A posse do novo primeiro-ministro japonês e as eleições gerais.
Tóquio - Fumio Kishida assumiu o cargo de primeiro-ministro do Japão nesta segunda-feira, 4 de outubro.
Ex-ministro das Relações Exteriores, Kishida buscará manter fortes laços com os Estados Unidos, em meio as preocupações com a crescente assertividade da China e a retomada dos testes de mísseis pela Coréia do Norte.
www.nikkeyon.blogspot.com
O novo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Foto: Du Xiaoyi/Pool via AP.
Com 64 anos de idade e liderando o Partido Liberal Democrata (PLD), Kishida tornou-se o primeiro-ministro pelo parlamento em uma sessão extraordinária marcada nesta tarde de segunda-feira (horário do Japão).
Kishida substitui o ex-primeiro-ministro Yoshihide Suga que renunciou o cargo após pouco mais de um ano de governo, em meio a críticas negativas por sua resposta letárgica diante da pandemia e da vacinação contra a COVID-19. Suga é o décimo segundo primeiro-ministro japonês com o menor mandato no pós-guerra.
De acordo com os membros seniores do PLD, o novo primeiro-ministro planeja dissolver a câmara baixa em 14 de outubro e iniciar o período de campanha para as eleições gerais em 19 de outubro.
Com a presença do imperador japonês Naruhito, Kishida foi formalmente nomeado primeiro-ministro em uma cerimônia no Palácio Imperial. Durante à noite da segunda-feira, houve uma coletiva de imprensa entre o novo primeiro-ministro e os jornalistas.
De início imediato, Kishida tem como missão prevenir um outro surto de COVID-19 no Japão. Controlando a pandemia, ele trabalhará na suspensão gradual das restrições às atividades sociais e comerciais, bem como na reabertura da fronteira do país para viajantes estrangeiros.
Prometendo elaborar um pacote econômico de dezenas de trilhões de ienes dentro do ano para lidar com a pandemia, o novo primeiro-ministro também prometeu reduzir as disparidades de riqueza em uma correção de curso do "Abenomics". No período do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, houve uma ajuda na elevação dos ganhos corporativos e dos preços das ações, mas pouco fez para estimular o crescimento dos salários dos trabalhadores.
O primeiro grande teste de Kishida será a eleição geral. Ele precisará desafiar sua imagem como um construtor de consenso discreto, lutando para entusiasmar os eleitores afim de obter um mandato forte para governar.
Na política externa, Kishida ressaltou a importância de realizar um plano na região Indo-Pacífico, sendo livre e aberto a negociações. Espera-se a cooperação dos Estados Unidos e de outros países afins, como Austrália e Índia, para lidar com o movimento expansionistas de Pequim no sul e no leste da China.
Vindo de uma família de políticos de Hiroshima, Kishida prometeu impulsionar os esforços para livrar o mundo das armas nucleares. Ele também argumenta que o Japão deveria considerar dar às Forças de Autodefesa do país a capacidade de realizar ataques com mísseis em bases inimigas hostis.
A eleição geral será fundamental para Kishida evitar um fracasso semelhante ao do governo Suga. Embora seja improvável que o PLD e o seu parceiro de coalizão júnior, o Komeito, percam a maioria das cadeiras na câmara baixa, as forças da oposição, incluindo o Partido Democrático Constitucional do Japão, podem roubar algumas cadeiras de candidatos consolidados, de acordo com analistas políticos.
Fonte: Japan Today.
Nenhum comentário:
Postar um comentário