sábado, 31 de julho de 2021

Mais casos de COVID-19 no Japão.

Governo decide expandir o estado de emergência em quatro províncias.


Tóquio - Nesta sexta-feira, 30 de julho, o governo do Japão decretou a expansão do atual estado de emergência para mais quatro províncias, devido ao aumento de casos de coronavírus no país. Saitama, Chiba, Kanagawa e Osaka passarão a ter restrições mais rígidas no combate à COVID-19, já na próxima segunda-feira.

Governo decide expandir o estado de emergência em quatro províncias.
Primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga. Foto: EPA.

Atualmente, o estado de emergência está em vigor na região de Tóquio e nas ilhas de Okinawa.

Além disso, o governo decidiu implementar restrições de emergências menos rígidas para as províncias de Ishikawa, Hyogo, Kyoto, Fukuoka e Hokkaido.

Todas as medidas de restrição começarão a entrar em vigor no dia 2 de agosto. Já a previsão do término das medidas está prevista para acabar no dia 31 de agosto.

O primeiro-ministro Yoshihide Suga declarou hoje, também, a extensão do estado de emergência em Tóquio e Okinawa para até o dia 31 de agosto.

O governo metropolitano de Tóquio confirmou 3.300 novos casos de COVID-19 nesta sexta-feira. Este é o terceiro dia consecutivo com mais de três mil casos de coronavírus registrados na capital japonesa. 

O total de novas infecções de hoje, 30 de julho, teve um aumento de 1.941 casos em relação ao total de infecções registrado no dia 23 de julho. Tudo indica uma rápida propagação do vírus na região de Tóquio.


Fonte: NHK News.


Imagem das Olímpiadas de Tóquio 2020 - Sexta-feira dia 30.


A equipe masculina de esgrima do Japão fez história nesta sexta-feira, dia 30. É a primeira vez que o país leva a medalha de ouro nesta modalidade (espada por equipes masculino). O Japão só tinha ganho duas medalhas de prata na esgrima em outras olimpíadas até então. Foto: Getty Images.


Abaixo, o quadro parcial de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Até o 29º colocado). Última atualização: 30/07/2021.





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sexta-feira, 30 de julho de 2021

A farra na cama anti-sexo.

Vídeo de atletas israelenses quebrando a cama da vila olímpica provoca polêmica no Japão.


Tóquio - Nesta quinta-feira, 29 de julho, um atleta olímpico israelense pediu desculpas a todos do Japão por postar um vídeo polêmico nas redes sociais. No vídeo, nove pessoas pulavam em cima da cama de papelão de um dos quartos da vila olímpica até o móvel quebrar.

Vídeo de atletas israelenses quebrando a cama da vila olímpica provoca polêmica no Japão.
Cena do vídeo onde atletas israelenses testam a cama de papelão da vila olímpica em Tóquio. Foto: Tik Tok.

Ben Wanger, um jogador de beisebol da equipe olímpica de Israel, gravou e publicou o vídeo no Tik Tok na última segunda-feira, mostrando os seus colegas no teste de resistência da cama de papelão. Devido à reação negativa dos usuários da rede social, o vídeo foi excluído algum tempo depois.

"Eu quero realmente pedir desculpas para as pessoas que se ofenderam com o vídeo. Não queríamos desmerecer os japoneses, mas apenas mostrar como as camas da vila olímpica são eficientes e resistentes", disse Wanger em um vídeo enviado à mídia do Japão pelo Comitê Olímpico Israelense.

"Na verdade, nós gostamos de dormir nas camas de papelão. Achamos que elas são uma opção excelente e sustentável para as próximas Olimpíadas", elogiou Wanger.

O atleta acrescentou também que ele e seus companheiros de equipe se sentem gratos pelo Japão. Ele afirma que país está fazendo um trabalho excepcional ao hospedar os atletas na vila olímpica. Eles agradeceram ao Japão por sua hospitalidade.

No vídeo, os atletas israelenses vão subindo na cama um à um. De repente, a cama quebra com nove pessoas pulando em cima do móvel.

As camas foram projetadas para suportar pesos de até 200kg., de acordo com o fabricante Airweave.  A farra dos atletas deixou os japoneses irados nas redes sociais.

"Não é nada engraçado. Como japonês, isso me deixa muito triste", comentou um usuário da internet.

"Não entendo o motivo que leva alguém a destruir algo que não é dele", disse outro usuário.

Desde o início das Olimpíadas de Tóquio, alguns atletas olímpicos têm compartilhado as suas opiniões sobre a cama de papelão nas redes sociais.

Paul Chelimo, corredor norte-americano, comentou no Twitter que as camas da vila olímpica eram destinadas a evitar a intimidade sexual entre os atletas. Chelimo, assim como outros atletas olímpicos, apelidou o móvel de "cama anti-sexo".

Rhys McClenaghan, ginasta irlandesa, postou um vídeo no Twitter onde ela faz um salto em cima da cama, testando a durabilidade do móvel. "As camas de papelão não quebram facilmente como dizem por aí. O boato é fake news. Elas só quebram se você fizer movimentos bruscos nela", disse McClenaghan em seu vídeo. 

Nikkey ON! pergunta: Você gostaria de ter uma cama de papelão? Você faria a mesma coisa que os israelenses fizeram? 


Fonte: Kyodo News.


Imagem das Olímpiadas de Tóquio 2020 - Quinta-feira dia 29.


Brasil é prata! Na noite de quinta-feira no Japão, a atleta Rebeca Andrade, 22 anos, conquistou a medalha de prata na ginástica artística feminina individual. É a primeira vez que o Brasil leva uma medalha nessa modalidade olímpica. Parabéns! Foto: Jonne Roriz/COB.


Abaixo, o quadro parcial de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Até o 29º colocado). Última atualização: 29/07/2021.



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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Comida desperdiçada nas Olimpíadas.

Organizadores admitem ter jogado fora 4.000 marmitas no dia da cerimônia de abertura.


Tóquio - Nesta quarta-feira, 28 de julho, os organizadores dos Jogos de Tóquio afirmaram ter jogado no lixo cerca de 4.000 das 10.000 bandejas de obentô (marmitas japonesas) no dia da cerimônia de abertura. A comida desperdiçada deveria ser consumida pelos voluntários que ajudavam na organização do evento.

Organizadores admitem ter jogado fora 4.000 marmitas no dia da cerimônia de abertura.
Obentô: organizadores dos jogos de Tóquio afirmaram ter jogado várias marmitas no lixo porque os voluntários não tiveram tempo de comê-las. Foto: Wikipédia.

Masanori Takaya, porta-voz do comitê organizador, confirmou o desperdício de comida e desculpou-se a todos durante uma coletiva de imprensa.

"No dia da cerimônia de abertura no estádio olímpico, devido ao grande número de pessoas ocupadas com o trabalho, muitas delas não tiveram tempo de comer as marmitas pré-encomendadas", disse Takaya.

Toda a comida jogada no lixo foi transformada em ração animal e biomassa residual para geração de energia.

Takaya revelou que houve um excedente de aproximadamente 20 a 30% de marmitas em todos os locais dos Jogos Olímpicos e, principalmente, o caso das 4.000 marmitas jogadas fora.

Com camas de papelão e metal reciclado na confecção das medalhas, esta edição das Olimpíadas pretende ser a mais ecologicamente correta de todos os tempos. Os organizadores dos Jogos de Tóquio enfatizaram a importância das práticas sustentáveis sob o lema: "Sermos melhores juntos pelo planeta e pelas pessoas".

Emissões de carbono, energia, resíduos e alimentos estão entre os tópicos ambientais no Plano de Sustentabilidade de Tóquio 2020.

"Todos podem contribuir para reduzir o desperdício de alimentos. Pense na palavra 'mottainai' e vamos evitar de desperdiçar comida", de acordo com o site oficial dos Jogos de Tóquio 2020. "Mottainai" é uma expressão da língua japonesa que demonstra arrependimento quando algo é jogado no lixo.

  
Fonte: The Mainichi.


Imagem das Olímpiadas de Tóquio 2020 - Quarta-feira dia 28.

Daiki Hashimoto, de 19 anos, conquista a medalha de ouro na ginástica olímpica masculina individual nesta quarta-feira. É a segunda medalha de Hashimoto. Na segunda-feira, ele conquistou a medalha de prata na ginástica masculina por equipes. Foto: Reuters.


Abaixo, o quadro parcial de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Até o 29º colocado). (Última atualização: 28/07/2021).




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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Veteranos também querem competir!

Atletas veteranos provam que idade não é documento para os Jogos Olímpicos.


Tóquio - Na última segunda-feira, pessoas do mundo todo se emocionaram com três jovens atletas olímpicas que subiram ao pódio para receber as suas medalhas. As skatistas Momiji Nishiya, com apenas 13 anos; Rayssa Leal, com 13 anos também e Funa Nakayama, com 16 anos de idade; representam a mais nova geração de atletas medalhistas, ao subir ao pódio juntas, de toda a história dos Jogos Olímpicos.

Mas, você sabia que tem atletas veteranos participando das Olimpíadas do Japão? E alguns desses atletas mais velhos poderiam muito bem ser um dos pais, ou até mesmo um dos avós, das meninas skatistas mencionadas acima? Pois bem, vamos conhecer três atletas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 que estão provando que idade nada mais é do que apenas um número.


1) Nino Salukvadze - atleta de 52 anos, modalidade tiro feminino, representante da Geórgia. 

Nino Salukvadze: atleta de 52 anos da Geórgia. Foto: Vasilevsa Art.

  Este ano, Salukvadze se tornou a primeira atleta olímpica a competir em nove olímpiadas: Seul 1988, Barcelona 1992, Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2020. 

   Em sua estréia nas Olimpíadas de Seul 1988, ela representou a antiga União Soviética (atual Rússia). Naquela edição das olimpíadas, ela ganhou 2 medalhas olímpicas: medalha de ouro (Pistola, 25 metros) e medalha de prata (Pistola de ar, 10 metros).

   A sua próxima medalha nos Jogos Olímpicos só veio vinte anos depois, nas Olimpíadas de Pequim 2008. Ela foi medalha de bronze (Pistola de ar, 10 metros), mas já como atleta da Geórgia.

  Nas Olimpíadas de Tóquio, ela terminou a sua participação em 31º posição no ranking olímpico. Durante a sua longa carreira como atiradora, Salukvadze tem diversos prêmios em campeonatos mundiais de tiro esportivo.


2) Oksana Chusovitina - atleta de 46 anos, modalidade ginástica artística feminina, representante do Uzbequistão. 

Oksana Chusovitina: atleta de 46 anos do Uzbequistão. Foto: Gym Wikia.

  Tóquio 2020 é sua 8º participação em jogos olímpicos e Chusovitina já representou três países diferentes como atleta olímpica: União Soviética, Alemanha e Uzbequistão.

   Sua estréia como ginasta olímpica aconteceu nos Jogos de Barcelona 1992, representando a antiga União Soviética. Naquele ano, ela ganhou uma medalha de ouro na categoria ginástica por equipes. Sua segunda medalha olímpica foi conquistada em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim: ela foi medalha de prata na prova do salto sobre a mesa e representou a Alemanha.

  Chusovitina queria se aposentar da ginástica artística após a sua participação das Olimpíadas de Sydney 2000, mas um problema familiar a fez continuar  no esporte. Em 2004, o seu filho foi diagnosticado com leucemia. Com 29 anos naquela época, a ginasta decidiu continuar a competir para poder pagar o caro tratamento do filho na Alemanha. 

   Agora, a atleta já decidiu se aposentar da ginástica profissional e a sua participação nos Jogos de Tóquio está sendo a última olimpíada da sua vida. Uma vez, Chusovitina disse o seguinte: "Faço isto por mim e principalmente pelo meu filho. Ele é minha maior inspiração. E a ginástica é a minha vida. É o que eu sei fazer da vida".


3) Xia Lian Ni - atleta de 58 anos, modalidade tênis de mesa feminino, representante de Luxemburgo.

Xia Lian Ni: atleta de 58 anos de Luxemburgo. Foto: Wikipédia.

   Esta é a quinta participação de Xia Lian Ni em Jogos Olímpicos. Ela atuou em Sydney 2000, Pequim 2008, Londres 2012, Rio de Janeiro 2016 e, agora, Tóquio 2020. A atleta veterana não faz projeção de parar de competir ainda.

   Nascida em Xangai, China, ela se mudou para a Alemanha em 1989 e se estabeleceu em Luxemburgo dois anos depois. A sua primeira participação em campeonatos mundiais de tênis de mesa foi em 1983, ganhando duas medalhas de ouro e uma de bronze no Mundial de Tênis de Mesa em Tóquio. Ela não conquistou nenhuma medalha olímpica até hoje, mas possui vários prêmios conquistados em campeonatos internacionais durante a sua longa carreira de atleta profissional.

   Quando foi qualificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Xia Lian Ni  tornou-se a jogadora de tênis de mesa mais velha a participar de uma edição das Olimpíadas.


Nikkey ON! pergunta: E você leitor? Teria toda essa energia para se tornar um veterano olímpico?


Fontes: NHK News / Wikipédia.


Imagem das Olímpiadas de Tóquio 2020 - Terça-feira dia 27.

Atletas veteranos provam que idade não é documento para os Jogos Olímpicos.
Brasil é ouro! O surfista Ítalo Ferreira conquista a primeira medalha de ouro do esporte brasileiro nas Olimpíadas de Tóquio 2020. É a primeira vez que o surfe entra como modalidade olímpica em uma edição das Olimpíadas. Foto: Sportv. 



Abaixo, o quadro parcial de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Até o 29º colocado). Última atualização: 27/07/2021.

    



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terça-feira, 27 de julho de 2021

O pesadelo da COVID-19 nas Olimpíadas.

Resultado positivo no teste de coronavírus acaba com o sonho de atleta chilena.


Tóquio - A chilena Fernanda Aguirre desejou que tudo não passasse de uma grande mentira quando assistiu às partidas olímpicas de taekwondo pela televisão. Era para ela estar lá no ginásio olímpico, lutando contra os seus adversários. No entanto, um teste positivo para o coronavírus mudou completamente o seu destino no Japão.

Resultado positivo no teste de coronavírus acaba com o sonho da atleta chilena.
A chilena Fernanda Aguirre, lutadora de taekwondo, cumprindo a quarentena em um quarto de hotel em Tóquio. Foto: Fernanda Aguirre.

A lutadora de taekwondo, de 23 anos, competiria na categoria até 57kg feminino, mas tudo deu errado assim que chegou ao Japão. Ao desembarcar no aeroporto internacional no dia 19 de julho, Aguirre fez um teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) e um teste de antígeno para verificar se estava com COVID-19 ou não. Todos os testes feitos devem ser respeitados conforme as regras do "Playbook" olímpico dos Jogos de Tóquio. Resultado: os dois testes deram positivos.

Aguirre disse que não tem ideia de como ou onde contraiu o vírus. Ela tomou a segunda dose da vacina contra COVID-19 em abril. Nenhum dos seus colegas atletas ou treinadores deu resultado positivo no teste. Ela também fez três testes de PCR  antes de chegar ao Japão e todos deram negativo.

Atualmente, ela está isolada em um quarto de hotel com vista para as ruas de Tóquio. No dia 25 de julho, quando a sua primeira competição estava inicialmente agendada, Aguirre se encontrava sentada numa cama com os olho para a televisão. Ela assistia a uma transmissão ao vivo das partidas de taekwondo com os seus atletas rivais em jogo. Nenhum sintomas de coronavírus e nem mal-estar ela sente.

Devido ao período de quarentena obrigatória de 10 dias, o Comitê Olímpico do Chile decidiu que Aguirre estava fora das Olimpíadas de Tóquio. Ela não teria tempo hábil para começar a competir no dia 25 de julho.

"A decisão me deixou desesperada. Eu não conseguia parar de chorar. Era o meu sonho competir nas Olimpíadas. Passei anos me preparando para os jogos. Mas tudo deu em nada. De uma hora para outra", disse Aguirre.

Fernanda Aguirre começou a praticar taekwondo quando tinha 8 anos. Por ter sido uma jovem moleca, ela disse que isso lhe deu paz de espírito, . A sensação de realização que teve ao ganhar pontos em lutas a motivou a continuar no esporte.

Como resultado do seu trabalho árduo e do apoio da sua família, Aguirre alcançou o primeiro lugar em uma competição de 2019 na América Latina, qualificando-a para as Olimpíadas de Tóquio.

Mesmo depois dos Jogos Olímpicos terem atrasado um ano devido à pandemia, ela permaneceu positiva. Ela aumentou os seu treinos com o seu treinador em uma universidade local. Os músculos tensos do estômago são uma prova de seus esforços.

"Tudo virou de cabeça para baixo", disse Aguirre, enxugando as lágrimas com uma toalha.

Estando sozinha no quarto o tempo todo, o seu único apoio emocional são as mensagens de incentivo de sua família e amigos. Ela disse que parabenizou uma atleta da Costa Rica nas redes sociais que se classificou nos jogos em seu lugar. 

Ela fará aniversário de 24 anos no dia 29 de julho e espera que a sua quarentena acabe logo.

"No momento, eu só quero ir para casa o mais rápido possível. Eu sinto falta da minha família", disse Aguirre.


Fonte: The Asahi Shimbun.


Imagem das Olímpiadas de Tóquio 2020 - Segunda-feira dia 26.


Super Teens! As três medalhistas do skate feminino: a japonesa Momiji Nishiya (campeã com 13 anos de idade, ao centro); a brasileira Rayssa Leal (vice-campeã com 13 anos de idade, à esquerda) e a japonesa Funa Nakayama (terceira colocada com 16 anos de idade, à direita). Foto: Getty Images.



Abaixo, o quadro parcial de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Até o 29º colocado). Atualização: 26/07/2021.





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segunda-feira, 26 de julho de 2021

O fim de semana nas Olimpíadas de Tóquio.

Os medalhistas e algumas curiosidades dos Jogos Olímpicos (24 e 25 de julho).


1) A primeira medalha de ouro das Olimpíadas de Tóquio...

    A atleta chinesa Yang Qian foi medalhista de ouro no tiro esportivo na carabina à distância de 10 metros. Com 251,8 pontos, ela conquistou a primeira medalha de ouro das Olimpíadas e quebrou o recorde olímpico da prova. A russa Anastasiia Galashina alcançou 251,1 pontos e ficou com a medalha de prata. A medalha de bronze foi conquistada por Nina Christen, da Suíça, atingindo 230,6 pontos.

Os medalhistas e algumas curiosidades dos Jogos Olímpicos (24 e 25 de julho).
Yang Qian (centro), Anastasiia Galashina (esquerda) e Nina Christen (direita). Foto: Tauseff Mustafa.

2) Na estréia do skate como esporte olímpico, o primeiro colocado foi para...

    O skatista japonês Yuto Horigome conquistou a medalha de ouro neste domingo, 25 de julho. Além do Japão, o Brasil também subiu ao pódio com a conquista da medalha de prata para Kelvin Hoefler, da cidade de Guarujá, São Paulo. É a primeira medalha olímpica do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio.

    A medalha de bronze ficou para o americano Jagger Eaton.

Os medalhistas e algumas curiosidades dos Jogos Olímpicos (24 e 25 de julho).
Yuto Horigome (centro), Kelvin Hoefler (esquerda) e Jagger Eaton (direita). Foto: USA Today Network.

3) Aconteceu uma zebra na natação...

    O tunisiano Ahmed Hafnaoui, de apenas 18 anos, conquistou a medalha de ouro nos 400 metros livre, neste último sábado. É a maior surpresa da natação, pois o atleta africano nem era um dos favoritos a medalha. Ele terminou a prova com o tempo de 3min43s36. Muito emocionado, Hafnaoui simplesmente disse aos repórteres: "Não posso acreditar. É um sonho que se tornou realidade. Foi ótimo. Foi minha melhor prova". Parabéns jovem!

Os medalhistas e algumas curiosidades dos Jogos Olímpicos (24 e 25 de julho).
Ahmed Hafnaoui, da Tunísia, medalha de ouro nos 400 metros livre. Foto: Getty Images.

4) E mais uma medalha para outro brasileiro...

    No final deste domingo, o gaúcho Daniel Cargnin conquistou a segunda medalha para o Brasil, na categoria até 66kg do judô. Cargnin foi medalha de bronze, vencendo o judoca israelense Baruch Shmailov com um wazari no tempo regular da luta. Emocionado, o lutador lembrou de sua mãe e os momentos de dificuldade que enfrentou antes da sua primeira medalha numa olimpíada.

Os medalhistas e algumas curiosidades dos Jogos Olímpicos (24 e 25 de julho).
O judoca brasileiro Daniel Cargnin com a sua medalha de bronze. Foto: Reuters.

5) Irmãos conquistam medalhas no mesmo dia...

    Os judocas japoneses Uta Abe e Hifumi Abe, irmã e irmão respectivamente, conquistaram juntos a medalha de ouro neste domingo. Competindo na categoria até 52kg do judô, Uta venceu a francesa Amandine Bouchard, com imobilização no golden score. Já o seu irmão, Hifumi, lutando na categoria até 66kg, derrotou o georgiano Vazha Margvelashvili. É um fato inédito nas Olimpíadas. Irmãos conquistando o primeiro lugar e ambos ganhando a medalha de ouro no mesmo dia. Família que trabalha unida, vence unida!

Os medalhistas e algumas curiosidades dos Jogos Olímpicos (24 e 25 de julho).
Hifumi Abe (esquerda) e Uta Abe (direita): irmãos que conquistaram a medalha de ouro no judô. Foto: AFP.

Abaixo, o quadro parcial de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Até o 29º colocado). Atualização: 25/07/2021.




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domingo, 25 de julho de 2021

O poder da audiência das Olimpíadas.

A questão da ordem de entrada das delegações olímpicas na cerimônia de abertura.


Tóquio - A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, realizada no último dia 23 de julho, apresentou uma ordem de entrada bastante incomum no desfile das regiões e dos países competidores.

A questão da ordem de entrada das delegações olímpicas na cerimônia de abertura.
Delegação dos Estados Unidos fazendo a sua apresentação na cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio 2020. Foto: Kyodo.

Como manda a tradição, a primeira delegação a entrar no estádio foi a Grécia, nação fundadora dos Jogos Olímpicos. Já a última delegação a desfilar foi o Japão, o atual país anfitrião dos jogos olímpicos. Mas, as delegações que entraram após a Grécia apresentaram uma ordem completamente diferente, não seguindo a ordem do alfabeto romano que todo mundo conhece. A forma utilizada pelo Comitê Olímpico do Japão para ordenar os países durante o desfile foi através do silabário dos ideogramas japoneses.

A Islândia e a Irlanda têm as iniciais com som de "A" em japonês, portanto foram os primeiros países a entrarem no estádio olímpico. A Austrália tem a inicial com som de "O" em japonês e, por isso, ficou posicionado um pouco mais no meio do desfile, após os países com iniciais "A", "I", "U" e "E".

No caso dos Estados Unidos, há duas palavras na língua japonesa: o país pode ser chamado de "Amerika" ou "Beikoku". Assim, a delegação olímpica norte-americana deveria ter entrado no início ("A" de América) ou na metade para o final do desfile ("Be" de Beikoku). Mas, não foi isso que aconteceu durante a cerimônia. O país foi um dos últimos a entrar no estádio, antes das delegações da França e do Japão. Mas por quê?

Em primeiro lugar, desde as Olimpíadas de Londres em 1908, é tradicional que cada país (e região) entre no estádio liderados por um porta-bandeira. As equipes olímpicas também podem vestir as roupas tradicionais de seus países para mostrar uma parte das suas culturas.

Durante as Olimpíadas de Los Angeles em 1984, os jogos olímpicos começaram a se tornar eventos mais comercializados, apoiados por cobranças de direitos de transmissão televisiva e patrocínios em publicidade. Dessa forma, a exuberância nas cerimônias de abertura olímpica começaram a ganhar mais destaque.

Para as emissoras de televisão, as cerimônias de abertura das Olimpíadas são um dos grandes atrativos dos jogos. O Comitê Olímpico Internacional (COI) afirma que, desde as Olímpiadas de Sydney em 2000, as taxas cobradas por transmissão e as horas das competições exibidas na TV, durante os jogos olímpicos, têm aumentado gradativamente.

A receita de direitos de transmissão dos jogos pela TV e por outros meios de comunicação cresceu em US$ 4,157 bilhões nos últimos quatro anos (de 2013-2016). Já o total de tempo dos jogos transmitidos na televisão atingiu 7.100 horas no mesmo período. Desde as Olimpíadas de Sydney 2000, os números de receita e de horas de transmissão mais que dobraram  após quase 16 anos.

Foi prometido que os Jogos de Tóquio teriam uma redução de tempo na transmissão da cerimônia de abertura devido ao adiamento das Olimpíadas em 2020, provocado pela pandemia mundial do coronavírus. Mas o Comitê Olímpico Internacional não permitiu mudanças na cerimônia de abertura. O presidente do COI, Thomas Bach, classificou a cerimônia de abertura como uma vitrine para o país anfitrião, permanecendo sem qualquer alteração. Bach disse que o desfile dos atletas não deve ser alterado, mantendo essa tradição na cerimônia de abertura.

Por trás das declarações de Thomas Bach, há uma grande emissora norte-americana, a NBC Universal Media, que corrobora com o poder de decisão nos jogos. A empresa americana terá pago ao Comitê Olímpico um total de US$ 12,03 bilhões pela transmissão televisiva de 10 jogos olímpicos: iniciada desde as Olimpíadas de Inverno de Sochi em 2014, até as Olimpíadas de Verão de Brisbane em 2032.

Para o desfile das delegações olímpicas na cerimônia de abertura da Tóquio 2020, algumas mudanças foram realizadas. Foi decidido que a delegação dos Estados Unidos seria a antepenúltima a entrar na cerimônia de abertura, devido a escolha do país como sede dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028. A delegação da França seria a penúltima a entrar, pois o país será sede dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024. E, por último o anfitrião deste ano, a delegação do Japão.  

Embora as mudanças na entrada das delegações fossem apenas para chamar a atenção do público com relação aos países que serão sedes das próximas olimpíadas, o motivo foi outro, aparentemente. Havia uma grande preocupação da audiência pelas emissoras de televisão norte-americanas em seu país. Se, durante o desfile, a delegação americana entrasse muito cedo no estádio olímpico, os telespectadores americanos poderiam desistir em assistir à transmissão dos jogos na íntegra, simplesmente mudando de canal ou, até mesmo, desligando a televisão. Por isso, os canais americanos preocuparam-se em segurar a audiência televisiva até o final da cerimônia de abertura.

Nas Olimpíadas de Tóquio, mais de 80% das instalações olímpicas realizarão as competições sem a presença do público. Isso significa que a importância da transmissão dos jogos olímpicos pela televisão se tornou fundamental para este período de pandemia. De acordo com o COI, a Olympic Broadcasting Services (Serviços de Radiodifusão Olímpica) planejam produzir mais de 9.000 horas de filmagem dos jogos olímpicos, distribuindo os vídeos para as redes internacionais de televisão .


Fonte: The Mainichi.



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sábado, 24 de julho de 2021

E começa oficialmente os Jogos de Tóquio!

Aberta a 32º edição das Olimpíadas, o primeiro evento olímpico da era coronavírus.


Tóquio - O ano de 2020 não foi fácil para o Japão. Após o adiamento dos jogos olímpicos no ano passado e de vários problemas que foram surgindo com o passar dos meses, as Olimpíadas de Tokyo começaram finalmente nesta sexta-feira, 23 de julho.

Aberta a 32º edição das Olimpíadas, o primeiro evento olímpico da era coronavírus.
A tenista Naomi Osaka acende a pira olímpica dos Jogos de Tóquio 2020+1. Foto: Getty Images.

Durante a cerimônia de abertura, com o Estádio Nacional quase vazio, o imperador do Japão, Naruhito, formalizou o início dos jogos olímpicos. Estavam presentes apenas um número limitado de pessoas importantes como oficiais do Comitê Olímpico Internacional (COI), oficiais do Comitê Olímpico Japonês e autoridades estrangeiras e do Japão. 

Desde o início de junho, o maior desafio das Olimpíadas de Tóquio é impedir a disseminação da COVID-19 durante as competições. E não vai ser tarefa fácil. O evento está envolvendo  cerca de 11.000 atletas de mais de 200 localidades do mundo. Mas uma atitude drástica já foi tomada antes da abertura dos jogos: a proibição do público nos estádios e ginásios olímpicos. Os Jogos de Tóquio estão sendo a primeira olimpíada sem espectadores da história dos jogos.

Embora os organizadores das olimpíadas esperem que o evento simbolize a solidariedade global e a vitória sobre a COVID-19, aparentemente não é bem assim que está acontecendo. Durante os últimos seis meses, Tóquio tem lutado contra o aumento do número de casos de COVID-19, estando a metrópole no seu quarto estado de emergência.

Na abertura dos jogos, durante o desfile das delegações, todos os atletas usavam máscaras faciais e acenavam para todos os lados, demonstrando entusiasmados diante de um estádio com poucas pessoas presentes.

Os atletas foram aparecendo no estádio conforme a ordem dos países determinada pelo alfabeto da língua japonesa. A maioria das delegações foi liderada por um porta-bandeira masculino e um feminino. É a primeira vez que isso acontece, depois que o Comitê Internacional Olímpico (COI) mudou as suas regras no ano passado para impulsionar a representação igualitária de gênero.

As apresentações artísticas da cerimônia tiveram como destaque a cultura japonesa, mostrando o artesanato, a comédia japonesa, os festivais de verão (matsuri), o teatro japonês (kabuki) e a diversidade da população do Japão. 

Os arcos olímpicos que foram aparecendo durante a cerimônia, são feitos com madeira  de árvores plantadas em 1964, ano em que Tóquio sediou a sua primeira olimpíada.

Um momento de silêncio foi adicionado na cerimônia, lembrando daqueles que morreram vítimas do coronavírus. Também teve homenagem aos atletas israelenses mortos no atentado terrorista dos Jogos Olímpicos de Munique em 1972.

Uma parte da apresentação destacou os atletas que treinaram para as olimpíadas durante a crise global de saúde, com destaque para uma boxeadora que trabalhou como enfermeira.

Outro destaque da festa foi a apresentação de um grupo de atores e mímicos que representaram com humor os pictogramas, os símbolos dos 50 esportes olímpicos dos Jogos de Tóquio.

Um dos momentos mais marcantes da noite foi a apresentação de 1.824 drones que iluminaram o céu sobre o estádio e formaram o símbolo dos jogos. Durante o show dos drones, artistas como Angelique Kidjo, John Legend, Keith Urban e Alejandro Sanz cantaram, num vídeo mostrado num telão, uma versão da famosa canção "Imagine" de John Lennon. Logo em seguida, os drones que estavam no céu se juntaram e se transformaram no planeta Terra sobre o estádio. Um show impressionante.

E a tenista japonesa/americana Naomi Osaka teve um papel importante na abertura dos jogos. Carregando a tocha olímpica, a tenista subiu as escadas de uma alegoria que lembra o Monte Fuji e, no topo da "montanha", acendeu a pira olímpica, com o formato de um sol. Este foi o momento final da cerimônia de abertura.

Os Jogos de Tóquio terão um recorde de 33 modalidades esportivas, compostas por 339 eventos. O caratê fará a sua estréia olímpica junto com o surfe, o skate e a escalada esportiva.

O custo de sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Japão aumentou drasticamente por causa da pandemia do coronavírus. Tendo inicialmente um custo total de 734 bilhões de ienes (US$ 6,67 bilhões), a conta foi para 1,64 trilhões de ienes, valores baseados no relatório do comitê olímpico mais recente de dezembro de 2020.


Fontes: Kyodo News / UOL.



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sexta-feira, 23 de julho de 2021

Os marginalizados das Olimpíadas.

Com a aproximação dos Jogos Olímpicos, o governo decide remover os homeless das ruas de Tóquio.


Tóquio - Antes da realização da cerimônia de abertura das Olimpíadas no dia 23 de julho, os oficiais do governo metropolitano de Tóquio trataram de realizar "uma limpeza" na área onde se localiza um grande número de moradores de rua na capital. 

Com a aproximação dos Jogos Olímpicos, o governo decide remover os homeless das ruas de Tóquio.
Moradores de rua acampados numa rua de Shinjuku adornada com bandeiras olímpicas, Tóquio. Foto: Takaki Fujino.

Centenas de pessoas em situação de rua no centro de Tóquio receberam avisos de despejo. Essas pessoas não têm endereços fixos e nem um lugar para onde ir. 

Um homem de 62 anos (identidade mantida em sigilo) que viveu perto do prédio do governo metropolitano de Tóquio por um mês, no distrito de Shinjuku, disse que um funcionário do governo o abordou na rua e entregou um bilhete de "despejo" no dia 8 de julho.

"Remova os seus pertences até o dia 21 de julho porque as suas coisas estão obstruindo a rua. Região gerenciada pelo governo metropolitano de Tóquio", dizia o bilhete.

Quando o sem-teto questionou o oficial sobre a razão da data limite de permanência no local, ele teve a seguinte resposta: "Porque há um evento relacionado às Olimpíadas".

O evento que o oficial se referiu é, na verdade, a chegada da tocha olímpica no prédio do governo metropolitano, no dia 23 de julho. Esse evento está programado algumas horas antes do início da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.

A informação sobre a desocupação do lugar desanimou o morador de rua e, também, esvaziou profundamente seu espírito olímpico.

O senhor sem-teto se mudou para Tóquio na infância, quando tinha 10 anos de idade. Na juventude, ele praticou bastante futebol quando era estudante do ginásio e colegial.

Depois de terminar o ensino médio, tornou-se motorista de caminhão e viajou por todo o Japão.

Em 2016, quando o senhor assistia à cerimônia de encerramento das Olimpíadas do Rio de Janeiro pela televisão de seu apartamento, ele se deparou com a cena do ex-primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, representando o famoso personagem Super Mario. Estava dado a partida para as Olimpíadas no Japão.

A aparição do ex-primeiro-ministro japonês no evento brasileiro fez o coração do senhor disparar: "Tóquio é a próxima!", exclamou ele.

Cerca de dois anos atrás, o pobre senhor pediu demissão de seu último emprego por problemas ligados ao trabalho. Ele logo acabou gastando toda as suas economias e foi parar nas ruas como um homeless.

Encontrar um novo emprego tem sido difícil para o senhor sem-teto. Ele tem dependido de ajudas de grupos de apoio para poder se alimentar.

O que antes era felicidade, agora é tristeza e uma crise existencial diante das Olimpíadas de Tóquio. "Para onde devo ir?", indagou o senhor.

Homeless sob bandeiras olímpicas.


Lonas azuis e caixas de papelão, próximas do prédio do governo metropolitano de Tóquio, são lembretes onipresentes de que muitas pessoas foram deixadas de fora da riqueza da movimentada capital.

Homens, mulheres, jovens e idosos deitam-se ou sentam-se de pernas cruzadas nas calçadas das ruas movimentadas da metrópole.

Sob as cabeças dos moradores de rua, bandeiras promovendo as Olimpíadas de Tóquio balançam com o vento. Às vezes, algum veículo adornado com o logotipo "Tóquio 2020" passa diante dos olhos de um sem-teto.

Um outro morador de rua, com aproximadamente 30 anos e identidade mantida em sigilo,  se inscreveu na ajuda da assistência pública da prefeitura e encontrou um lugar para ficar no início de julho.

Um oficial da prefeitura providenciou para que o jovem sem-teto ficasse em um hotel. Mas uma condição foi imposta: ele deveria deixar o hotel no dia 22 de julho.

O hotel, onde o jovem sem-teto ficaria até o dia 22, estava garantindo quartos para hóspedes das Olimpíadas. Mas, com o banimento dos espectadores nos estádios e ginásios olímpicos durante os jogos na capital, o rapaz acabou recebendo uma espécie de "indulto" para permanecer mais tempo no hotel.

Embora o jovem sem-teto ainda tenha um lugar para ficar, a provação deixou-o um tanto amargo com a situação.

"Sem emprego, estou em uma situação vulnerável. Não pude nem reclamar quando disseram que isso era para as Olimpíadas", disse o rapaz.

De acordo com o Tsukuroi Tokyo Fund, um grupo de apoio aos cidadãos na capital, as autoridades japonesas têm adotado abordagens mais duras contra os moradores de rua desde 2013, quando Tóquio foi nomeada a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2020.

Os parques de Tóquio foram fechados e iluminados durante à noite para desencorajar os sem-teto de dormir no local.

Em janeiro de 2019, havia em torno de 1.126 moradores de rua vivendo em parques, em margens de rios e em prédios de estações de trem de Tóquio, de acordo com uma pesquisa do governo metropolitano.

Já em janeiro deste ano, o segundo levantamento contabilizou 862 pessoas em situação de rua. O paradeiro das outras 264 pessoas sem-teto que já não constam mais na lista é desconhecido.


Fonte: The Asahi Shimbun.



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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Urso quer ver jogo também!

Softball abre o primeiro jogo das Olímpiadas de Tóquio.


Fukushima - Com o estádio Fukushima Azuma vazio, a primeira modalidade olímpica a abrir os Jogos de Tóquio 2020+1 foi o softball, partida disputada entre Japão e Austrália nesta quarta-feira, 21 de julho.

Softball abre o primeiro jogo das Olímpiadas de Tóquio.
Estádio Fukushima Azuma, sem os espectadores para torcer pelo Japão. O início dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Foto: AFP.

O local da partida foi escolhido pelos organizadores das Olimpíadas como forma de impulsionar a recuperação da região norte do Japão, após o forte terremoto, tsunami e desastre nuclear de 2011. O jogo terminou com a vitória do Japão sobre a Austrália, por 8 - 1.

Mas um pequeno detalhe deixou a segurança do estádio em alerta no período da manhã desta quarta-feira: um urso estava rondando a região do estádio Fukushima Azuma.

Um porta-voz da polícia de Fukushima confirmou que o urso invasor foi visto ontem e retornou à região do estádio nesta manhã, faltando algumas horas para o início da partida de softball.

"Um guarda avistou um urso dentro do Azuma Sports Park no início da manhã de ontem. Também recebemos informações semelhantes na manhã de hoje. Não conseguimos encontrar ou capturar o urso. O local não há espectadores no estádio, mas estamos em alerta e procurando pelo urso na região", disse o porta-voz da polícia à Agence France-Presse (AFP).

Um canal de notícia de Fukushima identificou o animal como sendo um urso negro asiático. Já o jornal Sports Hochi afirmou que todo o contingente de guardas olímpicos foram designados ao local, passando o período da noite de ontem a procura do urso. Foi utilizado música alta e fogos de artifícios na tentativa de espantar o animal para longe do local do jogo.

Com relação às Olimpíadas, os jogos em Fukushima estão, como a maioria dos outros eventos olímpicos no Japão, sendo realizados sem a presença do público espectador, devido ao aumento de casos de COVID-19 no país.

Durante 19 dias, até o dia 8 de agosto, 11.000 atletas de 205 países e regiões competirão em locais dentro e fora de Tóquio. Além dos jogos, os organizadores da olimpíadas têm mais a pandemia do coronavírus para se preocupar...


Fontes: Japan Today / Kyodo News.



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quarta-feira, 21 de julho de 2021

Quero trabalhar no Japão.

Encontrado o atleta olímpico ugandês que desapareceu em Osaka.


Aichi - O atleta da Uganda que estava desaparecido desde sexta-feira passada, foi encontrado na cidade de Yokkaichi, província de Mie, de acordo com fontes da polícia nesta terça-feira, 20 de julho. Yokkaichi está localizada a cerca de 40 km ao sul de Nagoya.

Encontrado o atleta olímpico ugandês que desapareceu em Osaka.
Ssekitoleko não quer voltar ao seu país. Ele quer arranjar trabalho no Japão. Foto: Redes sociais.

Julius Ssekitoleko, o levantador de peso da delegação da Uganda, desapareceu no dia 16 de julho na cidade de Izumisano, Osaka. Antes de desaparecer, ele tinha deixado um bilhete no hotel onde estava hospedado, dizendo que queria trabalhar no Japão porque a vida em seu país era difícil. 

Desde o dia de seu desaparecimento, a cidade anfitriã e a equipe olímpica de Uganda estavam tentando localizá-lo com a ajuda da polícia japonesa.

Ssekitoleko e o seu treinador deveriam retornar à Uganda esta semana, antes da abertura dos jogos, depois que o levantador de peso perdeu a sua vaga para as Olimpíadas de Tóquio. 

No dia do seu desaparecimento, Ssekitoleko comprou uma passagem de trem-bala de Osaka para Nagoya, segundo autoridades municipais. Ele estava carregando consigo um telefone celular, mas o seu passaporte estava com a equipe da Uganda.

Na segunda-feira, 19 de julho, uma fonte policial afirmou que um homem parecido com Ssekitoleko foi visto andando dentro da estação JR de Nagoya. A localização é cerca de 200 km de distância de Izumisano, cidade onde Ssekitoleko estava hospedado desde que chegou ao Japão.

A cidade de Nagoya é a capital da província de Aichi. Cerca de 150 ugandenses vivem nessa região, segundo dados do governo. É a segunda maior comunidade ugandense no Japão.

De acordo com as autoridades de Izumisano, no bilhete de Ssekitoleko, ele pediu para que membros da delegação ugandense  entregasse os seus pertences à sua esposa em Uganda.

O desaparecimento do levantador de peso ugandês em seu campo de treinamento levantou mais questões entre os japoneses sobre a segurança das Olimpíadas. As medidas contra a COVID-19, implementadas pelos organizadores olímpicos para todas as delegações estrangeiras, têm mostrado que nem tudo está perfeitamente funcionando bem como previam. As autoridades do governo japonês ficam preocupadas com essas "escapadas" devido ao aumento de infecções de coronavírus no país nos últimos dias.


Fonte: The Mainichi.



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terça-feira, 20 de julho de 2021

Ginasta dos EUA com COVID-19.

Faltando 4 dias para o início das Olimpíadas, atleta americana testa positivo para o coronavírus.


Chiba - Uma ginasta olímpica dos Estados Unidos testou positivo para COVID-19 em sua base de treinamento, localizada na cidade de Inzai, província de Chiba.

Faltando 4 dias para o início das Olimpíadas, atleta americana testa positivo para o coronavírus.
Ginasta americana testa positivo para o coronavírus nesta segunda-feira, dia 19. A foto acima é meramente ilustrativa. Foto: Getty Images.

O nome da atleta não foi divulgado pela cidade anfitriã, mas sabe-se que é uma adolescente. 

A ginasta americana fez o teste de coronavírus no último domingo, 18 de julho, e o resultado deu positivo. No dia seguinte, 19 de julho, ela foi encaminhada a um hospital da cidade e fez a contraprova, confirmando o resultado positivo de domingo. Este é o primeiro caso confirmado de COVID-19 no Japão entre atletas olímpicos dos Estados Unidos.

Uma outra ginasta americana também está isolada em um quarto de hotel. As autoridades de saúde do Japão suspeitam que ela teve contato muito próximo com a americana infectada pelo coronavírus.  

A equipe americana, com 10 atletas olímpicos, está fazendo exames para detectar COVID-19 diariamente, desde que chegou ao Japão na última quinta-feira do dia 15 de julho. A equipe de ginastas americanos só saiu do hotel para o local de treinamento em um ônibus designado apenas para eles, segundo informação da cidade de Inzai.


Fonte: Kyodo News.


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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Documentário sobre a vida de um entregador.

Filme sobre um entregador de comida do Uber Eats explora a vida social e econômica de uma Tóquio dominada pela pandemia.


Tóquio - Durante o início da pandemia do coronavírus em 2020, um rapaz de 28 anos, sem renda e com apenas 300 ienes no bolso (cerca de US$ 3), decidiu mudar-se para Tóquio em busca de oportunidades. 

Filme sobre um entregador de comida do Uber Eats explora a vida social e econômica de uma Tóquio dominada pela pandemia.
Taku Aoyagi, entregador de comida e diretor de Tokyo Jitensha Bushi. Foto: Mainichi.

Chegando lá, ele se tornou um entregador do Uber Eats. Isso foi justamente no mesmo período do primeiro estado de emergência no combate à COVID-19, declarado pelo governo do Japão. 

Pedalando com sua bicicleta pelas ruas de Tóquio, ele decidiu filmar a si mesmo durante as suas andanças pela capital, usando um smartphone e uma pequena câmera digital. Agora, a filmagem sobre o seu cotidiano se tornou um documentário que estreou este mês no cinema do Japão.

Taku Aoyagi, o entregador do Uber Eats e diretor de "Tokyo Jitensha Bushi", tinha esperanças de um dia fazer o seu próprio filme enquanto vivia na sua terra natal, na província de Yamanashi. 

Na cidade em que nasceu, ele fazia trabalhos de produção de vídeos e tinha um emprego de meio-período como motorista. Mas quando a pandemia do coronavírus apareceu no Japão, Aoyagi acabou perdendo os empregos e ficou sem renda. Diante da situação complicada que estava passando, ele decidiu procurar trabalhos em Tóquio.

"Comecei a filmar pensando que talvez pudesse encontrar algo na perspectiva de um entregador que se movia livremente de bicicleta pela metrópole. Durante o estado de emergência, me interessei em filmar uma Tóquio sem suas multidões habituais", disse Aoyagi.

Através de um aplicativo para smartphones, os serviços de entrega de comida pelo Uber Eats são contratados por proprietários individuais, como bares e restaurantes. O Uber Eats foi lançado no Japão em setembro de 2016 e, desde o ano passado, tem visto um grande aumento na demanda de entrega de comidas durante o período da pandemia da COVID-19. Com mais pessoas presas em suas casas, fazendo trabalhos remotos pela internet, os serviços de entrega cresceram rapidamente. E com o aumento do desemprego durante a pandemia, mais pessoas começaram a trabalhar com entregas de comida por aplicativos.

"No início, eu tinha uma admiração pelo trabalho de entregador. Eu imaginava o entregador como um alguém que se conectava com as pessoas em Tóquio, dando à cidade um senso de humanidade durante o período de ruas vazias por causa da pandemia. Mas, na verdade, não era isso que acontecia. Descobri que só deixava as entregas na frente das portas dos clientes e raramente os via pessoalmente. Eu nem sei a quem os meus serviços ajudaram. Percebi que eu era apenas parte de um sistema maior", disse Aoyagi.

Filme sobre um entregador de comida do Uber Eats explora a vida social e econômica de uma Tóquio dominada pela pandemia.
Cena do documentário Tokyo Jitensha Bushi. Foto: Pole Pole Higashi-Nakano.

No filme, Aoyagi enfrentou incidentes como pneus furados de sua bicicleta e a quebra do seu smartphone, necessário para receber pedidos pelo aplicativo e verificar mapas. As despesas com reparos eram quase iguais a seus ganhos diários. Além disso, ele ficou chocado ao descobrir que o seu serviço não tinha seguro para acidentes de trabalho.

"Mesmo que eu trabalhasse e ganhasse muito com entregas, não conseguia economizar. Assim que percebi isso, eu senti que éramos trabalhadores dispensáveis. Os empregadores não pensam na vida dos entregadores e nem os tratam como uma pessoa", afirma Aoyagi.

Aoyagi disse que a solidão começou a se instalar enquanto trabalhava. Ele enxergava isso como "a sua solidão sendo incorporado a um sistema em busca do lucro". No período que começou a sentir-se só, ele conheceu uma senhora idosa durante os intervalos das entregas. Conversando com a senhora, ela lhe contou as suas experiências no período da guerra e como a área em que estavam foi destruída com os bombardeios aéreos. Essa conversa fez Aoyagi dizer sem pensar: "Tóquio em 2020 também foi destruída pelo fogo". 

Mais tarde, Aoyagi refletiu melhor a sua ideia filosofando: "Claro que na realidade nada foi destruído pelo fogo ou houve um desastre em 2020. Na realidade, todos os edifícios de Tóquio estão em pé. Mas, a situação de guerra atual é que mais e mais pessoas se sentem solitárias, assim como eu. As pessoas estão divididas por um sistema onde uma outra pessoa o criou. Assim, os corações das pessoas se endurecem para não aceitar essa dura realidade. A paisagem nas mentes das pessoas, cujos corações estão se fechando, se sobrepôs às palavras da senhora sobre uma cidade arrasada pela guerra. Logo pensei: algo terrível está acontecendo".   

Kazuo Osawa, produtor do documentário, expressou a ideia de "queimadura" de Aoyagi em termos ainda mais duros, dizendo: "O que podemos ver no Uber Eats é um sistema que explora e escraviza as pessoas. Este é o limite do capitalismo. Os indivíduos estão sendo arrastados para o capitalismo e sendo deixados à sua mercê. É por isso que cada vez mais pessoas se sentem solitárias".

Aoyagi assegura que não tirou conclusões tão definitivas a respeito do trabalho de entregador. O Uber Eats tem um sistema de busca que oferece aos entregadores dinheiro extra para atingir determinados objetivos. "Alguém como eu que realmente trabalhou lá, entende bem o sentimento dos explorados. Havia momentos em que eu assumia agendas extremamente lotadas, fazendo 70 entregas em três dias para ganhar uma recompensa. Também é verdade que quem completar os objetivos terá uma sensação de realização e fará você sentir o seu dever cumprido. Com uma perspectiva obscura sob a pandemia, também entendo porque algumas querem sobreviver e consideram cada momento positivo gratificante", diz ele.

Embora o diretor Aoyagi tenha ficado chateado por não conhecer os clientes que atendia, o filme o mostra aproximando de pessoas e conversando ativamente com elas nas ruas de Tóquio. Ele gradualmente adquiriu uma visão dessa vida durante o filme, apresentando pequenas interações entre estranhos, com dicas de pessoas que podem aliviar um pouco a sua solidão.

Filme sobre um entregador de comida do Uber Eats explora a vida social e econômica de uma Tóquio dominada pela pandemia.
Pôster do documentário Tokyo Jitensha Bushi. Foto: Pole Pole Higashi-Nakano.

Finalizando, Aoyagi disse enfaticamente: "Em primeiro lugar, gostaria que as pessoas gostassem de observar a paisagem urbana de Tóquio no documentário. Tentei descrever o que aconteceu comigo, incluindo à filmagem experiências muito reais. Ficaria feliz se as pessoas pudessem usar o meu documentário como um passo para pensar sobre a nossa sociedade de uma perspectiva mais ampla".

O documentário estreou no dia 10 de julho no cinema Pole Pole Higashi-Nakano, bairro de Nakano, em Tóquio. Em breve, a película será lançada em todo o Japão.


Fonte: The Mainichi.


Link do trailer oficial do documentário:



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