Cada vez mais pessoas procuram por refeições gratuitas em Tóquio.
Tóquio - Mesmo depois que o estado de emergência foi suspenso com a diminuição de casos do coronavírus, um outro problema tem agravado a situação de muitas pessoas sem renda fixa no Japão: fome.
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Grupo de ajuda doando refeições para pessoas necessitadas: cena que tornou-se comum nas noites de Tóquio. Foto: NHK.
Pessoas desempregadas e até trabalhadores não regulares em Tóquio estão cada vez mais dependentes de doações de alimentos, fornecidas por entidades de ajuda privada.
A NHK entrevistou alguns grupos de ajuda de Tóquio. Dezessete grupos deram algumas informações sobre este problema que está afetando muitas famílias na metrópole.
De acordo com os dados coletados, oito grupos de ajuda afirmaram que, desde o final de setembro até agora, houve um aumento de pessoas se alimentando com as doações. Apenas um grupo de ajuda disse que o número de pessoas ajudadas no mesmo período diminuiu.
Três grupos dos entrevistados forneceram alguns dados mais detalhados. Em novembro, foi distribuído para as pessoas de Tóquio cerca de 2.457 refeições gratuitas. É o mais alto número de doações desde abril de 2020, quando Tóquio declarou pela primeira vez o estado de emergência. O total de doações do mês de novembro foi mais de três vezes superior ao mês de abril do ano passado.
Um grupo de ajuda relatou que o seu maior número de doações ocorreu no mês de novembro deste ano. Os números de novembro foram um recorde que ultrapassou os números das ajudas mensais do ano 2009, período da grande crise financeira mundial.
Alguns grupos disseram que o aumento de ajuda por comida se deve principalmente à redução prolongada da renda dos trabalhadores não regulares. Muitos desses trabalhadores disseram, aos assistentes sociais, que as horas trabalhadas foram reduzidas pelas empresas durante a pandemia. Até agora, os trabalhadores não tiveram de volta o número de horas normais de trabalho.
Tadashi Sakai, especialista em questões trabalhistas e professor da Universidade de Hosei, disse que o aumento no número de beneficiários da ajuda alimentar é reflexo da redução da renda familiar no país.
Sakai disse que isso tem ocorrido mesmo com os subsídios do governo para a população carente. Estatisticamente, os subsídios têm contido a taxa de desemprego, mas a renda da população está muito baixa, sem dinheiro para comprar os itens básicos de uma alimentação digna. Ele aponta a necessidade de apoio urgente para os trabalhadores com dificuldades financeiras.
Fonte: NHK News.
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