Escola brasileira busca apoio dos políticos antes das eleições gerais no Japão.
Shiga - Alguns estrangeiros que moram no Japão estão de olhos abertos na próxima eleição da Câmara dos Representantes do país (Shugiin, em japonês), marcada para o dia 31 de outubro. Apesar dos estrangeiros não terem direito a voto, eles esperam que os candidatos e os partidos políticos façam alguma coisa em prol da comunidade estrangeira no Japão.
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Diretora do Colégio Sant'ana, Kenko Nakata, e alguns dos alunos da escola na cidade de Aisho, província de Shiga. Foto: Mainichi.
Na cidade de Aisho, província de Shiga, uma escola brasileira, chamada "Colégio Sant'ana", tem buscado algum apoio dos políticos no Japão.
A escola oferece educação e cuidados infantis para cerca de 80 estudantes, desde o maternal até alunos do terceiro ano do ensino médio. Fundada há 23 anos, a escola está instalada em 3 pequenos edifícios. As instalações possuem seis salas de aula e uma cozinha. Matérias como língua portuguesa, inglês e matemática são ministradas na instituição.
Os pais dos alunos do Colégio Sant'ana são nipo-brasileiros que trabalham, em sua maioria, nas fábricas de autopeças da província de Shiga. Por causa da pandemia, muitas dessas fábricas tiveram a produção paralisada com a disseminação do coronavírus no Japão. Embora as empresas japonesas tenham demitido poucos estrangeiros durante o período da pandemia, muitos trabalhadores tiveram uma redução significativa em seus salários.
Como o Colégio Sant'ana é uma instituição particular de ensino, com mensalidades que variam entre 30.000 e 50.000 ienes por mês (entre US$ 264 e US$ 440), muitas famílias brasileiras estão tendo dificuldades de pagar a escola de seus filhos. A escola usa a maior parte do dinheiro da mensalidade recebida dos alunos para pagar os salários de seus sete professores, cobrir as despesas com a merenda escolar e o combustível do transporte estudantil. A situação financeira da escola não é boa já faz um bom tempo.
Kenko Nakata, uma nipo-brasileira de 64 anos e diretora do Colégio Sant'ana, comentou sobre os desafios que enfrenta:
"Várias crianças vão à escola brasileira porque sofreram bullying ou não conseguiram entrar nas escolas japonesas por vários motivos. Não podemos obrigar o aluno a deixar a nossa escola só porque os pais não conseguem pagar a mensalidade. Ultimamente, a escola tem pedido doações em dinheiro para compensar os déficits financeiros da instituição. Os pais dos nossos alunos estão trabalhando com o máximo esforço nas fábricas, colaborando com a economia do Japão. Gostaria que o governo japonês oferecesse uma maior assistência aos estrangeiros e seus filhos, em idade escolar, no Japão. E também que o governo ajudasse as escolas estrangeiras instaladas no país."
Por causa da pandemia, as aulas do Colégio Sant'ana são ministradas com os alunos usando protetores faciais e máscaras, como medidas preventivas contra o coronavírus. Entretanto, a escola não recebe subsídios do governo japonês para a compra de desinfetantes para as mãos, pois a instituição de ensino não é autorizada como uma "escola diversa".
"Gostaríamos de apoio do governo para prevenir infecções também, para o bem da saúde das crianças", disse Nakata.
Fonte: The Mainichi.
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