quarta-feira, 3 de maio de 2023

Dinheiro sem dono.

Depois de não identificar o verdadeiro dono, milhões de ienes vão para os cofres da prefeitura.


Sapporo - Em janeiro deste ano, cerca de 10 milhões de ienes (o equivalente a US$ 73.000) foram encontrados em um centro de reciclagem  do distrito de Kita Ward, na cidade de Sapporo, Hokkaido. Depois de um prazo limite de três meses, o verdadeiro dono do dinheiro não foi identificado pela polícia responsável pelo caso. 

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Depois de não identificar o verdadeiro dono, milhões de ienes vão para os cofres da prefeitura.
Instalação de coleta de lixo reciclável em Sapporo, Hokkaido. Nesse lugar foi encontrado 10 milhões de ienes. Possivelmente, o dinheiro foi jogado fora sem o conhecimento do dono da pequena fortuna. Foto: The Mainichi.

Todo o dinheiro sem dono foi transferido para os cofres públicos do governo municipal de Sapporo. A polícia, da região norte da cidade, ficou responsável pela identificação do possível dono do dinheiro, entre janeiro e abril. Nesse período, cerca de 16 pessoas apareceram na delegacia para reivindicar o dinheiro perdido. Nenhuma prova apresentada na polícia foi suficiente para apoiar as reivindicações dos possíveis donos.

Alguns "donos do dinheiro" disseram à polícia o seguinte: "Fui às compras na região Nishi Ward de carro e ao sair do estacionamento, eu deixei cair no chão os 10 milhões de ienes que estavam embrulhados num jornal"; ou "Coloquei 10 milhões de iene em dinheiro no armário de minha casa, mas não consegui encontrá-los. Devo ter jogado todo dinheiro fora".

De acordo com o código civil do Japão, após 3 meses que a polícia não consegue identificar o verdadeiro dono de um grande montante em dinheiro perdido, toda a quantia vai direto para os cofres da prefeitura da cidade onde foi encontrada. 

A prefeitura de Sapporo recebeu os 10 milhões de ienes no dia 1ª de maio. As autoridades municipais disseram que irão considerar o que eles farão com todo dinheiro. Entretanto, tanto para as autoridades como para muita gente, a forma como os milhões de ienes apareceram, na instalação de coleta de lixo reciclável, continua um verdadeiro mistério.  

Takefumi Suzuki, chefe da empresa de limpeza especial e processamento de utensílios domésticos Reliable, lida sempre com esse tipo de situação em seu trabalho, onde objetos de valor são descartados no lixo sem que o proprietário se dê conta do erro. No caso de Sapporo, o dinheiro pôde ter sido guardado por uma pessoa idosa dentro de casa. Quando essa pessoa faleceu, seus familiares possivelmente jogaram todo dinheiro no lixo reciclável, sem saberem que ela escondia algo de grande valor dentro de caixas velhas. 

"Há um ano, minha empresa encontrou cerca de 5 milhões de ienes (aproximadamente US$ 36.300) no lixo. Depois, foi descoberto que o dinheiro era de um apartamento em Sapporo", disse Suzuki.

"Dinheiro é frequentemente encontrado em quartos de idosos que morreram sozinhos. Há momentos em que o dinheiro não está guardado num lugar comum, como dentro de uma gaveta na cômoda. Às vezes, o objeto de valor pode estar escondido dentro de um travesseiro, ou dentro da estrutura do alto-falante de um rádio. A família enlutada jamais pensaria que alguma coisa de grande valor poderia estar escondido em tais lugares. Na hora de fazer a limpeza do imóvel do parente morto, os itens de valores são descartados no lixo, sem qualquer conhecimento dos familiares", explicou Suzuki.

Segundo os dados preliminares do Banco do Japão (sobre o fluxo de fundos para o trimestre de outubro a dezembro de 2022) anunciados em 17 de março deste ano,  objetos de valores mantidos dentro das residências, por indivíduos que vivem no país, atingiram o valor de 1.116 trilhões de ienes (cerca de US$ 8,13 bilhões). Desse total, só cédulas e moedas (guardadas em casa pelos indivíduos) chegaram ao valor de 109 trilhões de ienes.  

Suzuki aconselha as famílias: "Antes de jogar fora todos os pertences da pessoa falecida, recomendamos que os familiares verifiquem a residência em que ela vivia. Faça a inspeção detalhada de tudo, antes limpar ou contratar alguma empresa que faça a limpeza do imóvel".


Fonte: The Mainichi.


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