domingo, 4 de dezembro de 2022

Sobre a seleção japonesa.

Cinco coisas vistas (e aprendidas) após a classificação do Japão para as oitavas de final da Copa.


Doha - Na última quinta-feira, já sexta-feira no Japão, a seleção japonesa de futebol garantiu sua vaga para as oitavas de final da Copa do Catar 2022. Com uma dramática vitória, por 2 a 1, sobre a forte equipe da Espanha, ela se tornou a maior surpresa dos jogos.

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Cinco coisas vistas (e aprendidas) após a classificação do Japão para as oitavas de final da Copa.
Kou Itakura, Ritsu Doan e Takehiro Tomiyasu (da esquerda para direita) comemoram a vitória do Japão sobre a Espanha, por 2 a 1. O Samurai Blue conseguiu avançar para as oitavas de final na Copa do Catar 2022. Foto: Kyodo News.

As partidas do grupo E foram uma montanha-russa para o Samurai Blue. A equipe começou a Copa com uma vitória histórica sobre a Alemanha, por 2 a 1. Depois, os japoneses amargaram uma derrota, nos momentos finais do segundo tempo, contra a Costa Rica por 1 a 0. E no último jogo do grupo, o Japão foi para "tudo ou nada" contra a Espanha.

O jornal japonês Mainichi selecionou cinco coisas vistas, e aprendidas, sobre a atuação do Japão no grupo E da Copa do Mundo no Catar:


1) O melhor que se adapta às mudanças.

Talvez, todos nós esperávamos aquela mesma coisa de sempre em toda Copa do Mundo: as seleções mais tradicionais (e fortes) no futebol seguirão em frente para a final, e os mais fracos irão voltar mais cedo para casa. No entanto, a edição da Copa do Mundo 2022 trouxe algumas das maiores surpresas nesse mundial. 

Entre várias partidas sensacionais de cada grupo da Copa, nenhuma delas foi mais espetacular do que o grupo E. Todas as quatro equipes (Alemanha, Espanha, Japão e Costa Rica) lutaram bravamente pela sobrevivência, até que os mais adaptados do grupo conseguiram garantir suas sobrevidas. 

Os mais adaptados, Japão (em primeiro do grupo) e Espanha (em segundo), seguirão lutando nas oitavas de final. Já a Alemanha (terceira do grupo) e a Costa Rica (em quarto) não tiveram as mesmas chances de se adaptarem à "seleção natural" da Copa do Catar.


2) Colocado contra a parede.

Dos três jogos do Japão no grupo E, o Samurai Blue só conseguiu marcar seus quatro gols no segundo tempo de duas partidas: contra a Alemanha (dois gols) e contra a Espanha (também 2 gols). Após o fim do primeiro tempo das partidas, parece que a seleção ficou mais determinada e focada em recuperar o prejuízo.

Contra a Alemanha e a Espanha, o Japão estava perdendo de 1 a 0 até o final do primeiro tempo. Já no segundo tempo, com mudanças no time, o Japão voltou com outra postura, garantindo a virada do jogo contra os adversários.

Na partida contra a Costa Rica, o segundo jogo do Japão no grupo E, a seleção japonesa perdeu e ficou em alerta vermelho. A derrota colocou os japoneses contra a parede, pois eles perderam a oportunidade de garantir, mais cedo, a vaga para as oitavas de final. Sofrendo uma tempestade de críticas, os samurais jogaram sob pressão contra a Espanha, surpreendendo todo mundo que não acreditava na vitória japonesa sobre os espanhóis.


3) Moriyasu foi do céu para o inferno. E voltou de cabeça erguida.

Aclamado como um grande mentor da vitória inicial contra a Alemanha, o técnico japonês Hajime Moriyasu (54 anos) estava sendo tratado como a pessoa mais querida da imprensa esportiva, até então. Com a derrota japonesa contra a Costa Rica, a imagem de Moriyasu foi colocada na linha de fogo pelos críticos.

Se o Japão tivesse sido eliminado na fase inicial da Copa, com a derrota na segunda partida e uma possível derrota na última partida, o legado do técnico do Japão poderia ter sido destruído com as decisões erradas tomadas em jogo. 

Em vez disso, a vitória corajosa, contra a Espanha, deu à Moriyasu a oportunidade de seguir com o Samurai Blue confiante. Ele está indo mais longe do que qualquer outro técnico japonês já tentou fazer.


4) Faça a diferença no jogo.

Em uma decisão ousada, o técnico Moriyasu colocou o jogador Ritsu Doan no lugar de Takefusa Kubo, durante os momentos finais do segundo tempo contra a Espanha. Com a partida ainda empatada, Doan poderia ser um dos poucos jogadores japoneses capaz de ameaçar a ofensiva espanhola, isso nos minutos dos acréscimos.

A decisão rendeu dividendos imediatos, com Doan virando a partida de cabeça para baixo. Com seu gol aos 48 minutos do segundo tempo, ele mostrou seu papel de destaque fora do banco dos reservas.


5) O céu é o limite para o Samurai Blue.

Depois de derrotar um campeão da Copa do Mundo (Espanha, em 2010) e um tetracampeão (Alemanha, em 1954, 1974, 1990 e 2014), o Samurai Blue pode se sentir capaz de enfrentar qualquer desafio que o espera no Catar.

Se os jogadores de Moriyasu continuarem aproveitando as mesmas oportunidades criadas (nos jogos contra Alemanha e Espanha) para a próxima fase, pode ter certeza que vai ser algo memorável. O Samurai Blue poderá ser um adversário formidável para qualquer outra equipe, ainda em jogo, na Copa do Catar.


Fonte: The Mainichi.


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