Sobrevivente da bomba de Hiroshima pede ao mundo que compreenda os perigos das armas nucleares.
Tóquio - Concedendo uma entrevista à NHK, uma sobrevivente japonesa do bombardeio atômico de Hiroshima, Setsuko Thurlow (90 anos), fez um apelo ao mundo sobre os perigos representados pelas armas nucleares.
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A japonesa Setsuko Thurlow, ativista antinuclear, pede para que as pessoas entendam sobre os perigos das armas nucleares em mãos erradas. Foto: NHK News. |
Thurlow é uma ativista antinuclear que mora atualmente no Canadá. Aos 13 anos de idade, ela viu de perto os horrores da explosão de uma bomba atômica e suas consequências. Durante o seu trabalho como ativista, ela já viajou por várias partes do mundo discursando sobre a questão nuclear. Um grande acontecimento em sua vida foi o seu discurso nas Nações Unidas em 2017, momento em que ela esteve presente na criação do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares.
Na entrevista para a NHK, Thurlow disse que ficou muito preocupada com as notícias da invasão russa na Ucrânia. Os sentimentos de medo e raiva voltaram em sua mente, depois de quase 77 anos da explosão da bomba de Hiroshima.
Em relação ao presidente russo, Vladimir Putin, Thurlow o classificou como imprudente por intimidar o mundo com uma guerra nuclear. Ela também enfatizou sobre o horror que pode ser gerado em outros países se o presidente Putin for provocado para iniciar uma guerra mundial. Ninguém sabe o que ele será capaz de fazer.
"As pessoas ao redor do mundo têm que entender sobre os perigos de um ataque nuclear na humanidade. Isso pode ocorrer a qualquer momento. Só basta um líder de uma nação, com armamento nuclear, pressionar um botão para iniciar uma tragédia", disse Thurlow.
A ativista ficou aliviada com a decisão do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, em rejeitar os pedidos de armazenar armas nucleares dos Estados Unidos em território japonês. Ela enfatizou que o compartilhamento nuclear pode levar o país a uma decisão equivocada e realizar, indiscriminadamente, assassinatos em massa.
Thurlow afirmou que o apoio e a empatia pelo povo ucraniano é um dever. Entretanto, as pessoas não devem parar por aí. Elas devem entender que a humanidade foi feita refém pelos nove países do mundo com armamento nuclear.
"O mundo tem cerca de 13.000 armas nucleares prontas para serem disparadas a qualquer instante. As pessoas devem dizer aos seus líderes que eles têm a responsabilidade de manter a ordem e salvar a humanidade de uma guerra", finalizou Thurlow.
Fonte: NHK News.
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