Japão beneficiará funcionários públicos com licença remunerada para o tratamento de fertilidade.
Tóquio - A partir de janeiro do próximo ano, o Japão concederá aos funcionários públicos do país 10 dias de licença remunerada (por ano) no tratamento de fertilidade. Diante de um país que luta contra uma taxa de natalidade em rápido declínio, a decisão é um novo estímulo para apoiar casais que desejam ter filhos.
Funcionários públicos do Japão passarão a ter licença remunerada para tratamento de fertilidade. Foto: Depositphotos.
"O setor público tomará a iniciativa", disse a presidente da Autoridade Nacional dos Funcionários Públicos do Japão, Yuko Kawamoto. Ela espera que a mudança incentive o setor privado a seguir o mesmo exemplo.
Cerca de 47.000 funcionários públicos do país participaram de uma pesquisa online sobre tratamento de fertilidade, conduzida entre janeiro e fevereiro deste ano. Diante das respostas da pesquisa, cerca de 1,8% dos funcionários estavam sob algum tratamento de fertilidade. Cerca de 10,1% dos entrevistados disseram que já fizeram o tratamento e 3,7% responderam que tinham em mente a realização de um procedimento de fertilização.
Entre as pessoas que realizaram o procedimento de fertilização ou estava pensando em fazê-lo, 62,5% disseram que era muito difícil conciliar o trabalho com o tratamento, enquanto 11,3% responderam que era impossível conciliar as duas coisas. As razões mais comuns das dificuldades enfrentadas pelas pessoas eram a necessidade de fazer visitas frequentes ao médico, os custos médicos e os conflitos com a duração do tratamento com os horários de trabalho.
A iniciativa da Autoridade Nacional dos Funcionários Públicos do Japão visa aliviar a carga de trabalho, permitindo que os trabalhadores públicos do país (com funções em tempo integral e parcial de trabalho) tirem 5 dias de licença remunerada, com opção de mais 5 dias disponíveis se necessário.
O tempo de folga pode ser dividido e aproveitado com flexibilidade. Pode-se tirar algumas horas de folga para ir ao médico durante o dia de trabalho, por exemplo.
Aumentar o acesso ao tratamento de fertilidade tem sido o foco do primeiro-ministro Yoshihide Suga. O primeiro-ministro pressionou a aprovação do benefício para que este fosse coberto pelo seguro de saúde público do Japão a partir de abril do próximo ano.
O número de crianças nascidas no Japão no ano de 2020 foi de apenas 840.832 recém-nascidos. A queda na taxa de natalidade do Japão vem aumentando ano após ano, mas a grande queda no número de nascimentos em 2020 teve como agravante o impacto social e econômico da COVID-19.
A taxa de fecundidade no Japão, ou o número médio de filhos que uma mulher japonesa deve dar à luz ao longo da vida, ficou na média de 1,34 filhos no ano passado. De acordo com pesquisas anteriores, isso representa uma queda de 0,02 ponto em relação ao ano de 2019.
Fonte: Japan Today.
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