Sul-coreanos estão comprando e estocando sal, antes que a água da usina nuclear de Fukushima seja despejada no mar.
Seul - Desde que o governo japonês decidiu que liberará a água estocada d usina nuclear de Fukushima no mar, os países vizinhos ao Japão ficaram seriamente preocupados com a decisão. Na Coréia do Sul, as pessoas estão desesperadas comprando e estocando sal de cozinha, com medo que no futuro o produto marinho fique contaminado com a radiação.
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A liberação da água tratada, que fica estocada em enormes tanques da usina nuclear de Fukushima, é esperada em breve, mas nenhuma data foi definida pelo governo japonês.
"Recentemente, eu consegui comprar 5 kg de sal. Eu nunca tinha comprado tanto sal antes, mas senti que precisava fazer alguma coisa para proteger minha família", disse Lee Young-min (38 anos), dona de casa e mãe de dois filhos.
"Como mãe criando dois filhos, não posso simplesmente sentar e não fazer nada. Quero alimentá-los com segurança", disse Lee.
O desespero, para estocar sal de cozinha em casa, contribuiu para um aumento de quase 27% no preço do produto na Coréia do Sul, entre abril e junho de 2023. Além disso, o governo sul-coreano afirma que o clima, e a menor produção de sal, também foram responsáveis para o encarecimento do produto no país.
Para normalizar o preço e evitar a falta do produto no mercado, o governo sul-coreano está liberando cerca de 50 toneladas métricas de sal por dia em seus estoques. "O sal está com um desconto de 20%, em relação ao preço de mercado. O desconto está garantido até 11 de julho", disse o vice-ministro das Pescas da Coréia do Sul, Song Sang-keun, na última quarta-feira.
As autoridade pesqueiras da Coréia do Sul informaram que ficaram atentos nas fazendas de sal do país, caso seja detectado radioatividade no produto. Para garantir mais segurança, os frutos do mar da província de Fukushima foram proibidos de serem comercializados no país sul-coreano.
Outro país vizinho, a China, também criticou o plano do Japão de liberar a água tratada de Fukushima no mar. O governo chinês acusa o governo japonês de falta de transparência. A China também disse que a atitude japonesa é uma ameaça ao ambiente marinho e à saúde das pessoas em todo o mundo.
O secretário-chefe do gabinete de governo japonês, Hirokazu Matsuno, disse na semana passada que o Japão estava vendo uma compreensão mundial crescente sobre o assunto (da liberação da água tratada da usina nuclear de Fukushima no mar). Entretanto, isso não está sendo visto, de forma aparente, nos supermercados de Seul nesta semana.
"Vim comprar sal, mas não sobrou nenhum. Na última vez que vim aqui, também não consegui encontrar o produto", reclamou Kim Myung-ok (73 anos), ao lado das prateleiras de sal vazias no supermercado.
"A liberação da água de Fukushima no mar é preocupante. Estou velha e já vivi o suficiente, mas me preocupo com as crianças", disse Kim.
Fonte: Reuters.