segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

O futuro da distribuição de cargas.

Em 2030, calcula-se que 35% das mercadorias poderão não ser entregues em todo o Japão.


Tóquio - De acordo com uma pesquisa, o Japão está caminhando para uma crise na distribuição de cargas em seu território no futuro. O problema será provocado por uma escassez de motoristas de caminhão. A razão dessa crise é devido à revisão dos regulamentos do setor, como o limite do número de horas que o caminhoneiro deve trabalhar por dia.

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Em 2030, calcula-se que 35% das mercadorias poderão não ser entregues em todo o Japão.
Segundo uma pesquisa, o Japão poderá sofrer com a falta de entrega de mercadorias em 2030. Uma nova regulamentação, de trabalho dos caminhoneiros do Japão, limitará a carga horária de trabalho da categoria. Regiões rurais e distantes serão as mais prejudicadas daqui em 7 anos. Foto: The Asahi Shimbun.

O Nomura Research Institute Ltd. informou, em 19 de janeiro deste ano, que até 35% de todo o frete no Japão não conseguirá ser enviado ao destino em 2030.

Estima-se que a proporção de carga "não entregue" será, seriamente aguda, nas regiões de Tohoku, Shikoku e outras áreas não urbanas. O problema está sendo rotulado como "a questão de 2024".

"A questão de 2024" se refere à revisão dos regulamentos de trabalho para os motoristas de caminhão, com data de início para abril do próximo ano. A mudança colocará um limite nas horas de trabalho do caminhoneiro no Japão. Devido a isso, espera-se que a medida desencadeie uma grave crise de mão de obra no setor.

O instituto de pesquisa indicou que os valores do frete, em certas áreas, aumentarão drasticamente. Em outros casos, os fretes serão iguais às estabelecidas para regiões remotas do Japão. Para reduzir a despesa do frete, seria necessário melhorias na eficiência do transporte. 

Foi projetado o efeito potencial na distribuição do frete com as restrições mais rígidas, baseado no volume previsto de mercadorias a serem entregues no futuro.

Os resultados das projeções sugeriram que a taxa de carga não entregue será mais alta em Tohoku (41%), depois por Shikoku (40%), seguido por Hokkaido e Kyushu (39% cada um).

Nas regiões centrais, as porcentagens de "falta de entrega" para as regiões de Kanto e Kinki, áreas onde estão localizadas as principais cidades do Japão, chegarão a 34% e 36%, respectivamente.

Já as províncias que registrarão as maiores porcentagens de cargas não entregues são: Akita (46%), Aomori (44%), Kochi (42%) e Nagasaki (42% também).

Observou-se, durante a pesquisa, que menos pessoas estão procurando empregos como motoristas de caminhão em áreas rurais do Japão. Além disso, essas regiões interioranas também sofrem com a baixa taxa de natalidade e o envelhecimento da população.

Preocupado com a situação, um painel de especialistas (do Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo) traçou um plano de ação, em 17 de janeiro, para conseguir lidar com "a questão de 2024".

Alguns planos estão sendo estudados, tornando-se obrigatório as três principais partes envolvidas no setor de entregas: remetentes, destinatários e agências de entrega. Segundo o estudo, é preciso desenvolver estratégias para reduzir o tempo de espera dos caminhoneiros, principalmente quando eles estão esperando nos armazéns para carregar e outros destinos. A finalidade da redução de tempo é evitar a sobrecarga de trabalho dos motoristas.

No caso dos agentes de entrega, eles serão obrigados a esclarecer os detalhes dos contratos de antemão (como o valor do frete), evitando rodadas repetidas de subcontratação.


Fonte: The Asahi Shimbun.


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