Hino Motors pede que ex-executivos devolvam parte de seus salários como forma de punição.
Tóquio - No dia 7 de outubro, a montadora Hino Motors Ltd. anunciou várias medidas disciplinares na corporação, com intuito de resolver o enorme escândalo fraudulento de emissão de gases poluentes em seus veículos. A fraude se prolongou por quase 20 anos, e agora a empresa exige o retorno da remuneração de seus ex-executivos.
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Presidente da Hino Motors Ltd., Satoshi Ogiso, pede desculpas pelo escândalo da fraude da empresa, durante uma entrevista coletiva em 7 de outubro. Foto: Jin Nishioka/Asahi Shimbun. |
O fabricante de caminhões informou para imprensa que a falsificação nos dados de emissões de poluentes, e de economia de combustível, começou no ano de 2003, aproximadamente.
Como punição, quatro executivos renunciarão seus cargos na empresa. Outros ex-executivos deverão devolver, voluntariamente, suas remunerações recebidas (na época que eram funcionários da Hino), para assumir a responsabilidade de omissão da fraude contínua.
Entre os ex-executivos na lista negra, Yoshio Shimo é um deles, deixando o cargo de chairman da montadora em junho deste ano. Outros seis culpados já atuaram como diretores representativos; enquanto outros cinco da lista ocuparam cargos gerenciais, supervisionando a cultura organizacional da empresa.
Satoshi Ogiso, que se tornou presidente da Hino Motors em 2021 (transferido da Toyota Motors Corp., controladora da Hino), terá sua remuneração mensal reduzida em 50% durante 6 meses. Outros seis executivos, incluindo diretores externos, terão seus salários reduzidos, entre 20 e 30%, por 3 meses.
Em uma entrevista, Ogiso foi questionado se pretendia renunciar ao cargo: "Vou permanecer no comando da empresa, para reduzir os problemas causados às partes interessadas".
A Hino Motors apresentou seu plano de ação punitiva ao Ministério dos Transportes do Japão, no mesmo dia da divulgação das medidas disciplinares. A empresa está determinada em mostrar sua determinação de evitar uma reincidência do caso entre seus funcionários.
O ministro dos transportes, Tetsuo Saito, confirmou o plano de ação com a imprensa, em resposta ao recebimento da notificação de Satoshi Ogiso: "Espero que a empresa avance com as revisões, cortando as práticas impróprias em vigor há muitos anos na organização".
O papel da Toyota, em ajudar a Hino na reformulação da estrutura corporativa, também será o foco de atenção. A Toyota fez da Hino sua subsidiária em 2001, sendo que vários de seus executivos já foram presidentes da montadora de caminhões.
A Toyota divulgou uma declaração na última sexta-feira, se comprometendo a cooperar com qualquer apoio que pudesse ajudar a Hino Motors.
Fonte: The Asahi Shimbun.
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