sábado, 12 de novembro de 2022

Criticado por menosprezar seu cargo.

Ministro da Justiça do Japão é demitido por comentário inapropriado sobre sua função.


Tóquio - Nesta sexta-feira, 11 de novembro, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, demitiu o ministro da justiça, Yasuhiro Hanashi, por causa de uma polêmica conversa que gerou um mal-estar político no Japão.

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Ministro da Justiça do Japão é demitido por comentário inapropriado sobre sua função.
Na sexta-feira, o ministro da justiça do Japão, Yasuhiro Hanashi, se curva diante dos legisladores da Dieta, após se desculpar da polêmica conversa sobre seu trabalho. Ele foi desligado de seu cargo na tarde do mesmo dia. Foto: Kyodo News.

Tudo começou quando Hanashi disse, em uma reunião política na quarta-feira, que seu cargo é discreto no governo. Ele só se torna destaque, nos noticiários, após carimbar a autorização de execução de prisioneiros no corredor da morte. O ex-ministro da justiça tinha assumido o cargo em agosto deste ano.

O infeliz comentário de Hanashi atraiu diversas críticas negativas, levando-o a se desculpar e reiterar-se na quinta-feira, em uma sessão do Comitê de Assuntos Judiciais da Câmara Alta. O ministro disse aos legisladores da Dieta que lamentava por suas palavras, pois todos tiveram a impressão de que ele estava fazendo pouco caso de seus deveres.

Os políticos da oposição disseram que a polêmica fala de Hanashi era extremamente inapropriada, sendo que ele não era mais qualificado para continuar como ministro da justiça do Japão. Alguns colegas, do mesmo partido, também criticaram o comentário do ministro, dizendo que o teor de suas palavras foi muito desagradável.

Mesmo após o comentário polêmico de Hanashi ser divulgado na noite de quarta-feira, o primeiro-ministro do Japão continuou a defender o ministro. Durante as críticas, Kishida tinha reiterado que não tinha intenção de substituí-lo, até ser pressionado a demiti-lo. A demissão foi efetuada pouco tempo depois, após o meio-dia de sexta-feira. 

Na tarde do mesmo dia, Hanashi disse aos repórteres que havia apresentado uma carta de renúncia a Kishida e afirmou o seguinte: "Lamento da forma como eu tratei a pena de morte, irritando o público em geral".

Após a demissão, o primeiro-ministro Kishida criticou Hanashi por ter ferido a confiança do público, dizendo que se sentiu seriamente responsável por nomear o legislador para o cargo de ministro da justiça.

O desligamento de Hanashi foi um novo golpe para Kishida, depois que outro ministro, Daishiro Yamagiwa, foi demitido no final de outubro. Yamagiwa foi acusado de ter ligações suspeitas com a controversa Igreja da Unificação (a mesma igreja que foi mencionada pelo assassino do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, como responsável pelos seus problemas pessoais). Os índices de aprovação pública do Gabinete de Kishida vêm despencando recentemente, com poucos sinais de melhora.

Agora, Kishida já informou que irá escolher o ex-ministro da agricultura, Ken Saito, como novo ministro da justiça do país. 

Yasuhiro Hanashi começou sua carreira na Agência Nacional de Polícia, antes de entrar na política. Ele foi eleito para a Câmara Baixa seis vezes, representando a província de Ibaraki. Durante os quase 3 meses no cargo de ministro da justiça, Hanashi não chegou a autorizar nenhuma execução de presos do corredor da morte.


Fontes: NHK News / Kyodo News.


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