segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Do esporte para as causas sociais.

Ex-atleta olímpica aborda as desigualdades do mundo com sua carreira na UNICEF.


Tóquio - Ao longo do seu tempo nos esportes internacionais, a ex-nadadora japonesa Naoko Imoto ficou impressionada com as desigualdades sociais que encontrou durante a sua carreira nos esportes aquáticos. Quando era profissional na natação, ela tinha todos os equipamentos e o suporte de que precisava para ter sucesso nas competições. No entanto, ela notou que alguns de seus rivais não tinham condições alguma de comprar um simples par de óculos de mergulho.

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Ex-atleta olímpica aborda as desigualdades do mundo com sua carreira na UNICEF.
Após a sua aposentadoria como atleta profissional, Naoko Imoto tem trabalhado em outros países pela UNICEF. Foto: Naoko Imoto.

Com os Jogos de Inverno de Pequim em destaque no cenário esportivo internacional, Imoto gostaria que as pessoas reflitam sobre as causas sociais, principalmente pensando nas crianças. Milhões de jovens em todo o mundo nunca terão a chance de praticar um esporte na vida, muito menos competir numa olimpíada.

Imoto representou o Japão nas Olimpíadas de Atlanta em 1996. Seis anos antes de Atlanta, ela teve uma experiência nos Jogos Asiáticos de Pequim em 1990 que a fez entender o mundo real dos atletas de outros países.

"Eu tinha uma abundância de coisas fornecidas pelos patrocinadores esportivos. Tínhamos de tudo em termos de treinamento e instalações para praticar natação. Mas os atletas rivais, contra os quais eu estava competindo, não tinham quase nada de itens de natação, nem mesmo os óculos de mergulho. Fiquei impressionada com a desigualdade que vi", relembra Imoto.

O que Imoto viu nas piscinas pelo mundo, a fez inspirar na realização de um outro sonho: se envolver no trabalho humanitário internacional. Esse foi o caminho que ela escolheu após a aposentadoria da natação profissional.

Desde que ingressou no Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em 2007, Imoto esteve envolvida em vários projetos para ajudar crianças afetadas pela pobreza, guerra e desastres naturais. Normalmente, essas crianças não têm acesso a qualquer tipo de equipamento esportivo, mas a ex-nadadora sempre incentiva os pequenos a praticar um esporte.

"O esporte é muito importante na vida de todos. Espero que o poder do esporte seja estendido para as pessoas que sofrem de desigualdades sociais no mundo", disse Imoto.

Em relação aos Jogos de Inverno de Pequim, Imoto espera ver uma nova geração de atletas que superaram as dificuldades e conseguiram chegar até lá. Mas, ao mesmo tempo, ela fica pensando nos jovens atletas que não conseguiram chegar até os jogos olímpicos, devido as circunstâncias que ficaram fora de controle. Um exemplo: os atletas do Afeganistão que fugiram do país depois que o governo foi derrubado pelo Talibã.

"Gostaria que os atletas e os telespectadores prestassem mais atenção aos antecedentes dos competidores dos jogos. Isso serve para que possamos realmente perceber o que está acontecendo no mundo e refletir sobre união e solidariedade", disse ela.

Quando Imoto percebeu a desigualdade social nos esportes, ela começou a agir. Com seus anos de experiência ajudando crianças, ela espera inspirar outros a fazer o mesmo.

"É toda nossa responsabilidade transmitir a mensagem de paz e o quanto nos preocupamos com o mundo. Precisamos pensar nas pessoas que estão sofrendo em conflitos civis e outras que estão tendo os seus direitos humanos negados", conclui Imoto.


Fonte: NHK News.


Imagem das Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022 - Domingo, dia 6.

Imagem das Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022 - Domingo dia 6.
Ryoyu Kobayashi conquista a primeira medalha de ouro do Japão nas Olimpíadas de Pequim. Ele ficou em primeiro lugar neste domingo, no salto de esqui individual masculino de montanha normal. Foto: Getty Images.


Quadro parcial de medalhas das Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022 - 6 de fevereiro de 2022. Fonte: Olympics.com


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