônia consiste em longos canos de papelão reforçado (usados como pilares e vigas) e cortinas de pano, criando um espaço privativo em locais públicos para uma pessoa ou família descansar. 

Em 2019, Shigeru Ban recebeu o Prêmio Yomiuri de Cooperação Internacional, por suas realizações em causas sociais.

No início deste mês (março de 2022), Ban entrou em contato com um colega arquiteto na Polônia e viajou para o país no dia 11 de março. Chegando lá, ele visitou a cidade de Chelm (25 km de distância da fronteira com a Ucrânia) e instalou dentro de um antigo supermercado, 319 unidades do Paper Partition System. No novo abrigo, as divisórias de Ban ajudaram a acomodar melhor alguns dos refugiados vindos da Ucrânia.

O arquiteto também forneceu 60 unidades das divisórias para um centro de evacuação, na estação ferroviária de Wroclaw (cidade de mesmo nome), no leste da Polônia. Nesse local, um fato que chamou a atenção de Ban: uma mulher refugiada começou a chorar sozinha dentro de uma divisória privativa. Pelo visto, ela esteve segurando as suas emoções o tempo todo em que esteve com outras pessoas por perto.

"Aparentemente, a mulher conseguiu liberar um pouco da tensão enquanto estava sozinha na divisória", disse Ban.

Cerca de 900 unidades do Paper Partition System foram enviados para abrigos na Ucrânia. A partir desta quinta-feira, 24 de março, outras unidades serão instaladas em um centro de evacuação em Paris (França), destinados aos refugiados de guerra.

Varsóvia, outras quatro cidades e mais a Eslovênia também solicitaram ao arquiteto Ban o fornecimento das unidades do Paper Partition System, para ajudar na organização de abrigos. 

Nikkey ON!: Parabéns Ban! As divisórias têm ajudado muitas pessoas que perderam tudo nessa guerra. Um pouco de privacidade acaba sendo um bem precioso, neste momento difícil na vida de um refugiado.


Fonte: The Japan News.


www.nikkeyon.blogspot.com

terça-feira, 22 de março de 2022

Quero voltar para minha casa.

Guerra obriga japonês a abandonar sua vida e sua propriedade na Ucrânia.


Narita - Para escapar da invasão militar russa, o japonês Hidekatsu Furikata (78 anos) foi obrigado a deixar de lado todas as suas coisas na Ucrânia e fugir para o Japão, reencontrando com seus familiares japoneses. Fazia décadas que o ancião japonês vivia em território ucraniano.

www.nikkeyon.blogspot.com
Guerra obriga japonês a abandonar sua vida e sua propriedade na Ucrânia.
Encontro emocionado entre Hidekatsu Furikata (direita) e o seu irmão mais velho no aeroporto de Narita, em 19 de março. Foto: Yomiuri Shimbun.

A maior parte de sua vida, Furikata viveu fora do Japão. Após o seu nascimento na província de Nagano em 1943, ele e toda sua família se mudaram para a ilha de Sacalina (ou Sakhalin), no extremo norte de Hokkaido. No passado, Sacalina era uma área sob o domínio japonês. Mas em agosto de 1945, a região foi invadida pela antiga União Soviética e tornou-se um território soviético. A invasão ocorreu um mês antes da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Com a soberania soviética na ilha, muitos japoneses que viviam em Sacalina foram repatriados ao Japão. Entretanto, o pai de Furikata não teve permissão para sair, sendo obrigado a continuar trabalhando e vivendo com a família na ilha, agora regida pelas leis da União Soviética.

Quando tornou-se "um jovem adulto soviético", Furikata estudou e formou-se na universidade de Leningrado (atual São Petersburgo), na década de 60. No ano de 1971, ele casou-se com uma polonesa e juntos se mudaram para a Ucrânia (país ainda sob o domínio da União Soviética).

Decididos a morar perto da região onde a esposa de Furikata nasceu, o jovem casal escolheu a cidade de Zhytomyr, região oeste da Ucrânia. Os anos se passaram, a família cresceu e, até o início deste mês (março de 2022), Furikata ainda permanecia morando na mesma cidade. No entanto, agora ele vivia sozinho em sua casa desde que sua esposa faleceu, cerca de três anos atrás. 

No dia 5 de março, o município de Zhytomyr começou a ser invadida pelo exército russo. Sentindo que estava em perigo iminente, Furikata abandonou a sua casa e seguiu numa viagem de três dias até a Polônia. Durante a perigosa viagem até a fronteira entre os dois países, o ancião japonês esteve sempre junto com uma parte de sua família ucraniana: a esposa de seu neto (Inna - 27 anos), sua bisneta (Sophia - 2 anos) e sua neta (Vladyslava - 18 anos).

Antes de entrar na Polônia, Furikata precisou de um novo passaporte japonês. No meio da confusão da guerra e sem como pedir um novo passaporte em um consulado japonês na Ucrânia, ele teve a sorte de conseguir um documento autorizando a sua viagem internacional pela Associação Japão-Sacalina. Essa entidade é responsável pelos japoneses que ainda continuaram vivendo na ilha de Sacalina, após o domínio soviético. Através desse documento, ele finalmente conseguiria viajar até o Japão pela Polônia.

No último sábado, 19 de março, Furikata chegou ao aeroporto internacional de Narita, num voo vindo de Varsóvia, capital da Polônia. No aeroporto, ele foi recebido pelo seu irmão mais velho (Nobukatsu Furikata - 80 anos) e sua irmã mais nova (Reiko Hatakeyama - 70 anos). No saguão de desembarque, um encontro com muitos abraços e lágrimas nos olhos entre os irmãos, depois de anos sem se verem.

Após os cumprimentos, Hidekatsu Furitaka agradeceu àqueles que prestaram toda assistência para sua viagem acontecer. No final, ele se expressou em russo dizendo o seguinte: "A Ucrânia é minha casa. Quando a guerra acabar, quero voltar para lá". 


Fonte: The Japan News.


www.nikkeyon.blogspot.com

segunda-feira, 21 de março de 2022

O drama dos refugiados na Polônia.

Ucraniana, residente no Japão, relata as dificuldades dos compatriotas que fugiram da guerra.


Nagoya - No ínicio deste mês, uma expatriada ucraniana viajou até a Polônia e trouxe a sua família para viver com ela no Japão. Pelo o que viu na Polônia, ela deu o seu depoimento para a NHK, sobre o drama de seu povo que fugiu da Ucrânia por causa da guerra.

www.nikkeyon.blogspot.com
Ucraniana, residente no Japão, relata as dificuldades dos compatriotas que fugiram da guerra.
Liliya Ivanyuk vive no Japão há 18 anos. Recentemente, ela retornou da Polônia com a sua família ucraniana que fugiu da guerra. Para a NHK, ela deu o seu depoimento sobre o que viu em Varsóvia. Foto: NHK News.

A ucraniana Liliya Ivanyuk é originária da cidade de Zhytomyr, na região noroeste da Ucrânia. Ela se mudou para o Japão há 18 anos atrás. Atualmente, ela é moradora da cidade de Obu, na província de Aichi.

Em 4 de março, Liliya ficou sabendo que a sua família ucraniana fugiu para a Polônia, por causa da invasão russa em sua terra natal. Preocupada com a situação, ela decidiu viajar imediatamente para a Polônia e trazer a sua mãe,  irmã e os dois sobrinhos para o Japão.

Quando chegou em Varsóvia, capital da Polônia, Liliya se deparou com um número assustador de refugiados ucranianos espalhados na estação ferroviária da cidade. Ela afirmou ter visto muitas pessoas desoladas e crianças assustadas com as dificuldades enfrentadas no novo país.

Mesmo com a situação caótica na Polônia, Liliya conseguiu encontrar a sua família no meio de tanta confusão provocada pela guerra.

Para retornar ao Japão, Liliya conseguiu encontrar passagens para toda a sua família e agendou a viagem para o dia 13 de março. No dia do embarque, um problema surgiu: sua irmã testou positivo no teste de coronavírus dentro do aeroporto, impossibilitando o seu embarque. 

No final, Liliya retornou ao Japão com sua mãe e os dois sobrinhos. Espera-se que sua irmã melhore na Polônia para conseguir viajar em outra data com segurança. No total, Liliya gastou mais de um milhão de ienes com passagens, o equivalente a US$ 8.400.

Durante a sua estadia na Polônia, Liliya ouviu diversos relatos de ucranianos que gostariam de vir ao Japão como refugiados. Entretanto, a distância, o alto preço das passagens e outros motivos pessoais impossibilitam o desejo de muitos ucranianos de solicitar refúgio no Japão.

Liliya acredita que é necessário mais apoio aos refugiados. Talvez o fornecimento de voos fretados, para os ucranianos chegarem ao Japão, já seria uma grande ajuda. Ela espera que mais pessoas da Ucrânia consigam embarcar em voos da Polônia para o Japão, fugindo do pesadelo criado pela guerra.


Fonte: NHK News.


www.nikkeyon.blogspot.com

domingo, 20 de março de 2022

Apoio habitacional para os ucranianos.

Cidades se mobilizam para receber no Japão os refugiados da Ucrânia.


Tóquio - Sensibilizados com a situação na Ucrânia, algumas cidades japonesas estão oferecendo apoio e cooperação ao povo ucraniano. Os refugiados poderão chegar brevemente ao Japão em pequenos grupos. 

www.nikkeyon.blogspot.com
Cidades se mobilizam para receber no Japão os refugiados da Ucrânia.
O governo japonês pretende acomodar refugiados da Ucrânia em habitações fornecidas por algumas cidades do Japão. Foto: AFP.

O governo japonês indicou que estava se preparando para aceitar os ucranianos, após a invasão russa destruir várias cidades na Ucrânia desde o início da guerra.

A cidade de Toda, província de Saitama, garantiu seis unidades habitacionais do município para os refugiados da Ucrânia. Cada unidade pode acomodar três ou quatro pessoas de uma família. Na hora de disponibilizar as moradias, as autoridades de Toda informaram que serão bastante flexíveis com a estrutura familiar e as circunstâncias individuais dos ucranianos.

Segundo a prefeitura de Toda,  a cidade aceitará as pessoas da Ucrânia de acordo com o  pedido do governo japonês. Será considerado também a consulta de emprego no Japão para os ucranianos. A cidade de Toda pretende cooperar com província de Saitama e outras organizações não governamentais, fornecendo apoio de acordo com as necessidades de cada refugiado.

O governo metropolitano de Tóquio avisou para a imprensa na sexta-feira, 18 de março, que aceitou duas pessoas vindas da Ucrânia. As autoridades de Tóquio informaram que o município já garantiu 100 unidades habitacionais para novos refugiados da guerra. É possível que, em breve, haja até 700 moradias disponíveis na província de Tóquio, para os ucranianos que chegarem ao Japão.


Fonte: NHK News.


www.nikkeyon.blogspot.com

sábado, 19 de março de 2022

Montadora com problemas logísticos.

Devido ao terremoto, Toyota suspenderá mais da metade de suas linhas de montagem no Japão.


Tóquio - A Toyota Motor Corporation informou nesta sexta-feira, 18 de março, a suspensão, por até 3 dias, de grande parte de suas linhas de montagem de veículos no Japão. A empresa luta para garantir peças de fornecedores afetados pelo forte terremoto, ocorrido na noite da última quarta-feira (dia 16 de março).

www.nikkeyon.blogspot.com
Devido ao terremoto, Toyota suspenderá mais da metade de suas linhas de montagem no Japão.
Nova paralisação das fábricas da Toyota no Japão. Por causa do terremoto de Tohoku, alguns fornecedores de peças para Toyota estão com as suas produções paralisadas. 

As 18 linhas de montagem, em 11 fábricas da Toyota, ficarão ociosas a partir de segunda-feira, 21 de março. Vinte mil veículos deixarão ser produzidos pela Toyota com a suspensão das linhas. 

Com o corte da produção causado pelo terremoto, a Toyota terá uma perda de produção de aproximadamente 50.000 veículos em março. Além do tremor de terra, a montadora continua batalhando com a escassez global de semicondutores que, de tempos em tempos, provoca interrupções em suas linhas de montagem.

No dia 1ª de março deste ano, a Toyota foi obrigada a paralisar, por 1 dia, todas as suas 28 linhas de produção, em 14 fábricas pelo Japão. O motivo da paralisação foi provocado por um ataque cibernético, ocorrido nos computadores de um fornecedor de peças da montadora, a Kojima Industries Corporation.

Uma outra montadora japonesa, a Subaru Corporation, também informou a paralisação das suas operações em três fábricas na província de Gunma. Por 2 dias, a montadora Subaru estará com sua produção de veículos suspensa por falta de peças, devido ao mesmo problema ocorrido na Toyota: o tremor de terra em Tohoku.

A Subaru não divulgou dados sobre o impacto provocado pelo terremoto em sua produção de veículos.

Nikkey ON!: Para aqueles que trabalham na fabricação de peças e na montagem de carros, vocês terão alguns dias de descanso... Entretanto, será descanso remunerado ou não?


Fonte: Kyodo News.


Alerta de terremoto na região nordeste do Japão.


Forte terremoto atinge a província de Iwate (novamente na região de Tohoku) na noite desta sexta-feira, 18 de março. O tremor ocorreu às 23h25 (horário do Japão), com intensidade +5 na escala Shindo (magnitude 5,5). O epicentro do terremoto foi no Oceano Pacífico (20 km de profundidade, em águas marítimas de Iwate). 

As províncias de Iwate e Aomori tiveram tremores de terra de maiores intensidades (+5 e 4 na escala Shindo, respectivamente). Segundo a Agência Meteorológica do Japão, não há risco de tsunami na costa marítima de Iwate. 


Forte terremoto atinge a província de Iwate na noite desta sexta-feira, 18 de março de 2022. Não há risco de tsunami. Fonte: Agência de Meteorológica do Japão. 


www.nikkeyon.blogspot.com

sexta-feira, 18 de março de 2022

O que aconteceu após o forte terremoto?

Tremor de terra em Tohoku provoca mortes e transtornos nas províncias de Fukushima e Miyagi.


Sendai - Um poderoso terremoto de magnitude 7,4 atingiu a região nordeste do Japão nesta quarta-feira, provocando muitos danos nas províncias de Fukushima e Miyagi. Quatro pessoas morreram e mais de 107 pessoas ficaram feridas.

www.nikkeyon.blogspot.com
Tremor de terra em Tohoku provoca mortes e transtornos nas províncias de Fukushima e Miyagi.
Na cidade de Kunimi, em Fukushima, uma parte da casa desabou após a passagem do forte terremoto que atingiu a região de Tohoku na noite do dia 16 de março de 2022. Foto: The Mainichi.

Segundo a Agência Meteorológica do Japão, o tremor aconteceu às 11h36 na noite de 16 de março (horário do Japão), com epicentro no Oceano Pacífico (57 km de profundidade, em águas da região de Fukushima). Além da região de Tohoku, outras regiões como Hokkaido, Kanto, Tokai, Kansai e até mesmo Kyushu sentiram o forte terremoto. 

A Agência Nacional de Polícia informou que três pessoas da província de Miyagi e uma pessoa da província de Fukushima foram encontradas mortas após o terremoto. 

Pessoas feridas foram relatadas em nove províncias (sendo a maioria na região de Tohoku), de acordo com a Agência de Gerenciamento de Incêndios e Desastres.

Um alerta de tsunami foi acionado para a costa do pacífico das províncias de Miyagi e Fukushima. Depois das 5 horas da manhã desta quinta-feira, o alerta foi suspenso pelas autoridades locais.

Na  região costeira da cidade de Ishinomaki, província de Miyagi, um tsunami de 30 centímetros de altura foi observado às 2h14 (na madrugada de quinta-feira). Já no litoral da cidade de Sendai, o tsunami chegou atingir 20 centímetros de altura às 1h46 (também na madrugada do mesmo dia).

Na costa da província de Fukushima, um tsunami de 20 centímetros de altura foi registrado às 3h15 da manhã, na cidade de Soma.

De acordo com a TEPCO Power Grid Inc. e a Tohoku Electric Power Network Co., houve cortes de eletricidade para mais de 2,2 milhões de casas durante o tremor, em regiões de Kanto, Tohoku e outras áreas próximas. Nenhuma anormalidade foi encontrada nos reatores e instalações da usina nuclear de Fukushima Daiichi. Entretanto, o sistema de resfriamento das piscinas com combustível nuclear da usina pararam temporariamente após o tremor. Depois de algum tempo, o sistema de refrigeração foi restaurado pelos técnicos da usina, normalizando a situação. 

Uma composição do trem-bala da Tohoku Shinkansen descarrilou entre  a estação de Fukushima e a estação de Shiroishi-Zao (província de Miyagi). Todos os 78 passageiros e tripulantes a bordo da composição saíram ilesos, segundo a East Japan Railway Co. Devido ao descarrilamento, as operações do trem-bala foram interrompidas na manhã desta quinta-feira, entre a estação de Nasushiobara (província de Tochigi) e a estação de Morioka (província de Iwate). Não há previsão de retomada dos serviços do trem-bala na região afetada pelo acidente.

Tremor de terra em Tohoku provoca mortes e transtornos nas províncias de Fukushima e Miyagi.
Durante o forte terremoto da noite de quarta-feira (16 de março), uma composição do trem-bala da Tohoku Shinkansen descarrilou perto da estação de Shiroishi-Zao, na província de Miyagi. Foto: The Mainichi.

O tráfego de veículos pela via expressa Tohoku foi interrompido entre os trechos da cidade de Kunimi (província de Fukushima) e da cidade de Shiroishi (província de Miyagi). Uma rachadura de 50 metros de comprimento danificou parte da pista, provocando um desnível de 10 centímetros, de acordo com a NEXCO East. Em outra pista da expresso Joban, próxima da costa da província de Miyagi, uma fenda de 30 centímetros (e mais de 10 metros de comprimento) também interrompeu o trânsito de veículos nos trechos de Shinchi e Yamamoto. 

Tremor de terra em Tohoku provoca mortes e transtornos nas províncias de Fukushima e Miyagi.
Após o terremoto, um trecho da expresso Tohoku ficou danificada na região de Shiroishi, província de Miyagi. Foto: The Mainichi.

Por causa do terremoto, a Toyota Motor Corporation interrompeu as operações diurnas de sua fábrica na província de Iwate nesta quinta-feira. No mesmo dia, a Renesas Electronics Corporation, fabricante de semicondutores, interrompeu suas operações em suas fábricas nas províncias de Ibaraki e Gunma.

O corpo de bombeiros, das províncias de Miyagi e Fukushima, receberam inúmeras ligações telefônicas solicitando ajuda de emergência, durante a madrugada de quinta-feira. Algumas casas desabaram, muros caíram no chão e sistemas de água encanada foram danificadas na região de Tohoku.

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, informou, em uma sessão parlamentar,  que todas as medidas estão sendo tomadas para responder rapidamente ao desastre. As Forças de Autodefesa do Japão foram enviadas para o socorro de vítimas na província de Fukushima. 

Nos próximos sete dias, novos tremores de terra, de até 6 graus na escala Shindo, poderão ocorrer em Tohoku novamente. Autoridades locais pedem para que os moradores da região norte do Japão fiquem em alerta.


Fontes: The Mainichi / The Asahi Shimbun.


www.nikkeyon.blogspot.com

quinta-feira, 17 de março de 2022

Pandemia sem controle.

Casos de COVID-19 na Coréia do Sul atinge níveis alarmantes com a redução das restrições.


Seul - Nesta quarta-feira, 16 de março, a Coréia do Sul registrou mais de 400.000 casos de coronavírus em um único dia. Um triste recorde que é alimentado com a redução das restrições dentro do país, mesmo com a onda de infecções ser fortemente agravada pela variante ômicron.

www.nikkeyon.blogspot.com
Casos de COVID-19 na Coréia do Sul atinge níveis alarmantes com a redução das restrições.
Segundo a OMS, a Coréia do Sul tem registrado um aumento acentuado de casos de COVID-19. O país tem liderado, mundialmente, o número total de infecções nos últimos sete dias. Foto: AFP. 

As autoridades de saúde sul-coreanas confirmaram 400.741 casos registrados de COVID-19. Este é o número de infecções diário mais alto já registrado na Coréia do Sul, desde o início da pandemia há dois anos atrás. 

Para efeito de comparação, o Japão registrou 57.922 casos de COVID-19 só nesta quarta-feira. Os números de infecções vêm diminuindo dia após dia no território japonês.

"O último aumento de casos de coronavírus é o maior desafio que o país enfrenta", disse Sohn Young-rae, um alto funcionário da área de saúde da Coréia do Sul, em uma coletiva de imprensa.

"O governo sul-coreano já havia antecipado o número aproximado de casos. As autoridades de saúde acreditavam que o pico da onda da variante ômicron estava se aproximando", afirmou Sohn. Nikkey ON!: se você for ver o gráfico com os números de casos desde janeiro de 2022 na Coréia do Sul, perceberá nitidamente que o governo sul-coreano errou feio.

"Se superarmos esta crise sanitária no curto prazo, estaremos mais perto de retornar à normalidade", acrescentou Sohn.

Nos últimos sete dias, a Coréia do Sul tem liderado o aumento de novos casos notificados de COVID-19, se comparado com outros países. Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Coréia do Sul registrou 2.358.878 casos de coronavírus (média de 7 dias). Em seguida está o Vietnã que contabilizou 1.795.380 casos de coronavírus (média de 7 dias também).

A grande maioria da população coreana está vacinada, inclusive com a aplicação da terceira dose. Apesar do número recorde de infecções, a taxa de mortalidade por COVID-19 permanece muito baixa no país.

A Coréia do Sul vem relaxando suas regras de distanciamento social nos últimos tempos. Sob pressão de pequenas empresas e de profissionais autônomos, o país vive um dilema se deve "controlar a pandemia com o aumento das restrições" ou "diminuir as restrições para que pequenos comerciantes não fechem os seus negócios".

Atualmente, para empresas no geral, a Coréia do Sul tem exigido o toque de recolher à partir das 11 horas da noite. Para reuniões sociais, o limite obrigatório é de até 6 pessoas no mesmo ambiente. A partir do dia 21 de março, o país irá suspender a quarentena obrigatória para viajantes internacionais totalmente vacinados, mesmo com o aumento de casos de coronavírus.

Nesta sexta-feira, 18 de março, espera-se que o governo sul-coreano decida se vai relaxar ainda mais as restrições ou vai manter as atuais diretrizes de distanciamento social.

No mês passado, a Coréia do Sul abandonou o seu alardeado programa de controle do coronavírus chamado "rastrear, testar e tratar". O programa foi encerrado mesmo com o aumento dramático de casos da variante ômicron , ameaçando diariamente a sobrecarga do sistema de saúde do país.


Fonte: Japan Today.


Notícia urgente:


Forte terremoto atinge o norte do Japão na noite desta quarta-feira, 16 de março, às 23h36min. (horário do Japão). Alerta de tsunami foi emitido para as províncias de Fukushima e Miyagi. É previsto ondas de até 1 metro de altura. Ordem de evacuação foi dada para os moradores que vivem no litoral das províncias citadas. O terremoto chegou atingir a intensidade 6 na escala Shindo (magnitude 7,3).

Segundo a emissora pública NHK, cerca de 2,09 milhões de residências na área metropolitana de Tóquio ficaram sem energia elétrica devido aos apagões causados pelo terremoto. 

Segundo o canal de notícias Kyodo News, nenhuma anormalidade nas usinas nucleares de Fukushima foi registrada até o momento.

Forte terremoto atinge a região de Tohoku na noite do dia 16 de março de 2022. Fonte: Imagem da Agência Meteorológica do Japão.


www.nikkeyon.blogspot.com