quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Não receberam suas horas extras.

Grupo de estagiárias vietnamitas denuncia empresa japonesa por não pagar suas horas extras.


Matsuyama - Na capital da província de Ehime, em Matsuyama, um grupo de estagiárias técnicas do Vietnã realizou uma coletiva com a imprensa nesta quarta-feira, 16 de novembro, para expor um sério problema trabalhista contra seu ex-empregador.

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Grupo de estagiárias vietnamitas denuncia empresa japonesa por não pagar suas horas extras.
16 de novembro de 2022: Durante uma coletiva de imprensa, a estagiária vietnamita Doan Thi Thu Nga (esquerda) expõe seus problemas trabalhistas contra seu ex-empregador, que deve as horas extras não pagas (para ela e suas colegas de trabalho). Foto: Kyodo News.

Em 7 de novembro deste ano, a empresa Koshimizu Hifukukogyo, sediado na cidade de Seiyo (também na província de Ehime), decretou falência e deixou um grupo de estagiárias sem receber suas horas extras. No total, a empresa deve cerca de 27 milhões de ienes (US$ 194.000) para as vietnamitas (com idade entre 20 e 40 anos). 

Inicialmente, o ex-empregador disse que pagaria gradualmente, a cada uma delas, entre 2,2 milhões e 2,6 milhões de ienes, incluindo compensações por atrasos de pagamento. Entretanto, até agora, as mulheres não receberam nenhum dinheiro da empresa.

De acordo com os registros de trabalho das estagiárias, era muito comum que elas fizessem mais de 100 horas extras por mês, muito além das 45 horas extras por mês previsto na lei japonesa. Em alguns casos especiais (ou emergencial), a lei permite até 100 horas extras, por um único mês no Japão.

Em agosto, as estagiárias procuraram ajuda de uma organização sem fins lucrativos que apoia os vietnamitas em território japonês, expondo suas duras condições de trabalho na Koshimizu. Depois de algum tempo de negociações, as 11 vietnamitas acabaram deixando a empresa em 4 de novembro. Agora, todas elas já estão aguardando um novo trabalho em uma empresa têxtil na província de Gifu, no centro do Japão.

Durante a coletiva de imprensa, a estagiária vietnamita Doan Thi Thu Nga (32 anos) disse o seguinte: "Nós estamos tristes por sermos tratadas injustamente pela empresa. Aconteça o que acontecer, queremos que o nosso ex-empregador nos pague o que deve".

Jiho Yoshimizu, um apoiador da NPO (Organização sem fins lucrativos), está ajudando as vietnamitas no caso e disse, à imprensa, que continuará trabalhando para proteger seus direitos humanos.

Durante o início da pandemia do coronavírus, a Koshimizu Hifukukogyo foi contratada pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar do Japão para a confecção de aventais médicos. Com a falência, o advogado da empresa informou que a companhia tem passivos totais (resultado do que deve para terceiros, mais o patrimônio líquido) de 60 milhões de ienes, aproximadamente.

No final de junho de 2022, havia cerca de 328.000 estagiários técnicos residindo no Japão, de acordo com a Agência de Serviços de Imigração.


Fontes: The Mainichi / Alternativa.


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